29 setembro 2022

Alguns Dados da Economia Brasileira

Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou que, em julho de 2022, o número de brasileiros empregados chegou ao número de 100 milhões. É um recorde: o maior número de brasileiros com emprego na série histórica, iniciada em 2012. O número de desocupados no Brasil agora é de 9,7 milhões, 8,9% da população, menor taxa desde julho de 2015.

Os investimentos diretos no Brasil chegaram a US$ 52,6 bilhões só no primeiro semestre deste ano, superando todo o ano de 2021 (que somaram US$ 46,4 bilhões). Os dados são de uma estatística do Banco Central do Brasil (BCB). Em 2021, o comércio exterior do Brasil, considerando importações e exportações, bateu o recorde sobre o PIB, acumulando 39% do Produto Interno Bruto. É o maior percentual da série histórica do Banco Mundial, que começou em 1960. O saldo comercial da corrente do comércio exterior brasileiro do atual governo, considerando tanto as exportações como as importações, atingiu R$ 1 trilhão (US$ 191 bilhões). “O comércio exterior do Brasil chegou a 2% do total mundial no 1º trimestre deste ano.

Este ano, o Brasil também voltou ao top 10 das maiores economias do mundo, saiu da 13ª posição no 4º trimestre de 2021 para a 10ª em março de 2022, segundo o ranking Austin Rating. Outra boa notícia deste ano: segundo uma projeção do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a extrema-pobreza deve cair 22% no Brasil até o final do ano. Na contramão, ela deve aumentar 15% no mundo.

O ano de 2022 também foi marcado pela formalização do processo de adesão do Brasil à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), já que nosso país recebeu a carta-convite da administração da OCDE no dia 25 de janeiro de 2022. O processo, aprovado pelos embaixadores dos 37 países que compõem a organização, não tem data final para acabar, mas deve levar até 3 anos para ser concluído a partir de agora. Em mais de três décadas, o Brasil aderiu a 103 dos 251 instrumentos normativos da OCDE, 37 deles nos últimos 3 anos, durante o atual governo. “O Brasil é o único país a integrar o G20, o BRICS e em processo de ingresso à OCDE”, declarou o presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais. Isso será um avanço muito grande para o país em termos de governança e institucionalidade.

E, por falar no G20, grupo que reúne 19 países e a União Europeia, a inflação do Brasil está caindo e já é a 6ª menor entre países do grupo. Os dados são de um levantamento da Austin Rating, e revelam que o índice brasileiro, acumulado de 4,4% de janeiro a agosto, se aproxima da média dos países mais ricos, e é menor que o da União Europeia (7,6%), Reino Unido (7,1%), Alemanha (7%) e dos Estados Unidos (5,4%). “O alívio na inflação brasileira foi sentido a partir de julho, motivado pela redução da alíquota do ICMS sobre a gasolina e a energia elétrica nos estados — após o Governo Federal ter zerado o PIS/Cofins sobre a gasolina e o etanol. Mas as medidas valem só até o fim deste ano. Além disso, o país ainda enfrenta pressão dos preços de bens industriais e de serviços”, explica o caderno de economia do R7.

O Brasil também liderou a conclusão do acordo do Mercosul com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), bloco integrado pelos países mais ricos da Europa fora da zona do Euro (Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein), em 23 de agosto de 2019. O EFTA é o nono maior ator no comércio mundial de bens e o quinto maior no comércio de serviços, e possui um PIB de US$ 1,1 trilhão e uma população de 14,3 milhões de pessoas. O acordo Mercosul-EFTA representará um incremento do PIB brasileiro de US$ 5,2 bilhões ao longo de 15 anos, estima o Ministério da Economia. Embora alguns países europeus estejam atrasando o processo, é um caminho sem volta que vai gerar muitos frutos para o nosso país.

De 2019 a 2022, o Brasil concluiu 15 acordos de comércio internacional, contabiliza o administrador de empresas e diretor do Instituto Liberal, João Luiz Mauad. Entre 2003 e 2018, o Brasil concluiu apenas 17 acordos, “todos de abrangência menor do que os dos últimos 3 anos e meio”, diz Mauad. Além disso, o Brasil foi reconhecido pelo Banco Mundial como o 7° líder em governo digital numa avaliação com outros 198 países em setembro de 2021. Um dos motivos principais foi o GOV.BR, que entregava serviços digitais a 115 milhões de brasileiros — mais da metade da população — à época (hoje, o número subiu para 130 milhões de usuários). Nenhum outro país das Américas ficou à frente do Brasil, nem mesmo Estados Unidos ou Canadá. Outro motivo para celebrar: hoje, o tempo médio de abertura de uma empresa no Brasil é de menos de um dia (23 horas), algo nunca visto antes na história — em janeiro de 2019, o tempo médio era de 5 dias e 9 horas.

