13 julho 2015

Mentalidade Anticapitalista, A (Ludwig von Mises)

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NOTAS EXTRAÍDAS DO LIVRO A MENTALIDADE ANTICAPITALISTA, ESCRITO POR LUDWIG VON MISES

PREFÁCIO

Flávio Morgenstern, colunista do Instituto Liberal, enaltece o autor Ludwig von Mises (1881-1973), designando-o como o maior economista de todos os tempos, porque foi além da economia, enveredando-se pela praxeologia - a "lógica da ação humana" -, em que as ações humanas compõem um objeto de estudo que transcende as trocas econômicas. 

Questão: "Como as vantagens mais óbvias do capitalismo conseguem não ser percebidas pelas pessoas que vivem (e bem) sob o reino de suas conquistas?" 

O prefaciador tece comentários sobre a mentalidade anticapitalista que se adquire na Universidade (intelligentsia) formando uma espécie de preconceito institucionalizado. Para ele, o pensamento econômico liberal difere de outros tipos de pensamento, especificamente o pensamento marxista, pois o pensamento liberal cria riqueza enquanto o pensamento marxista trata da exploração que se traduz no "jogo da soma zero", em que se um ganha o outro perde. No capitalismo liberal todos saem ganhando: é o "jogo da soma positiva". 

O capitalismo é o regime mais adequado para o indivíduo ser o construtor do seu próprio destino. Quando o indivíduo depende do Estado ele não percebe que o Estado nada produz. O capitalismo não é apenas o regime de produção, mas de produção em massa, a qual precisa ser consumida, mas consumida com a melhor qualidade e menor preço. O Estado toma dinheiro sobre o comércio sem nada produzir é que, de fato, é uma exploração imoral. 

produção em massa é diferente de sociedade de massa. Na primeira, produz-se mais com menor custo; na segunda, enaltece o homem do prazer e não o do dever. 

"Se por um lado o capitalismo cria coisas novas ao homem, a mentalidade anticapitalista, por outro lado, destrói o que ele tem, rouba o seu trabalho e o explora em nome da 'justiça'".

APRESENTAÇÃO E INTRODUÇÃO

Neste livro, Mises examina criticamente os sentimentos anticapitalistas dos intelectuais, escritores e artistas, e põe em evidência suas falácias e equívocos.

O preconceito e o fanatismo da opinião pública se manifestam com mais clareza pelo fato de ela vincular o adjetivo "capitalista" exclusivamente às coisas abomináveis, e nunca àquelas que todos aprovam.

CAPÍTULO I — AS CARACTERÍSTICAS SOCIAIS DO CAPITALISMO E AS CAUSAS PSICOLÓGICAS DE SEU DESCRÉDITO

No capitalismo moderno, o consumidor é soberano. Se ele deixar de comprar um determinado bem, a empresa que o produz tem de fechar as portas.

O aperfeiçoamento econômico é o ponto central do capitalismo. A produção de massas deve atender à insaciabilidade do consumidor. Se não o fizer a preços mais baixos, o seu concorrente toma-lhe o lugar.

O capitalismo difere fundamentalmente da sociedade de status. O senhor feudal, por exemplo, não atende consumidores e está imune aos dissabores da ralé. No capitalismo, você ganhará dinheiro se servir à maioria das pessoas, que independe de uma julgamento acadêmico de valores.

O ressentimento da ambição frustrada é uma das causas de as pessoas detestarem o capitalismo. Se o outro tiver êxito e eu não, devemos culpar somente a nós mesmos. O sistema de preços de mercado do capitalismo é o fator preponderante do sucesso ou derrota do homem.

O ressentimento dos intelectuais fundamenta-se na inveja que professores, médicos e advogados nutrem com seus pares que ganham mais, os quais estão mais bem preparados para o exercício da profissão.

O ressentimento do trabalhador do "colarinho branco" resume-se na supervalorização de seu trabalho de anotar palavras e números. Por estar em contato com letras e números, considera-se muito valioso e não entende porque o operário braçal ganha mais do que ele.

