“Na verdade,
somos todos keynesianos agora. Uma parcela bastante significativa daquilo que
os macroeconomistas modernos fazem deriva diretamente de Teoria geral; a
estrutura introduzida por Keynes sustenta-se muito bem até hoje.” (Paul
Krugman, economista norte-americano)
Tese: política fiscal (tributação e gastos
governamentais) deve ser usada como ferramenta de controle de uma economia.
John Maynard
Keynes (1883-1946) foi um economista inglês, considerado o
precursor da economia moderna "a macroeconomia". Na Primeira Guerra
Mundial, foi conselheiro do Ministro das Finanças do Reino Unido, mas seu nome
se consagrou mesmo depois da guerra. Com certa antevisão, advertiu que os
termos duros do Tratado de Versalhes poderiam levar a Alemanha à hiperinflação,
com o potencial para outra grande guerra. A história, como se viu, confirmou
seus temores.
A Grande
Depressão, um divisor de águas. Antes de Keynes, os economistas clássicos, baseados na Lei
de Say — a oferta cria a sua própria demanda* —, advogavam o pleno emprego
automático da economia. Keynes, na sua General Theory of Employment, Interest and Money (Teoria Geral do Emprego, do Juro e do Dinheiro), como
uma resposta à Grande Depressão, desenvolveu novos instrumentos de análise e
argumentou que o sistema econômico podia manter-se em equilíbrio não só
enquanto os recursos estivessem subempregados, mas também quando plenamente
empregados.
Segundo o antigo
conselheiro presidencial Alan Blinder, o Keynesianismo tem seis princípios
fundamentais:
1. Os
Keynesianos acreditam que o desempenho de uma economia é influenciado tanto por
decisões públicas quanto privadas, e que às vezes se comporta de forma errática.
2. O curto prazo
é importante; às vezes, até mais do que o longo prazo. Um aumento do desemprego
a curto prazo pode causar ainda mais danos a longo prazo, pois deixa uma marca
permanente na economia de um país. Como diz uma frase famosa de Keynes, “A
longo prazo, estaremos mortos”.
3. Os preços e,
em particular, os salários, respondem lentamente a mudanças na oferta e
demanda, o que, por sua vez, significa que o desemprego frequentemente está
mais alto ou mais baixo do que deveria segundo a força da economia.
4. Com
frequência, o desemprego fica demasiadamente alto e volátil, enquanto recessões
e depressões são males econômicos — e não, como quer a mão invisível, respostas
eficazes do mercado a oportunidades pouco atraentes.
5. O ciclo
natural de altos e baixos da economia é um problema que os governos devem
tentar estabilizar de forma ativa.
6. Os
Keynesianos tendem a se preocupar mais com o combate ao desemprego do que com o
controle da inflação.
Fonte de
Consulta
CONWAY, Edmund. 50 Ideias de Economia que você Precisa Conhecer. Tradução Marcello Borges. São Paulo: Planeta, 2015.
*A Lei de Say é irrefutável e, sozinha, destrói todo o arcabouço keynesiano
Apenas quem
desvirtua seu significado pode alegar que ela é errada
Poucos conceitos
são tão distorcidos e mal compreendidos quanto a chamada Lei de Say. Em parte,
isso foi obra de John Maynard Keynes, que precisava acabar com ela para abrir
espaço para suas políticas intervencionistas. Keynes precisava mostrar que a
Lei de Say era falsa porque todo o seu tratado econômico foi construído tendo
por base este pilar (o de que Say estava errado).
E como você
refuta uma "lei" que sempre havia sido central para os economistas
entenderem e explicarem a economia de mercado nos últimos 150 anos? Simples.
Você a distorce, cria um espantalho e então bate com gosto neste espantalho.
Afinal, bater em espantalhos é muito mais fácil do que refutar a tese
verdadeira.
Consequentemente,
a "Lei da Say" passou a ser conhecida, segundo os próprios termos
criados por Keynes, como uma teoria que diz que "a oferta cria sua própria
demanda", o que obviamente é uma descaracterização.
A verdadeira
Lei de Say
Originalmente, o
significado era outro. Até mesmo o nome era outro. Economistas anteriores a
Keynes se referiam a ela como a 'Lei dos Mercados', pois ela descrevia em
termos muito simples os fundamentos de como um mercado funciona. Jean-Baptiste
Say foi aquele que expressou e explicou a lei da maneira mais simples e direta,
o que pode explicar por que ela passou a ter o seu nome.
Say observou que
o valor dos bens e serviços que qualquer indivíduo pode comprar é igual ao
valor de mercado daquilo que esse indivíduo pode ofertar. Segundo o próprio:
"Dado que cada um de nós só pode comprar a produção de terceiros com nossa
própria produção, e dado que o valor do que podemos comprar é igual ao valor do
que podemos produzir, então quanto mais o homem pode produzir mais ele pode
comprar".
Em outras
palavras, a produção precede o consumo, e a demanda de um indivíduo só pode ser
satisfeita se este indivíduo também ofertar algo a alguém.
A Lei dos
Mercados, portanto, diz que o valor dos bens e serviços que qualquer indivíduo
pode comprar é igual ao valor de mercado daquilo que ele pode ofertar. Ou, em
um sentido macroeconômico agregado, o valor dos bens e serviços que qualquer
grupo de pessoas pode comprar no agregado é igual ao valor de mercado daquilo
que eles podem ofertar no agregado.
Say, em suma,
simplesmente expressou a realidade de que nós produzimos (trabalhamos) para
poder consumir.
Fonte de Consulta
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2721
Nenhum comentário:
Postar um comentário