Os capítulos do livro: — Pra Começo
de Conversa — O Novelo de Ariadne — A Profecia de Belchior, na Voz de Elis — O
Combate Inconsequente — Corrupção em Pílulas — O Desprezo aos Fundamentos e a
Permeabilidade Seletiva — Os Números da Lava Jato — Corrupção Legal —
Honestidade para Todo — J’Accuse — Por uma Política Nacional
de Combate à Corrupção — Circus.
Sobre o autor: Walfrido Jorge Warde Júnior é advogado
especializado em direito empresarial, com atuação forte nas intersecções entre
Estado, empresas e regulação. O livro aparece em meio ao auge da discussão pública
sobre Lava Jato, combate à corrupção, debates sobre impunidade, moralismo etc.
Principais teses:
1. Corrupção como sistema enraizado. Warde argumenta que a corrupção no Brasil não é algo pontual ou de indivíduos maus, mas sim um sistema estruturado — com atores, incentivos, instituições e práticas recorrentes — que se reproduz.
2. Problemas no modo de combate atual. Ele critica a forma como o combate à corrupção tem sido conduzido, dizendo que, embora necessário, esse combate tem causado danos colaterais severos: destruição de empresas, desestímulo à iniciativa privada, desemprego etc.
3. Espetacularização versus banalização. Uma ideia-chave é como a corrupção virou espetáculo público — cada escândalo vira show de mídia, há uma espécie de moralismo público — ao mesmo tempo em que a corrupção é banalizada no sentido de que muitas práticas corruptas vão sendo aceitas, justificadas ou ignoradas.
4. Danos à economia, às empresas, à política. Empresas foram arruinadas ou fragilizadas em processos anticorrupção; mercados importantes sofreram. Isso causa efeitos sociais negativos: desemprego, queda de investimento, prejuízo para desenvolvimento. Políticos passíveis de punição, mas também há risco de judicialização/politização excessiva do processo, com efeitos sobre instituições, liberdades, etc.
5. Necessidade de um “combate equilibrado”. Warde propõe que não se precisa “destruir” o capitalismo, nem rédeas de empresas ou da política; é possível combater a corrupção de forma que preserve instituições, empresas saudáveis, economia, empregos.
6. Propostas de reforma. Criação de uma política de combate à corrupção que seja coordenada entre poderes, com planejamento. Estruturas de compliance mais robustas nas empresas — detecção, prevenção. Priorizar o ressarcimento ao erário (“cofres públicos”) em vez de vingança política. Evitar excessos que possam violar direitos fundamentais no processo de combate.
Críticas. Warde reconhece que a Lava Jato desempenhou
papel importante, acusando e punindo corruptos, mas ele aponta que houve
consequências negativas (empresas destruídas, destruição de valor econômico,
efeitos colaterais não intencionados). Também alerta para o risco de moralismo
barato — ou seja, discursos que pedem punição pela pena, mas sem cuidado com
processos justos, com impactos, com a proporcionalidade.
Importância do livro. O livro oferece uma crítica ao modelo
dominante de combate à corrupção, argumentando que, se não for bem calibrado,
pode agravar problemas ao invés de solucioná-los. Traz reflexões que combinam
direito, economia e política, úteis para quem quer entender o tema de forma
mais complexa, não só no aspecto penal ou midiático. É patriótico no sentido de
querer preservar estruturas democráticas, de justiça, e não ceder ao
autoritarismo ou à destruição institucional em nome de combater a corrupção. 
 

 
 
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