O ressentimento dos "primos" diz respeito à morte ou ao desligamento dos empresários de suas funções. Os primos ou os parentes mais próximos, por preguiça ou desleixo, não conseguem dar continuidade aos negócios da família. Surge o patrão da produção que ganha mais do que eles. O fato gera lamúria e inveja.

Os artistas preferem o comunismo porque pensam que este regime livra-lhes da ansiedade do dinheiro vindo do consumidor. No capitalismo de mercado, a arte é um produto como outro qualquer.

CAPÍTULO II — A FILOSOFIA DO HOMEM COMUM

Para o homem comum, a economia é intragável. Ela é "por um lado, tão diferente das ciências naturais e da tecnologia e, por um outro, da história e da jurisprudência, que parece estranha e antipática ao iniciante".

As doutrinas de Marx foram bem aceitas porque deram uma interpretação popular aos acontecimentos, e a recobriram com um véu pseudofilosófico que as tornou agradáveis tanto ao espiritualismo hegeliano quanto ao rude materialismo.
O homem comum é fortemente influenciado pelos intelectuais, pois "a pior exploração, segundo professores, líderes "trabalhistas" e políticos é a efetuada pelos grandes negócios".

Os intelectuais não percebem ou não querem perceber que os grandes negócios produzem em grande escala para baratear os produtos e servir melhor ao consumidor.

O fato é que governos, partidos políticos, professores e escritores, ateus militantes e teólogos cristãos são unânimes em rejeitar a economia de mercado e louvar os supostos benefícios da onipotência do estado.

"As pessoas não desejam o socialismo porque sabem que o socialismo vai melhorar suas condições de vida, nem rejeitam o capitalismo porque sabem que é um sistema nocivo aos seus interesses. São socialistas porque creem que o socialismo vai melhorar a suas condições de vida e odeiam o capitalismo porque creem que ele as prejudica. São socialistas porque estão cegas pela inveja e pela ignorância".

CAPÍTULO III — A LITERATURA SOB O CAPITALISMO

O capitalismo dá a muitos a oportunidade para inovar. O que conta não é o que é bom, mas o que o público acha bom.

O capitalismo cria condições para o indivíduo comprar livros, mas não lhe dá o discernimento do que é um bom ou mau livro.

Histórias de detetive vendem bem. Por detrás dessas histórias, há a injustiça do sistema capitalista. "O que motiva o detetive é o ódio subconsciente que tem do "burguês" bem-sucedido".

A liberdade de imprensa só funciona bem quando o controle é feito pelo sistema privado. O principal instrumento dos progressistas é boicotar autores, organizadores, editores...

O fanatismo dos literatos leva ao dogma de que a pobreza é resultado instituições sociais injustas. Recomendam, por exemplo, a expansão do crédito e o aumento do volume de moeda em circulação... que resultam em inflação e diminuição de sua riqueza.

Nos romances de Émile Zola, há o axioma de que o capitalismo é o pior de todos os males, e de que o advento do socialismo é não apenas inevitável como altamente desejável.

CAPÍTULO IV — AS OBJEÇÕES NÃO ECONÔMICAS AO CAPITALISMO

Para alguns pensadores, a posse de um automóvel, de uma aparelho de televisão não traz felicidade. Acrescentam que não são todos que possuem esses bens. Esquecem-se de que a inovação é, no início, um luxo para poucos; depois, com os ganhos de escala, fica disponível para a grande maioria da população.

Muitos atacam o capitalismo pelo que denominam sórdido materialismo, o que afasta o ser humano de objetos mais elevados e nobres.

Dentre os caluniadores do capitalismo, há os que evocam a injustiça. Falam o que deveria ser e não o que é. Nesse sentido, a pior de todas as ilusões é a ideia de que a "natureza" confere, a cada indivíduo, certos direitos. O capital é criado e aumentado pela poupança e diminuição de gastos. "Todas as doutrinas pseudo-econômicas que depreciam o papel da poupança e da acumulação de capital são absurdas".

