"Neutro é quem já se decidiu
pelo mais forte." (Max Weber)
Max Weber (1869-1924), em sua obra prima Economia
e Sociedade, 1922, analisa o capitalismo, a sociologia da religião e a
significação da burocratização das sociedades modernas. Ao definir a sociologia
como uma interpretação da atividade social, pressupõe que, em
última análise, deve-se considerar "o indivíduo isolado e sua
atividade" como a "unidade de base" da sociologia, já que o
indivíduo é o "único portador de um comportamento significativo". As
instituições humanas só podem ser compreendidas se se reencontrar por trás de
sua estrutura "coisificada" a atividade que lhes deu nascimento.
À essa teoria que expressa a pessoa
humana como base da atividade social, ele denominou individualismo metodológico.
Em virtude de tal afirmação, recebeu inúmeras críticas, no sentido de que
quando o indivíduo é inserido na sociedade, ele já encontra estruturadas as
instituições coletivas, tais como o "Estado", a "família",
a "nação" etc., cabendo ao indivíduo apenas a alternativa de se
adaptar ao que já existe. Max Weber não ignorou tal condição; procurou, sim,
tornar "compreensível" a atividade do indivíduo isolado que participa
da sociedade.
Max Weber, ao estudar os fatos
sociológicos, critica o materialismo histórico de Marx, por achar que esta
teoria está centrada numa "ilusão dedutiva", quando Marx reduz tudo
ao fator econômico. Para Weber, a sociologia apresenta-se como herdeira da
dupla preocupação da racionalidade e, da sensibilidade na diversificação dos
fatos históricos que define uma das linhas da evolução do pensamento
racionalista. Quer dizer, o indivíduo é igualmente premido tanto pelas
necessidades econômicas como pelas necessidades não econômicas.
Dentre os vários temas abordados,
elabora também sobre as formas de dominação política, que podem se apresentar
de três modos: a) caráter racional, baseada na lei; b) caráter
tradicional, repousando sobre a crença quotidiana na santidade de tradições
válidas; c) caráter carismático, repousando sobre a submissão ao
sagrado, à virtude heroica ou ao valor exemplar de uma pessoa. Não resta dúvida
de que a alternativa a deveria ser a mais visada, mas nem sempre isso ocorre no
seio da sociedade.
Economia e Sociedade sobreviveu ao tempo. As controvérsias
contemporâneas sobre a obra de Weber situam-se exatamente sobre a reconstrução
da conceituação filosófica: quer se interrogue sobre a possibilidade, para o
individualismo metodológico, de compreender culturas "hostis" como a
da Índia, quer se critique a subestimação por Weber dos fenômenos de
"desfuncionamento" dentro dos organismos burocráticos, ou quer se
tente ultrapassar o "decisionismo" weberiano é sempre ao sistema de
categorias de Economia e Sociedade que se é remetido.
Busquemos nesses pensadores do passado
as inspirações para o momento presente. Somente pelo estudo perseverante pode o
homem acrescentar um côvado ao seu estoque de conhecimentos de toda a natureza.
Fonte de Consulta
CHÂTELET, F., DUHAMEL, O. e PISIER,
E. Doutrina de Obras Políticas. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1993.
Um comentário:
excelente a forma como ele ''explicou'',pude entender melhor o assunto!!!
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