"A riqueza de uma nação se mede pela riqueza
do povo e não pela riqueza dos príncipes." (Adam Smith)
Adam Smith (1723-1790)
foi um economista escocês. Aos 14 anos, frequentou a Universidade de Glasgow.
Mais tarde, recebeu uma bolsa de estudo e foi para Oxford. Anos depois, voltou
para Glasgow e tornou-se, em 1752, professor de Filosofia Moral, disciplina que
incluía Teologia Natural, Ética, Jurisprudência e Economia Política. Sua fama
era tanta que estudantes da Rússia, França e outros países visitavam-no com a
finalidade de receber dele instruções valiosas acerca da moral e da economia.
Era também conhecido pelas suas distrações, que o levaram muitas vezes ao
ridículo.
A publicação da sua primeira grande obra The
Theory of Moral Sentiments (A Teoria dos Sentimentos Morais), em 1759
chegou até às mãos de Charles Townshend, o estadista, e tanto o impressionou
que ofereceu a Smith a posição de tutor do jovem Duque de Buccleuch. Smith
aceitou a oferta e acompanhando o discípulo, empreendeu grande giro pela
Europa. Demorou-se mais na França, entrando em contato com grandes pensadores,
principalmente M. Quesnay, que lhe passou todas as conjecturas do seu Tableau
Économique.
A riqueza das
nações não foi uma obra original na acepção da palavra. Na verdade é o
esforço que Adam Smith empreendera para juntar num todo as teorias que os
outros seus contemporâneos pinçavam aqui e ali. Queria dar uma resposta mais
coerente às indagações levantadas na sua Teoria
sobre os Sentimentos Morais, ou seja, como o interesse próprio pode gerar o
bem-estar da sociedade. Tenta, também, partindo de uma confusão inicial visualizar
o todo harmônico.
Para compreender Adam
Smith precisamos colocá-lo dentro do horizonte cultural que vivera. Na época
que escrevera A riqueza
das nações, a indústria era incipiente, o mercado restrito, a Revolução Industrial
inexistia e tampouco o capitalismo. O mais importante é que, embora limitado,
conseguiu vislumbrar as leis gerais do mercado, o mecanismo de formação de
preço, a lei de oferta e procura etc. Tudo isso era feito sem a intervenção do
governo, guiado apenas pela "mão invisível", em que cada qual
buscando o seu interesse próprio propiciaria a sobrevivência de todos.
No fim de sua vida,
Adam Smith estava repleto de honra e respeito. Em 1790, morre com 67 anos.
Curiosamente sua passagem teve pouca notificação. Talvez porque as pessoas estavam
preocupadas com a Revolução Francesa e suas repercussões nos condados ingleses.
Ele foi enterrado no cemitério Canongate com uma lápide despretensiosa, escrita
que Adam Smith, autor de A Riqueza das Nações, jaz aqui.
Eis uma vida que
granjeou fama pela sua honestidade e moral elevada. Não resta dúvida que deve
ser um exemplo a ser seguido pelos seus pósteros.
Fonte de Consulta
HEILBRONER, R.
L. The Wordly Philosophers: the Lives,
Times, and Ideas of the Great Economic Thinkers. New York, Washington Square
Press, 1968.
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Uma das grandes realizações de A
riqueza das nações foi ter corrigido muitas ideias equivocadas do passado. Smith combateu
a antiga teoria mercantilista que preconizava o acúmulo pelo Estado de grandes
quantidades de barras de ouro. Da mesma forma, seu livro rejeita a afirmação
dos fisiocratas da terra enquanto principal fonte de valorização, destacando,
ao contrário, a importância básica do trabalho. Smith enfatizou a possibilidade
de grande aumento na produção alcançável por meio da divisão do trabalho e
atacou todo o conjunto de restrições que impediam a expansão industrial.
A ideia central de A riqueza das nações afirma que o
aparentemente caótico mercado livre é, na realidade um mecanismo que se
autogoverna e que automaticamente tende a produzir o tipo e a quantidade de
bens que são mais desejados e necessários para a comunidade. Por exemplo,
suponha-se que haja pouco suprimento de algum bem desejável. Naturalmente, seu
preço deverá subir, o que levará a maiores lucros para aqueles que produzem
esse bem. Devido aos lucros mais altos, outros produtores tenderão também a
fabricar aquele artigo. O aumento de produção resultante deverá, então, acabar
com a falta original do bem. Além disso, o aumento da oferta, em conjunto com a
competição entre os vários fabricantes, deverá também fazer com que o artigo volte
a seu preço natural, ou seja, a seu custo de produção. Ninguém,
deliberadamente, tentou ajudar a sociedade, tentando diminuir a falta do
artigo; entretanto, o problema foi resolvido. Cada indivíduo, segundo Adam
Smith, "só procura seu próprio ganho", mas é como se fosse
"levado por mão invisível para produzir um resultado que não fazia parte
de sua intenção... Perseguindo seus próprios interesses, frequentemente promove
os da sociedade, com mais eficiência do que realmente tivesse interesse de fazê-lo."
(A riqueza das nações, Livro IV,
capítulo II)
A "mão
invisível", entretanto, não pode realizar seu trabalho adequadamente se
existirem impedimentos ao livre comércio. Smith, portanto, acreditou no livre
comércio e se opôs fortemente às altas taxas. Na verdade, ele reagiu de forma
enérgica à maioria das interferências governamentais no comércio e no mercado
livre, que ainda segundo ele, quase sempre diminuíam a eficácia econômica e,
por fim, resultam em preços mais altos para o público (Smith não inventou o laissez faire, mas promoveu mais do que ninguém a
adoção desse conceito).
Não é correto dizer que foi um apologista dos interesses dos negociantes. Ele
denunciava repetidamente as práticas mercantis monopolistas, solicitando a sua
eliminação.
Apesar de a teoria econômica moderna ter adicionado
novos conceitos e técnicas, ela é, basicamente, um desenvolvimento natural
economia clássica. Cópia de trechos de (HART, Michael H. As 100 maiores
personalidades da história. Uma classificação das pessoas que mais influenciaram
a história. Rio de Janeiro: DIFEL, 2001.)
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Norberto R. Keppe, da Trilogia Analítica, faz as seguintes observações
sobre Adam Smith:
1) Pensamento Mercantilista: o dinheiro como uma riqueza.
2) Todo o valor no trabalho que gere dinheiro.
3) Total liberdade para o Comércio Externo que traz moedas.
4) A riqueza advindo do Consumismo.
5) Destruição dos valores culturais, artísticos, industriais.
Inversão total da civilização