03 dezembro 2024

Felipe Gimenez e o PL (Projeto de Lei) 1169/2015 do Voto Impresso

Em sessão na CCJ, procurador diz que STF “decide” as eleições.

O procurador Felipe Gimenez, do Estado do Mato Grosso do Sul, profissional do Direito, é um estudioso da hermenêutica constitucional. Sua função é representar o Estado do Mato Grosso do Sul. Faz isso há 30 anos.

O procurador Felipe Gimenez, do Mato Grosso do Sul, disse na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados que “são os ministros do STF [Supremo Tribunal Federal] quem decidem as eleições”. A fala se deu durante a audiência pública sobre o PL (Projeto de Lei) 1169/2015 do voto impresso em 28/11/2024.

Começou criticando o ministro do STF/TSE Kássio Nunes Marques, que já tinha se retirado da sessão, e não tinha dito nada sobre a Ciência do Direito. É que há 28 anos este Congresso discute informática, matemática, probabilidade.

As proposições racionais deste assunto estão na Ciência do Direito, que aborda temas, tais quais: democracia, cidadania, voto, princípio constitucional, publicidade, cláusulas pétreas. Nesse sentido, quando os ministros do STF repelem o que vocês fazem aqui, fazem-no pela falácia jurídica. São eles que controlam a eleição. É a falácia de que voto e sufrágio são a mesma coisa.

Voto é compromisso. Sufrágio é uma expressão metafórica que remete a uma decisão tomada debaixo da autoridade. São eles que apuram a vontade majoritária — só eles sabem como se protege a apuração da vontade majoritária.

A Constituição de 1988 deu-lhe esse poder. Eles não querem perder o poder de controlar o destino de um país continental.

Auditoria é audire, isto é, ouvir o outro. No caso, porém, do STF/TSE, eles ouvem a si próprios. É o próprio agente de justiça eletrônica que fiscaliza a si mesmo. Olhar o que uma máquina faz não significa que eu sei o que a outra faz.

Público é atributo do ato não do agente. Público é o que está na compreensão do povo. Desde 1996, nossa eleição é ILEGAL, INCONSTITUCIONAL, ANTIDEMOCRÁTICA E FASCISTA, ou seja, aquilo que era do povo passou a ser do Estado, para o Estado e pelo Estado.

Se o voto é eletrônico (elétrons), se o voto não tem matéria, ele não existe. Sabe por que eles dizem que não há fraude? O próprio voto não existe.

A sessão também contou com a presença do desembargador do Distrito Federal Sebastião Coelho e de representante do Fórum do Voto Eletrônico, o engenheiro Amílcar Brunazo. Coelho afirmou que “não podemos confiar nas pessoas que controlam as máquinas”, mas elogiou a ida de Nunes Marques à sessão. Disse que o judiciário “ignora” convites do legislativo para debater o sistema eletrônico das eleições...

Para mais informações, acesse: https://youtu.be/G7JMcZ9Uufk?list=RDNSG7JMcZ9Uufk

12 novembro 2024

Mediocristão e Extremistão

Mediocristão” e “Extremistão” são termos usados por Nassim Nicholas Taleb em A lógica do Cisne Negro: o Impacto do Altamente Improvável. Neste livro, o autor descreve eventos raros e imprevisíveis que têm um grande impacto socioeconômico. Na verdade, Nassim Taleb chama-nos a atenção para a armadilha que é darmos mais importância para o que conhecemos, ao invés de nos prepararmos para o imprevisível.

O uso do cisne como parâmetro na lógica do cisne negro tem origens na antiga crença de que todos os cisnes eram brancos. No entanto, com a descoberta de cisnes negros na Austrália, a metáfora evoluiu para representar algo imprevisível e além das expectativas.

O autor comenta também que a lei dos 80/20 é apenas metafórica não uma regra e muito menos uma lei rígida. No mercado editorial equivale a 97/20 ou seja 97 por cento das vendas de livros são feitas por 20 escritores.

Eis uma comparação entre mediocristão e extremistão feitas por ele no referido livro

TABELA 1

Mediocristão

Extremistão

Não escalável.

Escalável.

Aleatoriedade moderada ou do tipo 1.

Aleatoriedade intensa (até superintensa) ou do tipo 2.

O membro mais típico é medíocre.

O mais “típico” ou é gigante ou anão, ou seja, não existe um membro típico.

Vencedores levam uma pequena fatia do bolo.

