"Esses indivíduos
chamados empreendedores são os agentes de mudança na economia." (Joseph
Schumpeter)
Joseph Alois Schumpeter (1883-1950), famoso por sua obra The Theory of Economic Development, nasceu na Áustria. Seu pai morreu quando
ele tinha quatro anos. Sua mãe, sete anos mais tarde, casou-se com um general e
Schumpeter foi enviado para Theresianum, uma exclusiva escola para os filhos da
aristocracia. Influenciado pelo ambiente dessa escola, logo adquiriu ares
aristocráticos que o acompanharam por toda a vida. Mais tarde, estudou na
Universidade de Viena, um grande centro de aprendizado na época, e logo se
tornou um aluno-estrela, o que lhe propiciou a ser um grande economista.
Schumpeter, da
mesma época de Keynes, deste divergiu em muitos aspectos. Embora os dois
compartilhassem de muitas visões sociais, tais como a vida burguesa culta e os
valores gerais do capitalismo, ainda assim produziram expectativas
diametralmente opostas quanto ao futuro. Para keynes, o capitalismo achava-se
intrinsecamente ameaçado pela possibilidade de estagnação; a visão otimista
para os nossos netos dependia do adequado apoio governamental. Para Schumpeter,
o capitalismo era intrinsecamente dinâmico e orientado para o crescimento; ele
não via necessidade de o governo desgastar-se como uma ferramenta auxiliar
permanente, apesar de concordar que o governo deveria aliviar as perturbações
econômicas, principalmente a depressão.
A exposição da
sua The
Theory of Economic Development começa de forma contraditória. É um livro sobre o
crescimento econômico e dinâmica capitalista, mas começa com uma visão da
economia capitalista na qual o crescimento está ausente por completo. Ele não
pressupõe acumulação de capital nos moldes de Smith, Mill, Marx e Keynes. Um
capitalismo sem acumulação de capital, um capitalismo cujo fluxo de produção é
perfeitamente estático e imutável, transformando-se em "fluxo circular"
que nunca altera ou expande sua criação de riqueza. Assemelha-se ao estado
estacionário de Ricardo e Mill, com a diferença de que enquanto para eles é o
fim do ciclo, para Schumpeter é o início.
Na teoria do
"fluxo circular" Schumpeter chama-nos a atenção para que removamos
todos os ganhos que excedam o valor da contribuição de cada um na produção.
Assim, a competição entre empregadores irá forçá-los a pagar aos seus
trabalhadores o valor total do produto que criam e que os donos de terras e de
outras riquezas naturais irão, da mesma forma, receber por arrendamentos os
mesmos valores com que os seus recursos contribuírem. Assim, trabalhadores e
proprietários terão as suas quotas no fluxo circular. E os capitalistas? Os
capitalistas não irão receber nada, exceto seus ordenados como gerentes.
A sua teoria
dirige-se à figura do inovador, que ele chama de empreendedor.
Somente estes teriam lucro, porque as suas inovações teriam o condão de baixar
os custos de produção. Esse lucro, porém, seria temporário; logo esta inovação
passaria a fazer parte dos concorrentes, que também diminuiriam os seus custos,
abaixando o preço do produto final. Além disso, é também uma teoria dos juros e
do crédito. Quer dizer, o afã da imitação leva os empresários a procurar
crédito para expandir a produção.
Vemos, assim,
que a grande contribuição de Schumpeter, em sua teoria do ciclo econômico, foi
enfatizar a presença do inovador/empreendedor, único agente capaz de diminuir
custos e aumentar o bem-estar da população.
Fonte de Consulta
HEIBRONER, R. A História do Pensamento Econômico. São Paulo, Nova Cultural, 1996.
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