O filósofo britânico Roger Scruton morreu
em 12 de janeiro de 2020. Segundo a família, ele enfrentava um câncer,
diagnosticado há seis meses. Ex-conselheiro do governo britânico e autor de
mais de 30 livros, Scruton se tornou o principal ponto de referência do
pensamento conservador em todo mundo. Pode-se dizer que Roger Scruton,
juntamente com Edmund Burke e outros expoentes do pensamento inglês, lançaram
os alicerces das sociedades denominadas livres.
Roger Scruton escreveu muitas obras, mas a
essência de suas ideias fundamenta-se no conservadorismo. No prefácio de seu
livro "Como Ser um Conservador", afirma que há dois tipos de
conservadorismo: um metafísico e outro empírico. O primeiro consiste na crença
das coisas sagradas e o desejo de defendê-las da profanação; o segundo, o
empírico, é um fenômeno moderno, uma reação às mudanças desencadeadas pela
Reforma e pelo Iluminismo.
Numa entrevista, o repórter indagou: o que
é um conservador? Sua resposta: conservadores são pessoas que estão cientes do
fato de que herdaram algo bom: uma ordem social, um sistema político, uma
cultura e uma tradição jurídica; e eles querem permanecer com isso. Em outras
palavras, querem conservar coisas.
Eis algumas de suas frases:
"O conservadorismo advém de um
sentimento que toda pessoa madura compartilha com facilidade: a consciência de
que as coisas admiráveis são facilmente destruídas, mas não são facilmente
criadas."
"Pessoas de esquerda acham muito
difícil conviver com pessoas de direita, porque acreditam que elas sejam o
mal." "Eu, do meu lado, não tenho problema nenhum em me dar bem com
elas, porque simplesmente acredito que estão enganadas".
"A tradição da esquerda é julgar o
sucesso humano pelo fracasso de alguns. Isso sempre lhe oferece uma vítima a
ser resgatada. No século XIX eram os proletários. Nos anos 60, a juventude.
Depois as mulheres e os animais. Agora o planeta."
"O processo de transmissão cultural
não poderá sobreviver se os professores forem obrigados a ensinar Mozart e Lady
Gaga ao mesmo tempo, em nome de uma agenda de igualitarismo."
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