Efeitos do tipo “O vencedor leva quase tudo”.

Exemplo: o público de um cantor de ópera antes do gramofone.

O público de um artista, hoje.

Mais provavelmente encontrado em nosso ambiente ancestral.

Mais provavelmente encontrado no ambiente moderno. 

 Imune ao Cisne Negro.

Vulnerável ao Cisne Negro.

Sujeito à gravidade.

Não existem restrições físicas a um número.

Corresponde (geralmente) a quantidades físicas. Por exemplo: peso.

Corresponde a números. Por exemplo: a riqueza.

O mais próximo possível do que a realidade pode oferecer espontaneamente de igualdade utópica.

Dominada pela desigualdade extrema do tipo “O vencedor leva tudo”.

O total não é determinado por uma única instância ou observação.

O total será determinado por um pequeno número de eventos extremos.

Quando se observa por algum tempo, é possível saber o que está acontecendo.

É necessário muito tempo para que se saiba o que está acontecendo.

Tirania do coletivo.

Tirania do acidental.

Fácil de se fazer previsões a partir do que se observa e de estendê-las ao que não se observa.

Difícil de se prever a partir de informações do passado.

A história se arrasta.

A história dá saltos.

Eventos são distribuídos de acordo com a “curva na forma de sino”* (a GIF) ou suas variações.

A distribuição ou é feita por Cisnes “cinzentos” mandelbrotianos (cientificamente tratáveis) ou por Cisnes Negros totalmente intratáveis.

* O que chamo de “distribuição de probabilidade” aqui é o modelo usado para calcular a probabilidade de eventos diferentes e como são distribuídos. Quando digo que um evento é distribuído de acordo com a “curva na forma de sino”, quero dizer que a curva na forma de sino gaussiana (assim chamada por causa de C. F. Gauss; mais sobre ele em breve) pode ajudar a oferecer as probabilidades de diversas ocorrências.

 

 

30 julho 2024

Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina

O livro Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina, de Was Rahman, com tradução de Lana Lim e Anna Lim, editadp pelo Senac, em 2024, apresenta-nos os principais conceitos relacionados à inteligência artificial e ao aprendizado de máquina, explicando do que se trata, como surgiram, quais são suas principais aplicações e como têm transformado a sociedade.

Em seu prefácio, ANAND SRINIVASAN, líder global de TMT & analista de tecnologia sênior Bloomberg Intelligence, Pennsylvania, EUA, mostra-nos, de forma sintética todo o conteúdo do livro. Eis o panorama traçado por ele

“A obra de Was Rahman sobre inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina (AM) é um conciso panorama das formas como essas fortes tendências moldarão nosso cotidiano pelas próximas décadas. O autor tece uma narrativa cativante que engloba desde os primórdios até os dias atuais, e oferece uma perspectiva para a utilização dessa tecnologia no futuro. 

A partir do panorama histórico traçado por Rahman, pode-se fazer uma rica análise sobre como filósofos, matemáticos, cientistas e engenheiros contribuíram para a forma atual da IA. Com destreza, o autor concatena os resultados de projetos iniciais, desde o British Science Research Council até os progressos feitos pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (Darpa, do inglês Defense Advanced Research Projects Agency), pelo Dartmouth College e pelo governo japonês. Ele nos lembra de como Hollywood atiçou a criatividade com J.A.R.V.I.S. (Just A Rather Very Intelligent System ou Apenas um sistema bastante inteligente) em Homem de ferro, e nos fez temer as possibilidades sinistras de Hal em 2001: Uma odisseia no espaço.

Como os seis conceitos principais de Rahman para a IA e o AM são bem definidos e amplamente aplicáveis em uma série de usos, desde a visão computacional até o processamento de linguagem natural (PLN), passando pela automação de processos, os leitores se identificarão com a alegria desse aprendizado profundo, ainda que vinda do ensino a uma máquina.

Esta é uma obra necessária para as mentes curiosas de líderes empresariais, cientistas, médicos, educadores e estudantes. Todos encontrarão algo de útil aqui; desde a empresa que precisa de uma análise dos pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças da IA, até o estudante que considera diferentes campos de estudo ou de carreira. Para oferecer aos leitores uma compreensão mais ampla de como, quando e onde a IA pode ser usada, Rahman fala sobre as aplicações mais comuns dela no dia a dia — alto-falantes inteligentes, automação residencial, sistemas de navegação, algoritmos de previsão de intenção de compra, cotações de seguro e logística — e outras, como recursos humanos, em que o emprego de IA é complexo do ponto de vista jurídico.

