A Economia, ciência que se
tornou adulta, a partir da publicação de A Riqueza das
Nações, de Adam Smith, em 1776, no mesmo ano da Declaração da Independência
dos Estados Unidos, tem recebido diversas denominações, entre as quais, Psicologia
Econômica, de P. L. Reynaud, Economia Cognitiva, de
Thierry Gaudin, Economia do Ócio, de Domenico di Masi. Mais
recentemente, fala-se da Economia Evolucionista, tema desta nossa análise.
A Economia Evolucionista teve seu
desenvolvimento na Inglaterra. No Brasil, a Universidade Federal do Rio de
janeiro e a Universidade de Campinas deram-lhe guarida. Tanto é verdade que
Maria das Graças Derengowsky Fonseca, professora titular do Instituto de
Economia da UFRJ, foi fazer um curso de pós-doutorado na Inglaterra, com os
papas dessa escola, entre eles Stan Metcalfe. Mas o que é a Economia Evolucionista?
No que ela diferencia das outras denominações? É o que veremos a seguir.
A Economia Evolucionista pode
ser descrita como uma reação (natural) ao modelo marginalista neoclássico, em
que os agentes econômicos, numa situação de concorrência perfeita, embutem nos
preços todas as informações relevantes dos custos e das incertezas do mercado.
Eles agiriam como racionalistas autômatos. Acontece que esses modelos não são
suficientes para explicar toda a gama de complexidade da vida real. Em outras palavras,
são formalmente perfeitos, mas realisticamente inadequados.
Os economistas evolucionistas pretendem
então propor uma nova forma de abordar o fenômeno econômico. Para eles, os
agentes (tanto produtor como consumidor) são dotados de racionalidade limitada,
pois não têm condições de conhecer todas as informações sobre um dado produto.
Como não conseguem obter toda a informação, a incerteza assume papel relevante,
em virtude do custo significativo na busca do conhecimento. Preocupam-se, além
disso, com a inovação tecnológica e a complexidade da vida econômica.
Schumpeter, ao tratar da inovação,
denominou-a de "destruição criadora". Nesse sentido, e porque são
adeptos da inovação tecnológica, os economistas evolucionistas gostam de ser
chamados de pós-schumpeterianos. E não é para menos, pois estamos de tal modo
entrelaçados com o mundo globalizado, que não podemos nos furtar aos avanços da
informática, da genética e de outras ciências complementares, tal qual fora a
física na época dos marginalistas.
Os nomes surgem aqui e acolá; contudo,
acreditamos que na prática, mesmo que as pessoas se digam clássica,
neoclássica, monetarista, estruturalista, elas se valem muito mais do bom senso
na hora de tomar uma decisão que envolve custos.
Fonte de Consulta
Rumos,
n.º 186, julho de 2001. Entrevista com Maria da Graça Derengowsky Fonseca.
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