30 junho 2008

Textos de Economia e Política














5 Lições Básicas de Economia

Admirável Mundo Novo (Livro)
Agricultura: Sustentáculo de Tudo
Agricultura e Pecuária Sustentáveis
Algumas Características da Esquerda Brasileira
Algumas Citações sobre a Democracia
Algumas Frases de Ludwig von Mises
Algumas Frases de Ronald Reagan
Alguns Dados da Economia Brasileira
Ambientalismo, Internacionalismo e Conservadorismo
Análise Geopolítica do Brasil e do Mundo
Antifrágil: Coisas que se Beneficiam com o Caos
Aposentadoria: Pesquisa com Milionários Norte-Americanos
Artigo 142 da C. F.
Aristocracia
Atitude de Sócrates e os Políticos Brasileiros
Atrocidades em "O Arquipélago Gulag"

Becker, Gary Stanley (1930-2014)
Bem Comum
Bitcoin (Livro)
Blogs e Sites do Autor
Boulding e os Princípios de Política Econômica
Breviário dos Políticos

Capitalismo ante o Socialismo, O
Capitalismo Consciente
Capitalismo, Socialismo e Comunismo
Chico Xavier Previu Tudo
Churchill, Winston (1874-1965)
Cidade de Deus
Cidade Grega: Quem Manda e Quem Obedece
Ciência e Ciências
Ciência Econômica e Economia
Cinco Razões do Autoritarismo dos Governadores
Círculo Vicioso da Injustiça
Combatendo os Sofismas Políticos
Conservadorismo
Constituição Planetária
Convencer Quem não Quer ser Convencido
Corrupção e Princípio da Ação
Crise de 1929
Custo Privado e Custo Social

Decálogo de Lenin?
Defoe, Daniel
Democracia
Democracia Aviltada
Deputado no Parlamento de Genebra
Desigualdade da Renda é Boa ou Má?, A
Desigualdade: Ricos e Pobres
Desvalorização e Especulação
Diferenças Essenciais entre a Escola Austríaca e a Neoclássica
Dinheiro é Riqueza?
Dinheiro e Troca
Distopia
Distribuições Inigualitárias

Economia Brasileira
Economia Cognitiva
Economia e Política Econômica
Economia Evolucionista
Economia Humana
Economia na Era do Ciberespaço
Economista e as Finanças Públicas
Economistas Filósofos
Educação, Pobreza, Fome e o Freak
Eleição: Anular o Voto?
Eleições 2014: Influência dos Espíritos
Escola Austríaca e a Escola Neoclássica, A
Escolha: Mais é Menos
Especialização e Troca
Eternização do Estado
Eugen von Bohm-Bawerk
Evolução do Conceito de Estado: de Maquiavel a Marx

Fahrenheit 451 (Livro)
Fascismo e Comunismo
Fato e Narrativa
Fatos e Teorias
Frédéric Bastiat (Livro)
Friedman, Milton (1912-2006)
Furtado, Celso (1920-2004)

Galbraith, John Kenneth (1908-2006)
Ganha-Ganha e Soma-Zero
Ganhos da Produtividade da Matemática Avançada, Os
Genealogia do Pensamento Econômico
Globalização
Gudin, Eugênio (1886-1986)
Guerra, A
Guia de Introdução ao Liberalismo

Hayek, Friedrich August von (1899-1992)
Hicks, Sir John Richard (1904-1989)
Hino Nacional
Homeschooling
Hume, David (1711-1776)

Ibn Khaldun
Ideologia e Economia
Imposto e Gestão Pública
Inovação: Aprendendo com o Fracasso
Inteligência Artificial e Aprendizagem de Máquina

Jean Jacques Rousseau
Jonh Stuart Mill
Jornal da Besta Fubana
Justiça e Distribuição de Renda

Keynes, John Maynard (1883-1946)
Keynesianismo

Lei, A (Livro)
Liberalismo
Liberdade de Expressão Versus Censura
Locke, John (1632-1704)
Locke e o Governo Civil
Lógica do Cisne Negro, A