Muito se sabe a respeito da IA, mas também há muito que sequer se sabe que não se sabe. E, embora alguns temam esse futuro, Rahman aborda questões cruciais, como controle, moralidade e legalidade, das quais as gigantes da IA — Amazon, Facebook, Alibaba e Google — tentam ter uma sólida compreensão a respeito.

Além de apresentar suas próprias visões sobre o futuro da IA, Rahman assimila as concepções de alguns dos grandes pensadores do tema, como Kurzweil, Asimov, Kaku, Feynman, Toffler e Webb. O que sabemos é que teremos limitadas ferramentas de IA para melhorar drasticamente a qualidade da vida humana para essa geração, ao mesmo tempo em que avançamos seu escopo, e ainda refletiremos sobre a utopia ou o medo da singularidade que possa advir da IA em potencial”.

24 julho 2024

Antifrágil

Menos é mais e, geralmente, mais eficaz

Antifrágil: Coisas que se Beneficiam com o Caos, de Nassim Nicholas Taleb, com tradução de Eduardo Rieche, foi editado pela Best Business em 2015. O livro foi escrito segundo os seus interesses intelectuais e filosóficos em aleatoriedade e incerteza como também em função de sua profissão de “especialista em volatilidade”. Eis como se expressa no prólogo: “ao escrever, sinto-me corrupto e antiético se tiver de procurar um assunto em uma biblioteca como parte do próprio ato de escrever. Isso age como um filtro — e é meu o único filtro”. 

Da mesma forma que o vento apaga uma vela e energiza o fogo, a aleatoriedade, a incerteza e caos devem fornecer elementos para domesticar, dominar e conquistar o invisível, o inexplicável. Muitas coisas se beneficiam do acaso, do inesperado. Nesse sentido, a antifragilidade não se resume à resiliência, ou à robustez, mas significa apreciar erros, capacitando-nos para lidar com o desconhecido. Acha que aqueles que se colocam como superprotetores tentando nos ajudar são, na realidade, os que mais nos prejudicam.

Comparando esta obra com A lógica do Cisne Negro e Iludido pelo acaso, de sua autoria, acredita que Antifrágil seria o volume principal, e os outros dois uma espécie de apêndice, ou seja, de menor importância. A lógica do Cisne Negro e Iludido pelo acaso foram escritos para nos convencer de uma situação terrível. O “presente livro parte do pressuposto de que não é preciso convencer ninguém de que (a) os Cisnes Negros dominam a sociedade e a história (e as pessoas, por causa da racionalização ex post, se julgam capazes de compreendê-los); (b) como consequência, não sabemos bem o que está acontecendo, principalmente sob não linearidades graves; de modo que podemos chegar aos assuntos práticos imediatamente”.

Critica o fragilista médico, que nega exageradamente a capacidade natural do corpo para se curar; o fragilista político, que confunde a economia com uma máquina de lavar roupa que precisa de reparos constantes (feitos por ele) e a faz pifar; o fragilista psiquiátrico, que medica crianças para “melhorar” sua vida intelectual e emocional; a fragilista mãe-coruja; o fraglista financeiro; o fraglista militar; o fragilista prognosticador; e muitos outros.

Como um insight, percebeu que a fragilidade — ainda sem uma definição técnica — podia ser expressa como aquilo que não aprecia a volatilidade. E aquilo que não aprecia a volatilidade não aprecia a aleatoriedade, a incerteza, a desordem, os erros, os agentes estressores etc. Pensa que os sistemas antifrágeis (até certo ponto) se beneficiam, enquanto os sistemas frágeis são penalizados por quase todos eles. Procura demonstrar que há um roubo de antifragilidade por pessoas que estão “arbitrando” o sistema. 

21 julho 2024

Lógica do Cisne Negro, A

A lógica do Cisne Negro: o Impacto do Altamente Improvável é um livro escrito por Nassim Nicholas Taleb, com tradução de Marcelo Schild e revisão técnica Mário Pina. Editado pela Best Seller, em 2015, copyright de 2007.