"Karl Marx, o dissidente, pode viver, escrever e defender a revolução, à vontade, na Inglaterra vitoriana, assim como o Partido Trabalhista pode engajar-se em todas as atividades políticas, à vontade, na Inglaterra pós-vitoriana. Na Rússia soviética, não se tolera a menor oposição. Esta é a diferença entre liberdade e escravidão".

O homem ocidental foi totalmente criado numa vida de liberdade. O mesmo não ocorre no Oriente.

CAPÍTULO V — "ANTICOMUNISMO" VERSUS CAPITALISMO

Neste capítulo, Mises chama a atenção para a distinção ilusória entre comunismo e socialismo. Chamam de socialismo de planejamento ou de um estado previdenciário. "Querem levar-nos a crer que o totalitarismo não totalitário, uma espécie de quadrado triangular, é o remédio reconhecido para todas as doenças".

"A única coisa que pode impedir as nações civilizadas da Europa Ocidental, da América e da Austrália de serem escravizadas pelo barbarismo de Moscou é o amplo e irrestrito apoio ao capitalismo laissez-faire.

Ficha Catalográfica

MISES, Ludwig von. A Mentalidade Capitalista. Tradução de Carlos dos Santos Abreu. Campinas, SP: Vide Editorial, 2013.

Título original: The Anti-capitalistic Mentality

 




08 julho 2015

Imposto e Gestão Pública

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imposto é a parcela da receita pública com a qual cada cidadão contribui para custear as despesas públicas. O imposto objetiva o atendimento das necessidades coletivas, de interesse geral, essenciais à própria vida do Estado. O imposto, do latim imponere, colocar sobre, como o próprio nome diz é imposto, isto é, seu pagamento é determinado coercitivamente.

O objetivo da administração pública é atender aos interesses da população e, para tanto, apoia-se nos princípios constitucionais da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da eficiência. Os responsáveis por esta tarefa são os funcionários públicos que a exercem através do próprio Estado. A gestão pública nada mais é do que as atividades da burocracia estatal com o fim de responder aos anseios da sociedade.

O imposto é retirado dos indivíduos, que são os consumidores. Antes disso, porém, alguém ou alguma máquina teve de produzir o referido bem. Quer dizer, o Estado nada produz. O que ele tem veio de alguma produção ou serviço. Para muitos gestores, principalmente aqueles ditos de esquerda, o dinheiro parece cair do céu. Gastam sem questionar quem está pagando a conta.

Observe a reflexão do astrofísico americano Neil Degrasse Tyson, o mais ativo divulgador da ciência depois de Carl Sagan. Para ele, o cientista deve retribuir para a sociedade. Na maioria dos países, principalmente nos Estados Unidos, as atividades científicas são financiadas pelo governo, por órgãos públicos. De onde vem o dinheiro? Dos impostos pagos pelos cidadãos. Logo, cada pessoa, e todo mundo, financia experimentos científicos, cujos resultados podem afetar a política, a economia, a saúde pública, a civilização.

Vejamos o que tem acontecido no Brasil nesses últimos anos. Incentivou-se o consumo sem a contrapartida dos investimentos. Além disso, os preços do câmbio, da energia elétrica, da gasolina etc. foram congelados para poder vencer as eleições. Com isso, estamos tendo um desemprego nunca antes visto e aumento sucessivo da dívida pública. 

Os homens de estado têm de aprender que o Estado nada produz e que não há almoço grátis. Quando se diz "gratuito" não quer dizer que não teve custos. Alguém, em algum lugar, está pagando por aquela prestação de serviço. Daí a responsabilidade pela gestão da coisa pública, pois aqueles recursos não pertencem à pessoa, nem ao partido, mas a todos e, por isso, deve ser devolvido de forma eficiente em serviços (saúde, educação, segurança) como bem nos advertia Adam Smith.