Mahatma Gandhi
Mão Invisível
Marshall, Alfred (1842-1924)
Marx, Karl (1818-1883)
Marxismo: A Rota para o Comunismo
Max Weber
Menger, Carl (1840-1921)
Mentalidade Anticapitalista, A (Ludwig von Mises)
Meritocracia
Mises, o Indivíduo e a Ação Humana
Os Mitos da Democracia
Multiculturalismo
Murray N. Rothbard
Museu Memória do Jaçanã
Musk, Elon

Necessidade da Reforma Política
Necessidade e Demanda
Nero
Nossa língua “Inculta”
Norberto Bobbio e a Democracia
Nova Esquerda: Gramsci
Novilíngua (George Orwell)

On-line e Off-line
Opinião Pública
Orçamento Público
Ordem Ampliada de Hayek
Origem do Capitalismo
Origem do Termo "Maquiavélico"
Origens da Educação Obrigatória

Papel Político de Jan Hus
Paradigma
Pareto, Vilfredo (1848-1923)
Parlamentarismo Versus Presidencialismo
Parte e o Todo
Pechincha e Barganha
Pense como um Freak: Notas sobre Alguns Capítulos
Poder e Poder Político
Política
Política: Platão versus Aristóteles
Primeira Guerra Mundial e os Estados Unidos
Princípios Econômicos e Tempo
Problema da Escolha no Mundo Infinito de Opções, O
Produto Nacional
Progresso Econômico
Propriedade ante o Socialismo e o Capitalismo

Queda da Bastilha

Racionalidade e Irracionalidade Econômicas
Reforma do Ensino Médio
Rent Seeking
República de Hobbes
Resposta a alguns Comentários Críticos ao Paradigma Austríaco
Revolução: Armas ou Ideias?
Revolução dos Bichos, A (Livro de George Orwell)
Revolução Econômica
Ricardo, David (1772-1823)
Ricos e o uso das inovações, Os
Robinson, Joan (1903-1983)
Roger Scruton, um Conservador, Morre aos 75 Anos

Sagrado ante as Ciências Sociais
Saiba o que é a Gripe, por Dr. Mauro Gomes
Samuelson, Paul Anthony (1915-2009)
Schumpeter e sua Obra
Simonsen, Mário Henrique (1935-1997)
Socialismo e Capitalismo
Socialismo: Falácia do Jogo de Soma Zero
Sofismas Políticos
Solow, Robert Merton (1924-)
Sowell, Thomas
Sugestão e Comunicação Persuasiva

Teoria dos Sentimentos Morais
Tobin, James (1918-2002)
Troca

Uma Teoria do Socialismo e do Capitalismo: Notas do Livro

Velha Ordem e Nova Ordem
Vida de Adam Smith, A
Von Mises e sua Crítica Econômica

Walras, Léon (1834-1910)


24 junho 2008

Economia na Era do Ciberespaço

Estima-se que, nos próximos decênios do século XXI, mais de 80% da população mundial estará conectada à rede mundial de computadores (Internet). Será uma verdadeira cidade planetária, ou seja, todos poderão se comunicar com todos em tempo real. Essa nova economia, também chamada de economia virtual, irá incrementar cada vez mais as ações dos indivíduos em todos os tipos de mercado. A informática veio para ficar. O capitalismo, também, não será suplantado tão cedo. O que nos cabe fazer? Entender a dinâmica da "globalização".

A economia sempre foi virtual. Pressupõe sempre uma perspectiva futura. A especulação, tão abominada por muitos pensadores, é um dos seus princípios. Observe que, embora possamos dizer que os especuladores ganham muito, esse ganho não é real, pois mais cedo ou mais tarde, o preço tende para um equilíbrio de mercado. Por isso, investir na bolsa não pode ser somente para ganhar dinheiro, mas para auxiliar as empresas a crescerem e gerarem lucro, para ser dividido futuramente com os seus acionistas.

Os websites nada mais são do que a oferta de ideias e conhecimentos, ideias e conhecimentos de todos os tipos possíveis, gerando muitas controvérsias, extremamente úteis para o processo de aprendizagem do ser humano. Embora gratuitos, eles podem gerar receitas. Observe a potência que está se tornando o Google, que domina 80% das buscas em toda a Internet. Recentemente, foi publicado um artigo de Chris Anderson, editor-chefe da revista Wired e autor do best-seller A Cauda Longa, sobre a gratuidade nos negócios, a chamada “freeconomics”, na revista HSM Management, edição maio-junho de 2008.