Os cisnes brancos faziam parte de uma crença inquestionável por ser absolutamente confirmada por evidências empíricas. Com a descoberta da Austrália, observou-se o aparecimento dos cisnes negros. Percebe-se, assim, que o Cisne Negro é um Outlier [de valor atípico, discrepante], pois está fora do âmbito das expectativas comuns. Nesse sentido, manias passageiras, epidemias, moda, ideias, a emergência de gêneros e de escolas artísticas seguem essa dinâmica do Cisne Negro. 

A ideia central deste livro é realçar a cegueira da humanidade em relação à aleatoriedade, particularmente os grandes desvios. Citemos, como exemplo, a derrubada das Torres Gêmeas do World Trade Center, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001, em que cerca de 2.500 pessoas foram mortas diretamente pelo grupo de Bin Laden. Outro exemplo: a tsunami no oceano Pacífico em dezembro de 2004. Caso fosse esperado, não teria causado os estragos que causou.

A lógica do Cisne Negro torna o que você não sabe mais relevante do que aquilo que você sabe. Assim, muitos Cisnes Negros podem ser causados ou exacerbados por serem inesperados. Para o autor, um evento raro equivale a incerteza, por isso este é um livro sobre incerteza.

Taleb acha que há duas maneiras de abordarmos o conhecimento. A primeira é excluir o extraordinário e concentrar-se no “normal”. O examinador deixa de lado as “peculiaridades” e estuda casos comuns. A segunda abordagem é considerar que para que se possa compreender um fenômeno é necessário levar em conta primeiro os extremos — especialmente se, como o Cisne Negro, eles carregarem um efeito cumulativo extraordinário.

Resumindo: "neste ensaio (pessoal), corro riscos e declaro, contra muitos de nossos hábitos de pensamento, que o mundo é dominado pelo extremo, pelo desconhecido e pelo muito improvável (improvável segundo nosso conhecimento corrente) — e que passamos o tempo todo envolvidos em minúcias, concentrados no conhecido e no que se repete".

Jean-Olivier Tedesco, futuro novelista e amigo do autor, advertiu-o: “Não corro para pegar trens.” O que isso significa? Ao nos recusarmos a correr para pegar trens, sentimo-nos donos do nosso tempo, da nossa agenda e da nossa vida. "Perder um trem só é doloroso se você correr para pegá-lo!  Da mesma forma, não estar de acordo com a ideia de sucesso que as pessoas esperam de você só é doloroso se for isso que estiver procurando".

04 julho 2024

Atrocidades em "O Arquipélago Gulag"

O Arquipélago Gulag foi escrito por Aleksandr Soljenítsin (1918-2008), combatente na Segunda Guerra Mundial. Esteve preso e internado em campos de trabalho forçado de 1945 a 1953, após críticas privadas a Stalin. Nele estão relatados as prisões, as torturas e a vida dos detentos. O que impressiona não é o facto de haver no livro alguns erros factuais, mas o facto de que estes sejam tão poucos, considerando que o autor não tinha acesso aos arquivos, nem aos documentos oficiais.

No Dicionário da Língua Russa, de Dal, faz-se a seguinte distinção: o inquérito difere da instrução porque é feito para apurar previamente se há fundamento para a instrução. Mas isso é do dicionário; na prática, não há inquérito, investigação, mas simplesmente a instrução. Assemelha-se ao ditado: “Deem-me a pessoa que eu arrumo o crime”.  

Como os carrascos medievais, os nossos comissários instrutores, procuradores e juízes aceitaram considerar como prova principal de culpa a confissão do acusado. Os métodos utilizados para obtenção da confissão são: a persuasão num tom de franqueza; o insulto grosseiro; o golpe do contraste psicológico; a humilhação prévia; a intimidação (método mais utilizado e muito variado); a mentira; o jogo com a afeição às pessoas de família; o método sonoro; o espancamento, sem deixar marcas.  

"Privação do sono, método que a Idade Média não avaliara devidamente: não sabia como é estreita a margem em que o homem conserva a sua personalidade. A privação do sono é um grande meio de tortura e que não deixa quaisquer sinais visíveis, nem sequer motivo para queixas, caso surgisse amanhã uma inspeção nunca vista. «Não o deixaram dormir? Mas isto não é uma casa de repouso!» Pode-se dizer que a privação do sono se tornou um meio universal nos Órgãos, que saiu da categoria das torturas para a regra da segurança do Estado". 

