02 julho 2008

Custo Privado e Custo Social

O ser humano é homo faber antes de ser homo sapiens. Na sua condição espontânea, ele transforma os recursos naturais em bens econômicos, tendo em vista a satisfação de suas necessidades. Ao manipular a matéria prima, ele altera a ecologia e provoca o fenômeno das economias e deseconomias externas. Neste artigo, trataremos dos aspectos referentes às possíveis deseconomias externas.

Geralmente, quando o empreendedor fabrica um determinado produto, ele afeta o bem-estar do seu próximo, tanto positivamente como negativamente. Como avaliar corretamente a questão dos custos e dos benefícios sociais? Que meios temos para maximizar o bem-estar social? Como igualar benefício social e custo social? Estas são algumas das perguntas que deveremos fazer, caso queiramos ter uma melhor compreensão do problema.

Suponhamos que o indivíduo A, ao produzir um artigo qualquer, ele prejudique o indivíduo B. Qual é a receita clássica? O indivíduo A deve ser punido — com mais taxas, de modo a cobrir os custos sociais, ou ser eliminado do mercado —. Mas seria essa a melhor solução? E se o produto que ele fabrica é essencial para muitos membros da sociedade? Como resolver o problema?

De acordo com Ronaldo Coase, no artigo O Problema do Custo Social, deveríamos verificar se vale a pena a restrição dos métodos de produção do indivíduo A em termos do aumento de produção do indivíduo B, quando comparado com a diminuição da oferta dos artigos do indivíduo A. Tomemos, por exemplo, o barulho de um confeccionador que atrapalha os serviços do médico. Neste caso deveríamos comparar o quanto esse barulho atrapalha a produção do médico. Se o benefício social for maior do que o custo imposto ao médico, o médico deveria sofrer as consequências, ao invés do confeccionador.

Uma perfeita consciência entre a parte e o todo é sumamente importante. Observe a poluição do rio afetando a produção de peixe. O que é mais essencial para a sociedade como um todo? Poluir ou produzir peixe? No caso do gado que vagueia e come parte da colheita do vizinho. O que fazer? Até que ponto a fabricação de cerca vale a pena comparado com a perda de colheita?

Pensar abertamente e fazer contas auxiliam sobremaneira o desenvolvimento do nosso raciocínio. Procuremos, pois, aplicar corretamente essas atitudes para melhor servirmos a sociedade em que estivermos jungidos.

Fonte de Consulta

BREIT, W. e HOCHMAN, H. M. Readings in Microeconomics. 2. Ed., USA, Holt, Rinehart and Winston, 1971.

 


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