Podemos combater o capitalismo e a globalização, mas não há lógica. Cabe-nos, sim, envidar muitos esforços para compreender essa dinâmica atual. A compreensão gera nova fase de conhecimentos, porque o esforço de compreensão é a aplicação de nossos recursos pessoais na criatividade, o que não acontece quando só queremos combater o que existe. As novas ideias poderão ser aceitas pelos outros e, inclusive, gerarem recompensa financeira para o autor da ideia. Basta colocar, por exemplo, o adsense — ganhe dinheiro com a exibição de anúncios no seu site, oferecido pelo Google.

Neste mundo da interconexão, os websites, os blogs, as formas de debate, as teleconferências, os grupos de discussão assemelham-se a uma cidade. Numa cidade física temos os consumidores, os produtores, o mercado, o sistema financeiro etc. Do mesmo modo é a cidade virtual, onde há mercado, com sua oferta e procura. É possível que uma ideia lançada no ciberespaço não tenha utilidade. Mas ela está lá esperando para atender a uma necessidade. Quando elas forem capazes de atender a muitas necessidades, poderão gerar divisas para o seu criador.

Por fim, a abertura do pensamento ao novo é o único capital que gerará muita divisa num futuro próximo.

Fonte de Consulta

LÉVY, Pierre. A Conexão Planetária, editado pela Editora 34.

11 junho 2008

Política

1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é refletir sobre a polis, as pessoas e o governo. Para isso, verificaremos o significado, a necessidade e a natureza da política, a evolução do termo através dos tempos e as relações entre teoria e praxis.

2. CONCEITO DE POLÍTICA

2.1. SIGNIFICADO DE POLÍTICA

Derivativo do grego politikós (polis), que significa tudo o que se refere à cidade, portanto, citadino, público, social.

Na Idade Moderna o termo perdeu o seu significado original tendo sido substituído por expressões tais como "ciência do Estado", ciência política", "doutrina do Estado" e "Filosofia Política".

"O conceito de Política, entendido como forma de atividade ou de praxe humana, está intimamente ligado com o de poder. O poder foi definido tradicionalmente como algo que se "se baseia nos meios para obter uma vantagem" (Hobbes) ou analogamente como "o conjunto de meios que permitem obter efeitos desejados" (Russel). Um destes meios é o domínio sobre os outros homens". (Bobbio, 1988, p. 21-36)

2.2. NATUREZA DA POLÍTICA

A Política é, em certo sentido, a tomada de decisões através de meios públicos, em contraste com a tomada de decisões pessoais, adotadas particularmente pelo indivíduo, e com as decisões econômicas, geradas como resposta a influências impessoais, tais como o dinheiro, condições do mercado e escassez de recursos. Platão e Aristóteles fazem uma analogia com o "navio" para explicar a ação política. O timoneiro deveria cuidar do leme, do peso, da rota e dos tripulantes para que o mesmo não encalhe, não afunde e chegue ao seu destino. O mesmo se dá com o governante à frente de um Estado, isto é, deve conduzir homens aos ideais propostos.

Observe que o Third New International Dictionary, de Webster, menciona que a palavra "govern" vem do frances antigo governer, derivada do latim gubernare (guiar, pilotar, governar) que por sua vez vem do grego kybernan. (Deutsch, 1988, p. 15-20)

2.3. NECESSIDADE DA POLÍTICA

A política não é apenas uma atividade das instituições sociais, senão que se origina na própria essência da sociedade, independentemente de sua institucionalização. O bem comum, por sua vez, é a concepção milenar da função da Política dentro da sociedade, e a expressão clássica desta concepção está em Santo Tomás de Aquino, que, na sua Suma Teológica, escreve "Finis politica est urbanum bonum" — "A finalidade da política é o bem comum". Não é religioso ou filosófico, mas social. (Franco, 1988, p. 9-14)

Mas que é esse bem comum?

Quem melhor o definiu foi o Papa João XXIII, nos seguintes dizeres: "O Bem comum consiste no conjunto de todas as condições da vida social que consintam e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana".