Um caso interessante. "Natália Postroieva conta que uma vez estava a ser levada para o interrogatório por uma vigilante impassível, muda, zarolha, e de repente algures ao lado da Casa Grande começaram a cair bombas, parecia que iriam cair em cima delas. E a vigilante agarrou-se à sua prisioneira e horrorizada abraçou-a, procurando o calor e a compaixão humana. Mas passou o bombardeamento. E a zarolha voltou ao seu estado anterior: «Ponha as mãos atrás das costas! Avance!»".

Arquipélago está já traduzido em dezenas de línguas, foi reeditado muitas vezes, debatido em centenas de artigos — mas na URSS, por tê-lo lido clandestinamente em cópias de má qualidade, quase ilegíveis, pode-se ir parar à prisão. Como a humanidade se degrada? Como ainda estamos longe da regra de ouro ensinada pela maioria das religiões?

29 maio 2024

Elon Musk

Elon Musk, sul-africano com residência nos Estados Unidos, é considerado um excêntrico, desde sua infância, e possuía a Síndrome de Asperger, ou seja, uma condição psicológica do espectro autista caracterizada por dificuldades significativas na interação social e na comunicação não-verbal. Quando jovem, convidado para uma festa, poderia ficar mais de horas consultando livros na biblioteca do anfitirião.

Sua vida familiar apresenta-se bastante conturbada. O casamento com Talulah Riley terminou com divórcio em 2012, depois um novo casamento em 2013, e um divórcio final em 2016. Posteriormente, ele namorou a atriz Amber Heard, de Hollywood, em 2017. Em 2018, Musk começou a namorar a cantora canadense Grimes, e eles tiveram um filho em maio de 2020, chamado “X AE A-XII”...

Quanto ao seu pulso empresarial, partiu do nada e foi ampliando a sua conquista pelo esforço de concentração. Em 2009, conta que começou a pensar sobre o que mais afetaria o futuro da humanidade. Elencou três coisas: a internet, a transição para uma economia energética e sustentável e a exploração do espaço, particularmente a extensão da vida a múltiplos planetas.

Eis a lista das empresas e empreendimentos aos quais Elon Musk está associado: Zip2, X.com, Paypal, SpaceX, Tesla, The Boring Company, Neuralink e OpenAI.

As empresas que empreendeu foram bem-sucedidas. Tinha, porém, sempre em mente o seguinte: diminuição de custos, alta produtividade, menor impacto possível ao meio ambiente, reutilização de material, entre outros.  

Quando um problema surgia tentava dar uma solução. Para contornar o trânsito, teve a ideia de construir túneis, cuja locomoção era mais rápida. O primeiro túnel construído pela TBC foi um túnel de teste da P&D Hawthorne, de 1,8 km de comprimento, que saiu da propriedade da SpaceX (2018). As principais inovações incluíram: túnel de menor diâmetro, diâmetros padronizados e reutilização da sujeira extraída. A sujeira pode ser convertida em tijolos e vendida para cobrir o custo da escavação do túnel.

Musk acha que é importante ver o conhecimento como uma espécie de árvore semântica — certifique-se de compreender os princípios fundamentais, ou seja, o tronco e os grandes galhos, antes de entrar nas folhas/detalhes, ou não haverá nada para eles se agarrarem.

Em uma importante entrevista a Lex Fridman, em dezembro de 2021, Musk aprofundou o raciocínio por primeiros princípios. Ele o conectou explicitamente com a física, afirmando que “Física é lei e tudo o mais é sugestão. Qualquer um pode violar a lei, mas ninguém pode violar a física”.

Dentre os 50 vieses educativos, destacamos:

“Viés Autosserviço”, no qual assumimos o crédito por nossos sucessos, mas não por nossos fracassos.

“Maldição do Conhecimento”, onde assumimos que todos sabem o que fazemos.

“Efeito Google (também conhecido como Amnésia Digital)”, em que rapidamente esquecemos as informações que encontramos on-line.

“Viés de Autoridade”, no qual somos indevidamente influenciados por figuras de autoridade sem testar suas teorias.

“Viés do Ponto Cego”, no qual pensamos que a ideia vale apenas para outras pessoas, não para nós mesmos.

Fonte de Consulta

MCNAB, Chris. Elon Musk: Inovador, Empreendedor e Visionário. Tradução de Fabiano Flaminio. Cotia, SP: Pé da Letra, 2022.

