O ser humano é homo faber antes de
ser homo sapiens. Na sua condição espontânea, ele transforma os
recursos naturais em bens econômicos, tendo em vista a satisfação de suas
necessidades. Ao manipular a matéria prima, ele altera a ecologia e provoca o
fenômeno das economias e deseconomias externas. Neste artigo, trataremos dos
aspectos referentes às possíveis deseconomias externas.
Geralmente, quando o empreendedor fabrica um
determinado produto, ele afeta o bem-estar do seu próximo, tanto positivamente
como negativamente. Como avaliar corretamente a questão dos custos e dos
benefícios sociais? Que meios temos para maximizar o bem-estar social? Como
igualar benefício social e custo social? Estas são algumas das perguntas que
deveremos fazer, caso queiramos ter uma melhor compreensão do problema.
Suponhamos que o indivíduo A, ao produzir um artigo
qualquer, ele prejudique o indivíduo B. Qual é a receita clássica? O indivíduo
A deve ser punido — com mais taxas, de modo a cobrir os custos sociais, ou ser
eliminado do mercado —. Mas seria essa a melhor solução? E se o produto que ele
fabrica é essencial para muitos membros da sociedade? Como resolver o problema?
De acordo com Ronaldo Coase, no artigo O
Problema do Custo Social, deveríamos verificar se vale a pena a
restrição dos métodos de produção do indivíduo A em termos do aumento de
produção do indivíduo B, quando comparado com a diminuição da oferta dos
artigos do indivíduo A. Tomemos, por exemplo, o barulho de um confeccionador
que atrapalha os serviços do médico. Neste caso deveríamos comparar o quanto esse
barulho atrapalha a produção do médico. Se o benefício social for maior do que
o custo imposto ao médico, o médico deveria sofrer as consequências, ao invés
do confeccionador.
Uma perfeita consciência entre a parte e o todo é
sumamente importante. Observe a poluição do rio afetando a produção de peixe. O
que é mais essencial para a sociedade como um todo? Poluir ou produzir peixe?
No caso do gado que vagueia e come parte da colheita do vizinho. O que fazer?
Até que ponto a fabricação de cerca vale a pena comparado com a perda de
colheita?
Pensar abertamente e fazer contas auxiliam
sobremaneira o desenvolvimento do nosso raciocínio. Procuremos, pois, aplicar
corretamente essas atitudes para melhor servirmos a sociedade em que estivermos
jungidos.
Fonte de Consulta
BREIT, W. e HOCHMAN, H. M. Readings in
Microeconomics. 2. Ed., USA, Holt, Rinehart and Winston, 1971.
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