3. RESUMO HISTÓRICO

3.1. ANTIGUIDADE

Nas Antigas civilizações orientais não houve verdadeira doutrina política; os grandes impérios asiáticos e o Egito não admitiam que aí pudesse haver forma de governo diferente da monarquia absoluta, exercida em nome do deus protetor da Nação. O que existia era a arte de governar, transmitida pelos reis aos seus escolhidos. Os escritos do Taoísmo, na China, servem como exemplo, quando diziam que governar é como fritar peixes pequeninos. (Mosca, 1987, cap. IV)

A origem da Política como doutrina e forma de governo está relacionada com as idéias desenvolvidas por Platão (427-344 a. C.) e Aristóteles (384-322 a. C.). Platão descreve no livro República o estado ideal e indica as causas da decadência que fazem com que da cidade ideal, possa-se gradualmente chagar à tirania, isto é, à pior das formas de governo. Aristóteles começa por afirmar que o homem é um animal naturalmente social. Segundo ele, os dons que a natureza deus aos indivíduos só podem desabrochar através do contato social. (Mosca, 1987, cap. VII)

3.2. IDADE MÉDIA

Período que vai de 476 (queda do Império Romano) até 1453 (tomada de Constantinopla pelos turcos). "A principal característica da Idade Média, do ponto de vista político, é a confusão do direito privado e do direito público, do que resulta a que o proprietário ou o possuidor de um trato de terra acreditava-se investido de direitos soberanos sobre os habitantes dessa região". (Mosca, 1987, p. 74)

No campo intelectual havia ausência de espírito crítico e de senso histórico, inexistência do espírito de observação e respeito excessivo ao princípio de autoridade (Bíblia e Aristóteles). A ruptura desse modelo de pensamento político se dá com o aparecimento da obra de Maquiavel, o Príncipe, onde diz o que é a realidade (mostrando as falcatruas dos dirigentes) e não como ela deveria ser. (Mosca, cap. XI)

3.3. IDADE MODERNA E CONTEMPOÂNEA

Período que se estende de 1453 aos nossos dias. A Idade Moderna representa a transição do Feudalismo ao Capitalismo Industrial. A instituição do Parlamentarismo na Inglaterra, a Revolução Francesa, o aparecimento do nacionalismo e do imperialismo são alguns dentre os muitos aspectos que caracterizam essa fase.

Atualmente nota-se uma tendência à democracia na maioria dos países liberais. "Na pesquisa sobre liberdade no mundo de 1992, a organização Freedom House, de Nova Iorque, verificou que, pela primeira vez na História, a maioria dos países da Terra são democráticos. Das 171 nações pesquisadas, 89 eram democracias declaradas e 32 se encontravam em transição para a democracia". (Jornal do Brasil, 1992)

4. AÇÃO POLÍTICA

4.1. TEORIA E PRÁXIS

A questão da relação entre a Teoria e a Práxis, que por assim dizer foi fundada por Platão; foi ele talvez quem primeiro teve a consciência do problema. A questão aparece em Platão no livro A República, e justamente no famoso Livro VII da República, que é o livro em que existe uma famosa alegoria, o chamado "Mito da Caverna". Ele propõe a seguinte questão: como podemos fundar a relação entre governantes e governados? Existe uma relação de obediência. Como justificar essa obediência? Onde encontrar elementos teóricos para legitimar uma relação de obediência?

Na alegoria do "Mito da Caverna", Platão coloca alguns homens numa caverna, de costas para a entrada, de modo que só conseguem ver as próprias sombras projetadas no fundo da mesma. Dentre esses homens, um deles (o filósofo) se vira e sai à procura da luz (conhecimento). Inteira-se dele e por, dever de consciência, obriga-se a passá-lo aos demais que lá ficaram. Acontece que se ele disser a verdade, será ridicularizado. Portanto, para evitar esse contratempo, cria o "mito", a fim de que seja ouvido e obedecido. O filósofo, que é amante da verdade, tem de mentir e transforma-se mais em rei do que filósofo. A relação entre o real e o ideal é um problema por resolver e Platão joga-o para os séculos seguintes. (Ferraz, 1988, p. 39-48)

4.2. FILOSOFIA E POLÍTICA MARXISTA

Tanto os pensadores da Antiguidade quanto do da Idade Média davam ênfase ao Estado ideal e não ao Estado real. Karl Marx (1818-1883), filósofo materialista e criador do materialismo histórico diz que até aquela época os filósofos idealizaram o mundo, mas que chegara o momento de transformá-lo através da ação.

