"Admirável Mundo Novo" (Brave
New World) é o título do romance de Aldous Huxley, escrito em 1931 e
publicado em 1932. A história se passa em Londres no ano 2540 [634 d.F.]
("Depois de Ford"). Antecipa a sociedade totalitária. Posteriormente,
reavalia a obra em um ensaio "Regresso ao Admirável Mundo Novo"
(1958), e "A Ilha" (1962), seu romance final
Descrição resumida do livro:
Há um Estado totalitário que zela por
todos. Os indivíduos, nascidos de proveta, têm comportamentos pré-condicionados
e ocupam lugares pré-determinados na sociedade, em que os "alfas"
estão no topo e os "ípsilons" na base. Família, monogamia,
privacidade e pensamento crítico são considerados crime. Cada usuário é
abastecido com a droga soma. A promiscuidade é considerada moralmente boa.
União duradoura é rechaçada. Bernard Max foge à regra e acalenta o desejo não
natural por solidão, pois não vê graça nos prazeres da promiscuidade
compulsória. Bernard quer se libertar. Para tanto, faz uma visita aos poucos
remanescentes da Reserva Selvagem, onde a vida antiga, imperfeita, subsiste.
Algumas questões:
Será admirável o mundo novo? A quem
interessa essa sociedade que enaltece a máquina e reprime o espírito? Qual o
lugar do ser humano numa sociedade dominada pelo Estado, pela máquina? O que
pode acontecer ao indivíduo que quer caminhar com os próprios pés? Poder-se-ia
dizer que este romance pertence aos nossos dias?
No prefácio do livro (1946), Aldous cita
o mais sério defeito do romance, ou seja, o Selvagem tem uma única alternativa:
uma vida demente na Utopia, ou a vida de um primitivo na aldeia dos índios,
vida mais humana, sob certos pontos de vista, mas, noutros, apenas menos
bizarra e anormal.
Em seguida, diz:
"Mas voltando ao futuro... Se eu
tornasse agora a escrever este livro, daria ao selvagem uma terceira
possibilidade. Entre as soluções utópica e primitiva do seu dilema haveria a
possibilidade de uma existência sã de espírito — possibilidade atualizada, em
certa medida, entre uma comunidade de exilados e refugiados que teriam
abandonado o Admirável Mundo Novo e viveriam dentro dos limites de uma Reserva.
Nessa comunidade, a economia seria descentralizada, à Henry George, a política
seria kropotkinesca, cooperativa. A ciência e a técnica seriam utilizadas como
se tivessem sido feitas para o homem, e não (como são presentemente e como serão
ainda mais no mais admirável dos mundos novos) como se o homem tivesse de ser
adaptado e absorvido por elas. A religião seria a procura consciente e
inteligente do Fim Último do Homem, o conhecimento unitivo do Tao ou Logos
imanente, da Divindade ou Brama transcendente. E a filosofia dominante da vida
seria uma espécie de Utilitarismo Superior, no qual o princípio da Felicidade
Máxima seria subordinado ao princípio do Fim último, sendo a primeira questão
que se punha e à qual seria necessário responder, em cada uma das contingências
da vida, a seguinte: 'Como contribuirão ou porão obstáculos à realização, por
mim ou pelo maior número possível de indivíduos, do Fim último do Homem, este
pensamento ou este ato?'”
Fonte de Consulta
HUXLEY, Aldous. Admirável Mundo
Novo.
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