14 janeiro 2020

Roger Scruton, um Conservador, morre aos 75 Anos

O filósofo britânico Roger Scruton morreu em 12 de janeiro de 2020. Segundo a família, ele enfrentava um câncer, diagnosticado há seis meses. Ex-conselheiro do governo britânico e autor de mais de 30 livros, Scruton se tornou o principal ponto de referência do pensamento conservador em todo mundo. Pode-se dizer que Roger Scruton, juntamente com Edmund Burke e outros expoentes do pensamento inglês, lançaram os alicerces das sociedades denominadas livres.

Roger Scruton escreveu muitas obras, mas a essência de suas ideias fundamenta-se no conservadorismo. No prefácio de seu livro "Como Ser um Conservador", afirma que há dois tipos de conservadorismo: um metafísico e outro empírico. O primeiro consiste na crença das coisas sagradas e o desejo de defendê-las da profanação; o segundo, o empírico, é um fenômeno moderno, uma reação às mudanças desencadeadas pela Reforma e pelo Iluminismo.

Numa entrevista, o repórter indagou: o que é um conservador? Sua resposta: conservadores são pessoas que estão cientes do fato de que herdaram algo bom: uma ordem social, um sistema político, uma cultura e uma tradição jurídica; e eles querem permanecer com isso. Em outras palavras, querem conservar coisas.

Eis algumas de suas frases:

"O conservadorismo advém de um sentimento que toda pessoa madura compartilha com facilidade: a consciência de que as coisas admiráveis são facilmente destruídas, mas não são facilmente criadas."

"Pessoas de esquerda acham muito difícil conviver com pessoas de direita, porque acreditam que elas sejam o mal." "Eu, do meu lado, não tenho problema nenhum em me dar bem com elas, porque simplesmente acredito que estão enganadas".

"A tradição da esquerda é julgar o sucesso humano pelo fracasso de alguns. Isso sempre lhe oferece uma vítima a ser resgatada. No século XIX eram os proletários. Nos anos 60, a juventude. Depois as mulheres e os animais. Agora o planeta."

"O processo de transmissão cultural não poderá sobreviver se os professores forem obrigados a ensinar Mozart e Lady Gaga ao mesmo tempo, em nome de uma agenda de igualitarismo."


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