Como procedeu Marx? Estudou a dialética idealista de Hegel (1770-1831) e a dialética materialista de Feuerbach (1775-1833). Observou a luta de classes na Inglaterra e o processo da Revolução Francesa. As conclusões levaram-no a criar o termo materialismo histórico, ou seja, a matéria é origem de tudo e o modo de produção é que determina a religião, a arte, a forma familiar etc.

O materialismo histórico ou dialético pode ser resumido da seguinte forma: a luta de classes — escravos lutando contra os senhores numa sociedade escravagista levaria esta à sociedade feudalista; a luta dos vassalos contra os senhores feudais, levaria esta sociedade ao capitalismo; o proletariado, nesta sociedade, lutando contra os capitalistas levaria ao comunismo. O comunismo seria uma sociedade igualitária, onde não haveria a exploração do homem pelo homem. Em termos práticos, vimos a instituição do comunismo na Rússia e na China, países pré-capitalistas.

5. TESE MARXISTA

5.1. LUTA DE CLASSES

Para Marx, há sempre um inconformismo da classe proletária, pois na sua teoria da mais valia, os empresários ficam com a parcela da renda que pertence ao trabalhador. Nesse sentido, o enfoque marxista da ação humana "induziria" o povo a pegar nas armas para conseguir uma situação mais igualitária da renda.

5.2. A FELICIDADE

Como o marxismo é uma filosofia materialista, a felicidade do homem encontra-se nos proventos materiais que o trabalho proporciona. Por isso, cada pessoa deveria entregar-se totalmente à produção dos referidos bens, pois quanto mais produzisse mais aumentaria o seu bem-estar e, portanto, a sua felicidade.

6. CONCLUSÃO

Como vimos, a política é o meio pelo qual os homens, que detém o poder, interferem na ação humana e no ecosistema. Seu principal objetivo é conciliar os interesses particulares com os interesses públicos, a fim de atingir o bem comum. Nesse sentido, o povo deveria votar cautelosamente nos candidatos que iriam representá-lo, porque estes, honestos ou desonestos, nada mais são do que o espelho de nossas escolhas.

7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BOBBIO, N. O Significado da PolíticaIn O Que é Política. Curso: A Necessidade da Política I. Brasília, Instituto Tancredo Neves, 1988.

DEUTSCH, K. A Natureza da PolíticaIn O Que é Política. Curso: A Necessidade da Política I. Brasília, Instituto Tancredo Neves, 1988.

FERRAZ JR. T. S. Política e Ciência PolíticaIn O Que é Política. Curso: A Necessidade da Política I. Brasília, Instituto Tancredo Neves, 1988.

FRANCO, A. A. de M. A Necessidade da Política. In O Que é Política. Curso: A Necessidade da Política I. Brasília, Instituto Tancredo Neves, 1988.
Jornal do Brasil, 27/02/92

MOSCA, G. História das Doutrinas Políticas - Desde a Antigüidade, completada Gaston Bouthoul...; trad. de Marco Aurélio de Moura Bastos. 6. ed., Rio de Janeiro, Guanabara, 1987.

Globalização

globalização é um processo de produção, caracterizado pelas rápidas transformações tecnológicas, sobretudo nas áreas da informática e das telecomunicações, em que se produziu um longo período de crescimento econômico baseado no aumento da produtividade. Os Estados Unidos são o carro chefe desse processo, seguido por outros países da Europa. Da observância desse fato, levanta-se a seguinte tese: a globalização é um instrumento capaz de aprofundar as desigualdades entre nações ricas e pobres e aumentar a dependência destas últimas.

O progresso é uma lei natural. Quer queiramos ou não, ele se dará em mais ou menos tempo. Observe que a revista Fortune, abrangendo as cem maiores empresas do mundo, anota que a maior parte dos investimentos destas não foi dirigida para a produção, mas para as atividades virtuais: software, reengenharia, inovação etc. Nessa mesma linha de pensamento, o The Economist informa-nos que a inovação gera mais lucro do que as meras modernizações de linhas tradicionais. Lembra ainda que a taxa média de retorno das 17 inovações de maior sucesso nos Estados Unidos, em uma década, foi de 56%, enquanto a dos demais investimentos foi de 16% nos últimos 30 anos.