Não nos esqueçamos de prestar contas pelo uso do dinheiro público. Ele pertence a todos

 





03 julho 2015

Corrupção e Princípio da Ação

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"O poder corrompe. O poder absoluto corrompe absolutamente." (Lord Acton)

O princípio de uma ação está preso ao modo de o sujeito pensar. Exemplo: barbear-se ou deixar de se barbear é um princípio de ação. Uma vez determinada, a pessoa andará barbuda ou com a barba feita. Podemos ter pensamentos próprios e de terceiros. Quando falta o poder de autocrítica, uma pessoa ou um conjunto de pessoas pode aceitar passivamente os pensamentos de terceiros, principalmente os midiáticos. Daí o sujeito responde quase que inconscientemente ao estímulo vindo de fora.

A corrupção, em termos políticos, é a falta de honestidade que acompanha o desempenho de determinadas funções administrativas. Tornou-se endêmica no Brasil dos últimos anos: os jornais televisivos e impressos têm grande pauta voltada para esse mal. A corrupção está ativa em várias áreas da sociedade, transparecendo que é um fenômeno normal. Basta ver como as pessoas que se locupletaram do dinheiro público falam em sua "colaboração premiada".

A Operação Lava Jato começou, em março de 2014, num posto de gasolina. Inicialmente despretensiosa, foi tomando vulto e presentemente estamos na 15.ª fase. A evolução das fases só foi possível porque, as pessoas envolvidas no esquema de propina, concordaram com "colaboração premiada", chamada pela mídia de "delação premiada". A nossa reflexão diz respeito ao início, ao princípio da ação. Se, no início, tivesse sido descartada, não teríamos a existência desse processo atual.

Diz-se que a justiça demora, mas não deixa de alcançar o culpado. Sócrates, Platão, Aristóteles e outros pensadores nos ensinaram que a verdade não pode ser contestada, pois no justo momento que a estivermos refutando, seremos refutados por ela. Estas duas observações nos remetem à Lei Natural, lei criada por Deus, que está impressa em nossa consciência. A função desta lei é encaminhar o ser humano pela senda do progresso, cujo esforço pessoal deve ser a prática do bem.

A lei natural foi impressa em nossa consciência. Podemos ignorá-la, esquecê-la, mas ela aí está. Sob esse mister, Jesus já dissera em seu Evangelho que "Nada há de oculto que não venha a ser revelado, e nada em segredo que não seja trazido à luz do dia. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça!” Eis uma grande sugestão para o princípio da ação. Nada fica incólume diante da divindade. Um dia vem à tona e teremos que responder pelos atos bons ou maus.

Remodelemos o nosso pensamento tendo por base a lei de justiça, amor e caridade. 



01 julho 2015

Capitalismo Consciente

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Capitalismo Consciente é uma filosofia baseada na crença de que uma forma mais complexa de capitalismo está emergindo, que tem o potencial para melhorar o desempenho das empresas e, simultaneamente, promover a qualidade de vida de bilhões de pessoas.

O Google, Southwest Airlines, Whole Foods Market, Patagonia e UPS tem algo em comum: criam valores não só para si mesmas, mas para clientes, funcionários, fornecedores... e o meio ambiente.

John Mackey, um dos fundadores do Whole Foods Market e Raj Sisodia, professor de marketing da Universidade de Bentley, são os criadores do movimento do Capitalismo Consciente, cujos princípios ventilados servem para a construção de estruturas sólidas e lucrativas.

O livro Capitalismo Consciente — Como Libertar o Espírito Heroico nos Negócios, por John Mackey e Raj Sisodia, oferece uma defesa ardorosa e uma redefinição consistente do capitalismo de livre-iniciativa, em uma análise valiosa tanto para os profissionais como para as empresas que apostam em um futuro mais cooperativo e mais humano.

O século 20 testemunhou uma longa batalha entre visões antagônicas sobre como organizar e regular a atividade econômica. Embora o capitalismo de mercado tenha vencido decisivamente aquela luta épica, ele não conseguiu capturar as mentes dos intelectuais e os corações dos cidadãos. Corporações são provavelmente as instituições mais influentes no mundo de hoje e, ainda assim, muitas pessoas não acreditam que sejam confiáveis​​.