O Governo estima o primeiro superávit em 8 anos, de R$ 13,5 bilhões. É uma melhora R$ 72,9 bilhões na situação fiscal, em comparação à avaliação do bimestre anterior, que apontou déficit primário de R$ 59,3 bilhões. O aumento da arrecadação federal também representa aumento nas transferências para os estados e municípios, um montante de R$ 464 bilhões (4,8% do PIB). Já a projeção do crescimento do PIB de 2022 saiu de 2,2% para 2,65%, conforme o Boletim Focus. Alguns economistas já estimam que o crescimento do PIB em 2022 deve ultrapassar 3%. Se isso se confirmar, o Brasil deve ser um dos países que mais vai crescer no mundo em 2022.

As leis do Cadastro Positivo, da Liberdade Econômica, das Agências Reguladoras, de Telecomunicações, do Saneamento, de Governo Digital, de Falências, de Internet das Coisas, de Assinatura Digital, de Autonomia do Banco Central, do Gás, de Compras Públicas, de Startups, de Ambiente de Negócios, de Propriedade Industrial, de Ferrovias, de Cabotagem, de Modernização dos Cartórios, de Garantias, de Securitização, de privatização da Eletrobras; entre outras, são exemplos desse novo eixo de desenvolvimento no qual o cidadão é o grande protagonista, e o estado é o grande servidor.

Embora muitos prefiram torcer contra ou olhar somente para o que vai mal, deixar o país no rumo certo inclui reconhecer os pontos positivos — sem isso, não é possível focar onde mais se precisa melhorar. O debate público precisa de mais análises honestas e menos alarmismo. Quando o estado é o grande protagonista, em uma economia dirigista, e o cidadão é o servidor, o país fica no caminho da servidão. A história já mostrou isso inúmeras vezes. Na hora de votar, não podemos voltar ao caminho da servidão. O Brasil precisa de mais prosperidade!

Extraído de Paulo Uebel, em https://luizberto.com/o-caminho-da-prosperidade-o-grande-legado-de-paulo-guedes/

 

28 setembro 2022

Sowell, Thomas

“Um dos tristes sinais da nossa época é que nós demonizamos os que produzem, subsidiamos os que se recusam a produzir e canonizamos os que reclamam.” (Thomas Sowell)

Thomas Sowell (1930-) teve uma infância difícil e pobre. É um dos mais importantes pensadores da atualidade, um economista liberal e um filósofo político mestre em dissecar, com tiradas ácidas e postura elegante, as falácias esquerdistas. Em 1968, recebeu seu doutorado em economia pela Universidade de Chicago.

Como intelectual, ganhou notoriedade por se opor a ações afirmativas como cotas raciais. Mas o próprio fato de nos surpreendermos por ele afirmar o que afirma é, segundo Sowell, indício de que algo vai mal… O economista nunca foi simpático ao hábito da vitimização, e isto dá o tom não só de suas declarações públicas mas também da sua maneira de praticar as ciências sociais.

Em uma entrevista, o psicólogo e linguista canadense Steven Pinker, recebeu a seguinte pergunta: “Qual autor (vivo ou morto) você considera o mais subestimado?”. Depois de algumas considerações, cita Thomas Sowell, um economista e teórico social americano que se tornou persona non grata na academia e no meio intelectual americano por chegar a conclusões que põem em xeque boa parte da cartilha progressista que domina os departamentos de ciências sociais das universidades do país.

Pinker justificou sua resposta listando algumas das obras mais significativas do economista americano. São elas: 1. Trilogia das Culturas; 2. Conflito de visões; 3. A Busca pela justiça cósmica; 4. Os intelectuais e a sociedade; 5. Crianças que falam tarde.

Em Conflito de visões, por exemplo, ele defende que os conflitos de interesse podem dominar o curto prazo, mas os conflitos de visões dominam a história. A visão de mundo é como um mapa que nos guia em mundo complexo. Adam Smith, por exemplo, não olhava a natureza humana como algo a ser alterado. Sua preocupação era como chegar aos melhores meios para produzir benefícios sociais desejados, dentro das limitações humanas.

