Estima-se que, nos próximos decênios do século XXI,
mais de 80% da população mundial estará conectada à rede mundial de computadores
(Internet). Será uma verdadeira cidade planetária, ou seja, todos poderão se
comunicar com todos em tempo real. Essa nova economia, também chamada de
economia virtual, irá incrementar cada vez mais as ações dos indivíduos em
todos os tipos de mercado. A informática veio para ficar. O capitalismo,
também, não será suplantado tão cedo. O que nos cabe fazer? Entender a dinâmica
da "globalização".
A economia sempre foi virtual. Pressupõe sempre uma
perspectiva futura. A especulação, tão abominada por muitos
pensadores, é um dos seus princípios. Observe que, embora possamos dizer que os
especuladores ganham muito, esse ganho não é real, pois mais cedo ou mais
tarde, o preço tende para um equilíbrio de mercado. Por isso, investir na bolsa
não pode ser somente para ganhar dinheiro, mas para auxiliar as empresas a
crescerem e gerarem lucro, para ser dividido futuramente com os seus
acionistas.
Os websites nada mais são do que a
oferta de ideias e conhecimentos, ideias e conhecimentos de todos os tipos possíveis,
gerando muitas controvérsias, extremamente úteis para o processo de
aprendizagem do ser humano. Embora gratuitos, eles podem gerar receitas.
Observe a potência que está se tornando o Google, que domina 80% das buscas em
toda a Internet. Recentemente, foi publicado um artigo de Chris Anderson,
editor-chefe da revista Wired e autor do best-seller A
Cauda Longa, sobre a gratuidade nos negócios, a chamada “freeconomics”, na
revista HSM Management, edição maio-junho de 2008.
Podemos combater o capitalismo e a globalização,
mas não há lógica. Cabe-nos, sim, envidar muitos esforços para compreender essa
dinâmica atual. A compreensão gera nova fase de conhecimentos, porque o esforço
de compreensão é a aplicação de nossos recursos pessoais na criatividade, o que
não acontece quando só queremos combater o que existe. As novas ideias poderão
ser aceitas pelos outros e, inclusive, gerarem recompensa financeira para o
autor da ideia. Basta colocar, por exemplo, o adsense — ganhe
dinheiro com a exibição de anúncios no seu site, oferecido pelo Google.
Neste mundo da interconexão, os websites,
os blogs, as formas de debate, as teleconferências, os grupos de
discussão assemelham-se a uma cidade. Numa cidade física temos os consumidores,
os produtores, o mercado, o sistema financeiro etc. Do mesmo modo é a cidade
virtual, onde há mercado, com sua oferta e procura. É possível que uma ideia
lançada no ciberespaço não tenha utilidade. Mas ela está lá esperando para
atender a uma necessidade. Quando elas forem capazes de atender a muitas
necessidades, poderão gerar divisas para o seu criador.
Por fim, a abertura do pensamento ao novo é o único
capital que gerará muita divisa num futuro próximo.
Fonte de Consulta
LÉVY, Pierre. A Conexão Planetária, editado
pela Editora 34.
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