19 janeiro 2015

Opinião Pública

opinião pública é a manifestação das opiniões e da vontade da população. Quando a manifestação é livre e sincera, ela contribui enormemente para o governo tomar suas decisões políticas e econômicas. Isolando-se da opinião pública, os governantes podem caminhar em sentido oposto às necessidades dos cidadãos. Os Estados totalitários reprimem total ou parcialmente a opinião pública e, com isso, impedem a livre expressão da vontade popular. 

Nos povos antigos, a opinião pública era imposta por ideologias tradicionais. Os gregos foram os primeiros a regular a opinião pública, a qual devia ser consultada e seguida em todas as questões decisivas. A Bíblia não leva em conta a noção de opinião pública. Na época do cristianismo primitivo, valorizou-se muito a opinião pública das Igrejas e comunidades locais. Na Idade Média, com a autoridade reforçada, reconhece-se o princípio Vox populi, vox Dei ("a voz do povo é a voz de Deus").

Na Idade Moderna, desenvolveu-se o conceito de opinião pública como um instrumento entre o poder político e a vontade popular. À medida que o conceito avançava, os desvios da opinião pública foram se intensificando, pois o meio de comunicação, reforçado pelo poder político e econômico, adquiriu excessiva força de influência sobre a população, manipulando-a de certa forma. Estudando o comportamento humano, elaboram-se meios de persuasão, cujo objetivo não é ouvir a opinião pública, mas moldá-la aos interesses do governo.  

Os meios de comunicação criam o hábito da atitude passiva e, consequentemente, inibe a capacidade crítica dos receptores. Com isso, os formadores de opiniões impõem ideias concretas, traços ideológicos, ideias comunistas, tendências políticas e opiniões econômicas. O confronto e o pluralismo permanecem, mas sem a atuante análise crítica. 

Liberdade de opinião não é confronto direto e rejeição mútua. Lembremo-nos de que todos os seres humanos merecem respeito.

Fonte de Consulta

IDÍGORAS, J. L. Vocabulário Teológico para a América Latina. São Paulo: Paulinas, 1983. 

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Alguns Lembretes

opinião pública é a manifestação das opiniões e da vontade da população, que contribui eficazmente para o seu próprio governo.

Há Estados totalitários que reprimem em maior ou menor grau a opinião pública, impedindo a verdadeira expressão da vontade popular.

Historicamente, os gregos regularam a opinião pública, que devia ser consultada e seguida em todas as questões decisivas para o bom funcionamento da democracia.

O povo, na Bíblia, preferia a escravidão do Egito ao risco da liberdade, manifestando uma oposição a Moisés.

No Novo Testamento, a opinião das massas tenta levar Jesus a ser seu rei e combater os romanos.

No cristianismo primitivo, valorizou-se a opinião pública da Igrejas e das comunidades locais.

Na Idade Média, quando o conceito de autoridade se reforça, reconhecia-se em geral o princípio Vox populi, vox dei (“A voz do povo é a voz de Deus”).

Na Idade Moderna, desenvolveu-se o conceito de opinião pública no qual se via um instrumento de mediação entre o poder político e a vontade popular.

Conforme as sociedades iam se desenvolvendo, surgiam os abusos da opinião pública, principalmente com a persuasão e a manipulação da mídia. 

 

 

14 janeiro 2015

Necessidade da Reforma Política

Na teoria, o Brasil segue o modelo de Montesquieu, em que o Poder Executivo, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário são independentes, mas funcionam harmonicamente. Parece que o nosso sistema político é uma democracia representativa, pois os representantes do povo são eleitos pelo voto direto e universal. Na prática, não o é.

O modelo é moderno, mas não funciona bem. Por quê? Existem inúmeras distorções, as quais decorrem da precariedade do sistema eleitoral e do sistema partidário nacional que, segundo Luiz Roberto Barroso, propiciam a criminalidade. Citemos algumas dessas distorções: o eleitorado brasileiro não é livre para se expressar; o resultado eleitoral é maculado pelo abuso do poder econômico; o livre fluxo da informação não é assegurado.

A legislação eleitoral e partidária brasileira propiciou o fortalecimento do político e o enfraquecimento dos partidos. A "fulanização" de A ou B é preferível ao debate de ideias e programas partidários. A "solução celebridade" está em primeiro lugar. O fortalecimento do indivíduo é enfatizado em detrimento da instituição. Há, também, o descomprometimento com ideias e programas. Isso gerou uma infinidade de partidos, chamados de "partidos de aluguel", consoante a frase: "partidos pequenos, grandes negócios".

A representatividade é outra distorção que merece entrar no rol de uma reforma política autêntica. Segundo o jornalista Ricardo Setti, São Paulo, estado mais populoso da federação, deveria ter, proporcionalmente, 111 deputados federais no lugar dos atuais 70. Roraima, com menos de meio por cento da população brasileira, deveria ter apenas um deputado em vez de oito. A distorção infla a representação do Centro-Oeste e do Norte em detrimento do resto do pais 

Para que as eleições sejam justas, a reforma política deveria diminuir o número de partidos políticos e criar condições para que a representação da população seja absolutamente proporcional. 

Fonte de Consulta

ARAGÃO, Murillo de. Reforma Política: O Debate Inadiável. Rio de Janeiro: José Olympio, 2014.