“A liberdade de expressão é o
mecanismo por meio do qual a sociedade evoluiu.”
O ser humano tem necessidade de verbalizar e comunicar suas ideias com o
propósito de persuadir seus
interlocutores. Expressar-se de maneira complexa e argumentativa é um traço característico
do processo civilizatório, pois mantém a sociedade funcionando. Tendo liberdade
de expressão, as pessoas conseguem apontar problemas, falhas, no sentido de
solucioná-los.
Dada a liberdade de expressão, a transmissão de
ideias pode gerar um foco de conflito entre os seres humanos. Um conjunto de ideias
pode nos molestar por não fazer parte de nossa identidade cultural. Por sua
capacidade de pensar e verbalizar pode o ser humano soar ofensivo a terceiros.
Ao longo do tempo, o debate aberto propiciou a evolução
da humanidade. No caso extremo, como as guerras religiosas, optou-se por aniquilar
quem pensasse diferente. A tolerância mútua foi a forma que a sociedade
encontrou para evitar os excessos de cada lado da questão.
O filósofo Scott Alexander enfatizou que o “liberalismo”
— “uma tecnologia para evitar a guerra civil”, seria o segredo para que possamos
conviver em paz, ou seja, aceitarmos tolerar mutuamente as ideias díspares e
incorrermos em argumentações racionais para resolver nossas discordâncias.
A censura, por outro lado, estimula a intolerância.
O nosso esforço sempre foi o de aceitar as expressões alheias que nos ofendem,
e não aquelas que nos agradam. Somos, assim, mais propensos a tolerar as ideias
alheias quando os demais toleram as nossas. Quando um grupo vê suas ideias
serem silenciadas, ele perde toda a razão estratégica para tolerar as ideias
alheias.
A censura, uma vez iniciada, acaba se ampliando
cada vez mais. Além disso, quando um grupo vê suas ideias sendo censuradas, a
tendência é que ele redobre a aposta em suas ideias, tornando-as ainda mais
agressivas, podendo se degenerar em violência física.
O politicamente correto é uma forma de controle
social. O adjetivo 'politicamente correto' é usado para descrever linguagens ou
ações que devem ser evitadas por serem vistas como 'excludentes' ou
'ofensivas'. Defende a censura de ideias que marginalizam ou insultam grupos de
pessoas tidos como desfavorecidos ou discriminados, especialmente grupos
definidos por gênero, raça ou preferências sexuais.
Em síntese, se o indivíduo não tiver a liberdade de falar o que pensa, ele não será mais capaz de pensar.
Fonte de Consulta