Essa nova fase do capitalismo, embora revolucionária, encaixa-se nas teses de Ludvic Von Mises e de Hayek. Von Mises, por exemplo, define o capitalismo como a personificação da ação criativa, que exige inteligência gerencial, desenvolvimento do trabalho e, acima de tudo busca do conhecimento. Hayek, por outro lado, fala que de uma ordem espontânea sempre emergirá dessa instabilidade. Significa dizer que o mercado pode ser hostil, violento e sem idealismo, contudo produz eficiência e é essa eficiência que torna o capitalismo capaz de criar riquezas.

O Brasil ainda se encontra bem atrasado em relação às altas tecnologias. Apesar disso, temos alguns centros que se destacam: o IPT, Instituto de Pesquisas Tecnológicas da USP, realiza, em seus 72 laboratórios, mais de 3.000 ensaios, testes e análises voltados para as mudanças de rumo tanto no setor público quanto no setor privado; a EMBRAER, Empresa Brasileira de Aeronáutica, que, depois de privatizada, foi considerada a maior exportadora brasileira, em 1999. Na Pesquisa das 500 Maiores Empresas Brasileiras, publicada pela Conjuntura Econômica, ela contabiliza encomendas no valor de 21 bilhões de dólares, passando do 44.º lugar para 17.º de 1999.

O problema que nos preocupa não é tanto a disputa pelas altas tecnologias, mas o protecionismo, explícito ou implícito, praticado por esses países que se dizem liberais. Os Estados Unidos, por exemplo, colocam barreiras não-tarifárias, disfarçadas em defesa do trabalho infantil, preservação do meio ambiente, acusações de dumping, principalmente naqueles produtos que podemos competir em preço e qualidade: aço, suco de laranja calçados, têxteis etc. A Europa, por seu turno, pratica a política de subsídios às atividades agro-industriais.

É preciso que os países mais ricos dividam os ganhos da globalização com os países pobres. Caso contrário, a desigualdade aumentará indefinidamente.

Fonte de Consulta

RIBEIRO, A. V. Contradições Face à Globalização. Publicado em A Economia Brasileira e suas Perspectivas. Rio de Janeiro, 39.ª Apec, 2000.

Marxismo: A Rota para o Comunismo

comunismo tem várias acepções. Em seu sentido amplo, o termo designa toda a doutrina que concede à comunidade direitos e prerrogativas que, em força da lei natural ou de leis positivas comumente aceitas, se atribuem ao indivíduo. Historicamente, podemos percebê-lo no livro A República, de Platão, quando trata da educação dos guardiões. Tipos de comunismo encontramos, também, na primitiva comunidade cristã de Jerusalém e nas comunidades monásticas e religiosas da Idade Média.

comunismo pode e deve ser visto de forma ampla. Contudo, quando falamos de comunismo, quase sempre queremos nos reportar à definição empregada por Karl Marx e Friedrich Engels. Para Marx e Engels, o comunismo é o estádio da sociedade humana onde não mais existiriam exploradores e explorados, onde a exploração do homem pelo homem tivesse chegado ao seu fim. O homem, a sociedade e a natureza formariam um todo harmônico; o sonho do Homem Integral estaria realizado.

Para que a humanidade atinja esse estádio, há necessidade de uma fase intermediária, denominada de socialismo científico, em que a ditadura do proletariado se incumbiria de realizar a transformação – do capitalismo para o comunismo. Tirou essas conclusões observando a luta de classes no processo histórico e, mais especificamente, aquela travada na Revolução Francesa, em que os ideais de liberdade ecoavam por toda a parte.

