A economia
humana é a economia que tem por objetivo desenvolver as
potencialidades dos indivíduos, dando-lhes condições para a sua própria
transcendência, material e espiritual. É a economia do "todo homem" e
"de todos os homens", em que não se faz distinção entre ricos e
pobres, porque privilegia o homem na sua totalidade.
Ao
analisarmos as relações econômicas dentro de uma sociedade, deparamo-nos com a
noção de poder. Para a economia humana, o poder, tal qual é exercido na
atualidade é maléfico, pois ao enfatizar os meios de domínio e de destruição,
debilita os de sobrevivência e de progresso. Além disso, a exaltação do
tecnicismo, da informática e da tecnologia dificulta a verdadeira evolução do
ser humano, pois o peso dos deveres materiais espezinha o dos deveres
espirituais.
Para
atingirmos o âmago da economia humana, os regimes sociais devem sofrer
profundas transformações. Nesse sentido, tanto o capitalismo como o comunismo
são nefastos ao bom desenvolvimento do ser humano. O capitalismo por estimular
a exploração e a opressão; o comunismo, por conceber o homem somente pelo
esforço que faz na edificação da própria doutrina comunista, totalmente alheia
à natureza do indivíduo. Nesse regime, o homem é um número que deve produzir
para o seu chefe, o Estado, e nada mais.
Na
economia humana, o trabalho assume papel relevante, a tal ponto de não permitir
que haja ociosos, nem por miséria e nem por privilégio de classe ou casta. O
sentido de responsabilidade social é tão grande que "quem não quer
tornar-se capaz de servir, com todas as suas forças, na proporção das
necessidades da humanidade, trai a humanidade". Quer dizer, o trabalho é
peça chave na evolução espiritual do ser humano, independentemente da
recompensa monetária.
A
nova civilização, para ser duradoura, deve refletir os pressupostos da economia
humana. Nesse estado de coisas, o homem não poderá continuar sendo o lobo do
próprio homem, mas o seu cooperador. A interdependência entre os seres humanos
fará com que cada qual ajude a potencializar as faculdades do seu próximo, no
sentido de que toda a humanidade seja elevada a um grau máximo de perfeição
possível.
Tenhamos
em mente a nossa cota de responsabilidade. Se cada um de nós cumprir com o seu
dever, o todo será beneficiado e erradicaremos a miséria do Planeta Terra.
Fonte de Consulta
LEBRET,
L. J. Manifesto por uma Civilização Solidária. São Paulo, 4. ed., Duas
Cidades, 1963.
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