20 fevereiro 2018

Ordem Ampliada de Hayek

Uma marca reveladora de como se entende mal o princípio ordenador do mercado é a ideia de que “a cooperação é melhor que a competição”.

Friedrich A. Hayek (1899-1992), pesquisador e professor de economia e estatística, escreveu “Os Erros Fatais do Socialismo”. Defende a tese de que a nossa civilização é dependente da ORDEM AMPLIADA DA COOPERAÇÃO HUMANA, ordem esta que recebeu indevidamente o nome de capitalismo. Afirma, também, que essa ordem ampliada nasceu espontaneamente no relacionamento entre os seres humanos. Para ele, o capitalismo precisa ser conservado porque consegue utilizar de modo mais eficaz todo o conhecimento disperso. 

Qual o erro que Hayek aponta? O controle coletivo pela autoridade central dos recursos disponíveis. Acha que a falta de competitividade leva as pessoas e os países à estagnação. Desde a antiguidade, aprendemos a utilidade dos opostos. Quando todos estão de acordo, ninguém pensa.

Ao longo do livro, enumera algumas falhas da interação econômica e social. Exemplo: o individualismo primitivo descrito por Thomas Hobbes é um mito; jamais houve uma “guerra de todos contra todos”. Outro exemplo: onde não houver propriedade não haverá justiça.

Em vez de propriedade privada, Hayek prefere usar “propriedade separada” (several property) que é a expressão mais precisa de H. S. Maine para aquilo que geralmente se define como propriedade privada. “Several” significa tanto “separado” quanto “vários, diferentes”. Quer enfatizar que o que é relevante não é a propriedade privada, mas que é plural e separada, isto é, dividida entre vários proprietários separados, que competem entre si para usá-la da melhor maneira possível. (N. do T.)

Fonte de Consulta

HAYEK, Friedrich A. von. Os Erros Fatais do Socialismo: Por que a Teoria não Funciona na Prática. Tradução Eduardo Levy. São Paulo: Faro Editorial, 2017.


10 fevereiro 2018

Atitude de Sócrates e os Políticos Brasileiros

Estamos há muito tempo lendo, vendo e ouvindo a respeito das condenações e prisões de empresários e políticos por causa da corrupção endêmica que assolou o nosso país. A notícia que mais circula recentemente é sobre a prisão e a candidatura do ex-presidente Lula. A cada dia um novo pretexto para que ele não vá preso. Além disso, continua fazendo campanha para presidência da República.

Vejamos o exemplo de Sócrates e verifiquemos quão longe estamos de adotar atitudes éticas na vida privada e política.

Como sabemos, o julgamento à morte foi essencialmente de natureza política. Os jovens que conviviam com Sócrates seriam políticos em Atenas, como Crítias e Alcibíades. Não dizia respeito apenas aos indivíduos, mas tinha projeção sobre a democracia em Atenas. Possivelmente, os detentores do poder temiam que esses jovens se insurgissem contra o status quo vigente.

O fato que gostaríamos de destacar:

Uma vez julgado e condenado, preferiu morrer a fugir da prisão. 

Justificou esta atitude por amor à justiça e à coerência de suas ideias. Dizia que por mais injustas que sejam as leis devemos obedecê-las, para não incitar outros a desobedecê-las. Nos últimos instantes de sua vida disse: “Mas é chegada a hora de partir: eu para a morte e vós para a vida. Quem de nós se encontra para o melhor destino, todos nós ignoramos, exceto o deus”. Somente Deus conhece a verdade.

Sócrates tinha possibilidade de fuga, mas preferiu ser fiel ao seu modo de pensar, pois defendia que o bom cidadão deveria obedecer até às más leis somente pelo intuito de não estimular os maus a desobedecer as boas.