O movimento denominado "multiculturalismo"
ocorreu nos Estados Unidos e teve por objetivo a elevação e a valorização de
meios formativos étnicos diferentes, enaltecendo uma maior tolerância entre
pessoas de sexo e culturas diversas. O movimento em si é positivo, embora
tenhamos de conviver com o "inclusivismo", fruto das ideias do
politicamente correto.
O multiculturalismo só se solidificou
depois da vinda do Iluminismo, com a sua moralidade universal e a igualdade
racial e sexual. O Iluminismo incentivava as pessoas pensarem com a própria
cabeça, como bem retratou Kant no seu sapere aude!, ou seja,
"ouse saber", "tenha coragem de pensar por si mesmo!". Saia
de sua minoridade intelectual.
A grande dificuldade da aplicação do
multiculturalismo é que todos nós levamos conosco um baú. Antes do Iluminismo,
a religião ditava as normas, o modo de agir, a moral. Depois, desligados da
religião, criou-se um outro tipo de crença, que é o "inclusivismo" da
raça, da cultura. Qualquer olhar contrário, aplica-se a pecha de racista.
Os contatos culturais são muito
importantes, pois cada um pode aprender com as culturas do outro, desde que não
haja uma manipulação por parte dos países mais desenvolvidos. Mas, mesmo que
isso ocorra, a influência nuca será uma rua de mão única, pois é sumamente
difícil não nos influenciarmos mutualmente.
Somos uma individualidade que pertence ao
todo, ou seja, à humanidade. Por mais que se queira esconder um talento, mais
ou menos tempo ele vem à tona. Observe Jesus. Quem poderia prever que um
carpinteiro teria toda essa repercussão sobre uma grande parte dos seres
humanos?
Não nos esquivemos das verdades
inconvenientes. Derrubemos os muros que estão nos impedindo de ver a realidade
como ela é.
Fonte de Consulta
SCRUTON, Roger. Como Ser um
Conservador. Tradução de Bruno Garschagen. 4. ed., Rio de Janeiro:
Record, 2016.
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