A mais-valia é a sua tese central. Nela está implícita a distinção entre valor de uso e valor de troca. O valor de uso de uma mercadoria é o grau de satisfação de uma necessidade. Exemplo: um par de sapatos atende à necessidade dos pés. Valor de troca é a avaliação monetária da referida mercadoria. Marx achava que o trabalhador recebia menos do que o seu valor de uso. Havia um excedente que ficava nas mãos dos proprietários, que por direito pertencia ao trabalhador. A isso deu o nome de mais-valia. Aí residiria a luta de classes, o germe que acabaria com o próprio capitalismo.

comunismo, sendo a última etapa do desenvolvimento de uma sociedade, não comportaria mais luta de classes, pois o sistema de produção tornou-se coletivo, onde todos os bens eram divididos igualmente. Nesse ponto, surge uma questão: como conviver com esse estado de coisas, se o ser humano não se preparou interiormente para tal aquisição? É por isso que o comunismo não prosperou no mundo todo. Faltou-lhe uma maior compreensão do psiquismo humano. Lênin, por exemplo, tentou aplicar a teoria marxista na Rússia, mas ateve-se somente à ditadura do proletariado, o qual ficou sujeito a um partido político.

Antes de implantarmos ideias novas, devemos preparar o ânimo daqueles que serão por elas influenciados. Sem isso, a derrocada é quase certa.

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A Queda do Comunismo

Linha do tempo

1985 — MARÇO Mikhail Gorbachev torna-se líder soviético e inicia um processo de liberalização e de reformas econômicas

1988 — MAIO Liderança comunista linha-dura na Hungria é substituída por reformadores JUNHO Intervenção de forças soviéticas para reprimir violência étnica na Armênia, no Azerbaijão e no enclave armênio de Nagorno-Karabakh NOVEMBRO Partidos políticos legalizados na Hungria

1989 — JUNHO Eleições livres na Polônia AGOSTO Na Polônia, a Solidariedade forma uma coalizão com os comunistas; milhares de refugiados da Alemanha Oriental começam a chegar ao ocidente através da Hungria e da Tchecoslováquia SETEMBRO Os comunistas são derrotados nas eleições livres da Hungria; início das manifestações de massa na Alemanha Oriental OUTUBRO A Hungria se declara república democrática NOVEMBRO Renúncia do governo da Alemanha Oriental; queda do Muro de Berlim; renúncia do líder comunista da Bulgária; manifestações em massa na Tchecoslováquia DEZEMBRO governo não comunista assume o poder na Tchecoslováquia ; derrubada violenta do regime comunista na Romênia

1990 — O Partido Comunista Soviético concorda em abrir mão de seu monopólio no poder. MARÇO A Lituânia declara sua independência da União Soviética; eleições livres na Alemanha Oriental MAIO Letônia e Estônia declaram sua independência da União Soviética; Boris Yeltsin é eleito presidente da Federação Russa, que se declara estado soberano JULHO Parlamento ucraniano vota pela independência OUTUBRO Reunificação da Alemanha Oriental e Ocidental

1991 — JUNHO Eslovênia e Croácia declaram a independência da Iugoslávia; surgem conflitos com o exército iugoslavo dominado pelos sérvios, levando à guerra civil AGOSTO Fracasso do golpe contra Gorbachev, que suspende o Partido Comunista; as Repúblicas Soviéticas restantes declaram sua independência e, no final de 1991, a União Soviética deixa de existir

1992 — JANEIRO Interventores da ONU para garantir a paz na Croácia; Macedônia e Bósnia-Herzegovina declaram independência da Iugoslávia ABRIL Sérvios iniciam o cerco de Sarajevo, capital da Bósnia JUNHO início da violência separatista no Cáucaso

1993 — JANEIRO Após um referendo, a Tchecoslováquia se divide em República Tcheca e Eslováquia

1994 — AGOSTO Guerra Civil na Chechênia entre grupos pró e anti-Rússia DEZEMBRO Forças russas entram na Chechênia

1995 — JULHO Massacre de milhares de mulçumanos bósnios por sérvios bósnios em Srebrenica AGOSTO Ataques aéreos da OTAN contra os sérvios da Bósnia NOVEMBRO Acordo de Dayton põe fim ao conflito na Bósnia   

1998 — MARÇO OTAN inicia ataques aéreos contra a Sérvia em resposta às atrocidades contra os albaneses em Kosovo

Extraído de: Crofton, Ian. 50 ideias de história do mundo que você precisa conhecer / Ian Crofton; [tradução Elvira Serapicos]. — 1. ed. — São Paulo: Planeta, 2016