26 outubro 2011

A Desigualdade da Renda é Boa ou Má?

Tese: As rendas deveriam ser iguais se todos os homens fossem semelhantes.

Não é correto reivindicar que todos devam ter rendas iguais. Para explicar esse raciocínio, temos de nos valer da utilidade marginal da renda. Inicialmente, façamos a hipótese de que possamos atribuir números à utilidade da renda de cada pessoa. A utilidade marginal da renda é a mudança na utilidade total que resulta de uma mudança de unidade na renda. Suponhamos, também, que possamos somar as utilidades totais de diferentes indivíduos para obter uma utilidade total social para a sociedade toda.

Baseando-nos nos dizeres acima, a utilidade social chegaria a um máximo quando a utilidade marginal da renda de todos os indivíduos fosse igual. Igualdade de renda, contudo não implica igualdade da utilidade marginal da renda. Por quê? Porque cada um de nós faz um juízo de valor diferente para cada unidade de sua renda. É por isso que as rendas seriam iguais somente para pessoas semelhantes.

O argumento mais convincente a favor da desigualdade da renda é o de que não é o nível médio de realização que mede o valor de uma cultura, mas os níveis máximos que ela atinge. Dentro desse contexto, seria preferível uma sociedade que tivesse cabanas de pau-a-pique e catedral a uma outra que só tivesse cabanas de pedra. O problema das políticas econômicas é encontrar o grau ótimo de desigualdade. Parece-nos que a média justa, apregoada por Aristóteles, é a mais aconselhável.

Dando prosseguimento a este raciocínio, somente as sociedades ricas podem se dar ao luxo da igualdade. As sociedades em desenvolvimento precisam de um alto grau de desigualdade, em que os recursos possam ser aglomerados em mãos de poucos, para propiciar o desenvolvimento de longo prazo.

Fonte de Consulta

BOULDING, K. E. Princípios de Política Econômica. São Paulo: Meste Jou, 1967, p.107 a 111.

 

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