Bem Comum é o conjunto de condições
concretas que permitem a todos os membros de uma comunidade atingir um nível de
vida à altura da dignidade da pessoa humana. Essas condições são de ordem
material, como a produção, a distribuição e o consumo de alimentos e máquinas;
de ordem intelectual, como a confecção de livros, a construção de escolas e
bibliotecas; de ordem moral e institucional, como compreendendo todos os
mecanismos responsáveis pela garantia da res (coisa) pública.
A promoção e a compreensão do
bem comum revestem-se de muitas dificuldades. Tais dificuldades derivam
principalmente da debilidade do ser humano em encontrar o meio termo nas
relações entre o bem comum e os bens particulares. Embora intimamente
relacionados entre si — pois que o bem comum visa e resulta do bem dos membros
—, podem contudo apresentar-se desproporcionados e até em conflito. Neste
último caso levanta-se o problema de saber qual deve ser sacrificado ou a qual
reconhecer o primado.
O Estado, por sua natureza, é o
responsável pela promoção do bem comum. A administração pública é
um serviço público porque somente ao Estado cabe gerir o bem
comum e mobilizar todos os cidadãos para a sua realização e conservação.
Dispondo dos meios legais para que certos atos sejam cumpridos, pode acionar a
justiça para a manutenção da ordem e da segurança de todos os seus membros. Na
realidade, são as pessoas investidas de um cargo público — as verdadeiras
promotoras deste bem almejado.
O bem comum ocupa lugar de destaque no pensamento
social cristão. Observe que a partir da encíclica Mater et Magister,
de João XXIII, o bem comum costuma ser descrito como o conjunto de condições da
vida social que permite aos indivíduos, famílias e associações alcançar mais
plena e facilmente a sua própria perfeição. Esta definição tornou-se clássica e
ventilada em Política, como a melhor definição, porque consente e favorece o
desenvolvimento integral da personalidade humana.
A conscientização do pressuposto e
da natureza do bem comum é um processo de longo prazo. O bem
comum, sendo um conceito dinâmico, varia de conformidade com a evolução da
comunidade em que está sendo posto em questão. Nesse sentido, quando os
cidadãos forem honestos e justos, a sociedade será honesta e justa, porque ela
nada mais é do que o reflexo dos seus membros. É por isso que todos devemos
fazer esforços de melhoria interior. Melhorando-nos, tornamo-nos um modelo para
os demais componentes da comunidade.
Devemos, assim, não só idealizar o bem comum como
também participar na sua concretização. Este deve ser o dístico da moral
prática de todo o bom cidadão.
Fonte de Consulta
Polis - Enciclopédia Verbo da Sociedade e do
Estado.
ÁVILA, F. B. de S.J. Pequena Enciclopédia
de Moral e Civismo. Rio de Janeiro, M.E.C., 1967.
Nenhum comentário:
Postar um comentário