Fonte de Consulta

CONSTANTINO, Rodrigo. Pensadores da Liberdade. São Paulo: Faro Editorial, 2021.

https://studentsforliberty.org/brazil/blog/5-obras-de-thomas-sowell/




06 setembro 2022

Hino Nacional do Brasil

Em comemoração aos nossos 200 anos da Independência do Brasil, reflitamos sobre a letra e música de nosso Hino Nacional.

Que o "Fico", pronunciado em 9 de janeiro de 1822, há 200 anos, pelo então príncipe regente D. Pedro I anunciando que não voltaria para Lisboa, como as Cortes portuguesas exigiam, e permaneceria no Brasil, repercuta em nossas mentes e em nossos corações.  




Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

 

 

HINO NACIONAL

Parte I

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Parte II

Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra, mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores."

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Letra: Joaquim Osório Duque Estrada
Música: Francisco Manuel da Silva

Atualizado ortograficamente em conformidade com Lei nº 5.765 de 1971, e com
art.3º da Convenção Ortográfica celebrada entre Brasil e Portugal. em 29.12.1943.



01 setembro 2022

Breviário dos Políticos

O Cardeal Mazarin escreveu, há 300 anos, o Breviário dos Políticos e, conforme sua contracapa, ele não perdeu sua atualidade. “Dos tempos em que reis disputavam territórios em sua carruagens a este mundo globalizado, a luta pelo poder se dá sob as mesmas regras, em que a lógica é a dissimulação, do cinismo e da hipocrisia”.

Há apresentação de Bolívar Lamounier e prefácio de Umberto Eco. Lamounier salienta que Mazarin trata tão-somente da eficácia, deixando de lado os fins últimos, da ação política. A eficácia que interessa a Mazarin é a eficácia na busca e no exercício do poder. Para Umberto Eco, livros desse gênero devem ser lidos, mas dificilmente eles servem aos homens de poder, não porque essas máximas não estejam corretas, mas porque o homem de poder já sabe, talvez por instinto.

Na primeira parte do livro, trata do conhece-te a ti mesmo e do conhece aos outros. Nas mãos de Mazarin, o conhece-te a ti mesmo perde a conceituação socrática e se torna bastante estreita, designando apenas aquele conhecimento prático de sua própria “imagem” que todo político precisa ter, se quiser ter êxito na busca de apoio de outras pessoas. No conhece aos outros, o político precisa prever as ações dos adversários, para melhor se defender.

Na Segunda Parte, "Os Homens em Sociedade", há 62 seções que tratam sobre a boa reputação, os afazeres, os benefícios, aconselhar, os segredos, agir com prudência, as honrarias, as solicitações, sair de apuros, inovações etc.

Seus axiomas são:

1. Age em relação a teus amigos como se eles devessem tornar-se um dia teus inimigos.

2. Numa comunidade de interesses, há perigo logo que um membro torna-se demasiado poderoso.

3. Quando te empenhas em obter algo, que ninguém o descubra antes que o tenhas efetivamente obtido.

4. É preciso conhecer o mal para poder combatê-lo.

5. Tudo o que podes resolver pacificamente, não tentes resolvê-lo por uma guerra ou um processo judicial.

6. Mais vale aceitar um pequeno prejuízo do que fazer avançar as negociações de outrem, que delas esperas grandes benefícios.

7. Mostrar-se demasiado duro em negociações é expor-se a grandes perigos.

8. O centro sempre vale mais que os extremos.

9. Deves saber tudo sem jamais dizer nada, mostrar-te amável com todos e não dar tua confiança a ninguém.

10. O homem feliz é o que permanece a igual distância de todos os partidos.

11. Conserva sempre alguma desconfiança em relação a cada um, e convence-te de que as pessoas não fazem melhor opinião de ti que dos outros.

12. Quando um partido é numeroso e forte, mesmo se não o apoias, jamais fales mal dele.

13. Desconfia de tudo aquilo a que te arrastam teus sentimentos.

14. Para oferecer um presente ou dar uma festa, medita tua estratégia como se partisses em guerra.

15. Não deixes um segredo se aproximar de ti, não mais que um prisioneiro evadido que teria jurado degolar-te.

Em resumo, mantém sempre presentes no espírito estes cinco preceitos:

1. Simula.

2. Dissimula.

3. Não confies em ninguém.

4. Fala bem de todo o mundo.

5. Reflete antes de agir.

MAZARIN, Cardeal. Breviário dos Políticos. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Editora 34, 1997.