 

17 maio 2024

Primeira Guerra Mundial e os Estados Unidos

Hans-Hermann Hoppe, economista e filósofo político, em seu livro Democracia: o Deus que Falhou: A Economia e a Política da Monarquia, da Democracia e da Ordem Natural, mostra-nos, em sua introdução, que grande parte dos problemas, tais como a máquina de destruição de riqueza, de desperdício econômico, da sistemática corrupção moral, é a democracia, mostrada como uma forma “branda” — e especialmente insidiosa — de comunismo.

Antes da Primeira Guerra Mundial, os governos eram monárquicos e reis soberanos para os governos. Depois, repúblico-democráticos e povos soberanos, que foi iniciado com a Revolução Francesa. Como consequência de os Estados Unidos entrarem na Guerra, passamos para a era do republicanismo democrático. Introduziu-se o sufrágio adulto universal, e todo o poder estatal foi investido em parlamentos e funcionários “públicos”.

A guerra foi iniciada pela Áustria. O fim dela coube aos Estados Unidos. Começou pela disputa territorial do domínio terrestre, mas acabou ficando na ideologia. Woodrow Wilson, presidente dos Estados Unidos na época, interpretava a guerra como missão ideológica, fazendo com que o mundo se tornasse um lugar seguro para a democracia, livre de governantes dinásticos, uma espécie de bem contra o mal. Para os Estados Unidos, a Áustria era mais demoníaca que a Alemanha, visto que a Áustria tinha herdado muitas tradições do Império Romano.

Se os Estados Unidos tivessem seguido uma prática não intervencionista, o conflito teria acabado em 1916, que poderia ser por meio de um acordo de paz. Nesse caso, Áustria-Hungria, a Alemanha e a Rússia teriam permanecido como tradicionais monarquias em vez de serem transformados em repúblicas democráticas de curta duração.


08 abril 2024

Liberdade de Expressão Versus Censura

“A liberdade de expressão é o mecanismo por meio do qual a sociedade evoluiu.”

O ser humano tem necessidade de verbalizar e comunicar suas ideias com o propósito de persuadir seus interlocutores. Expressar-se de maneira complexa e argumentativa é um traço característico do processo civilizatório, pois mantém a sociedade funcionando. Tendo liberdade de expressão, as pessoas conseguem apontar problemas, falhas, no sentido de solucioná-los.

Dada a liberdade de expressão, a transmissão de ideias pode gerar um foco de conflito entre os seres humanos. Um conjunto de ideias pode nos molestar por não fazer parte de nossa identidade cultural. Por sua capacidade de pensar e verbalizar pode o ser humano soar ofensivo a terceiros.

Ao longo do tempo, o debate aberto propiciou a evolução da humanidade. No caso extremo, como as guerras religiosas, optou-se por aniquilar quem pensasse diferente. A tolerância mútua foi a forma que a sociedade encontrou para evitar os excessos de cada lado da questão.

O filósofo Scott Alexander enfatizou que o “liberalismo” — “uma tecnologia para evitar a guerra civil”, seria o segredo para que possamos conviver em paz, ou seja, aceitarmos tolerar mutuamente as ideias díspares e incorrermos em argumentações racionais para resolver nossas discordâncias.

A censura, por outro lado, estimula a intolerância. O nosso esforço sempre foi o de aceitar as expressões alheias que nos ofendem, e não aquelas que nos agradam. Somos, assim, mais propensos a tolerar as ideias alheias quando os demais toleram as nossas. Quando um grupo vê suas ideias serem silenciadas, ele perde toda a razão estratégica para tolerar as ideias alheias.

A censura, uma vez iniciada, acaba se ampliando cada vez mais. Além disso, quando um grupo vê suas ideias sendo censuradas, a tendência é que ele redobre a aposta em suas ideias, tornando-as ainda mais agressivas, podendo se degenerar em violência física.

O politicamente correto é uma forma de controle social. O adjetivo 'politicamente correto' é usado para descrever linguagens ou ações que devem ser evitadas por serem vistas como 'excludentes' ou 'ofensivas'. Defende a censura de ideias que marginalizam ou insultam grupos de pessoas tidos como desfavorecidos ou discriminados, especialmente grupos definidos por gênero, raça ou preferências sexuais.

Em síntese, se o indivíduo não tiver a liberdade de falar o que pensa, ele não será mais capaz de pensar. 

Fonte de Consulta

https://mises.org.br/artigos/2627/o-politicamente-correto-ataca-um-direito-humano-basico-a-liberdade-de-pensamento-e-de-expressao