01 julho 2008

Mises, Ludwig von

"Ideias e somente ideias podem iluminar a escuridão." (Ludwig von Mises)

Ludwig von Mises (1881-1973), destacado membro da escola austríaca de economistas e professor de Economia na Universidade de Viena (1931 a 1938), e no Instituto Internacional de Estudos, em Genebra (1934 a 1940), foi autor de numerosas obras sobre Economia e Administração: A Teoria do Dinheiro e do Crédito (1934), Socialismo (1936), Ação Humana (1949) etc.

Von Mises tornou-se famoso por sua crítica à teoria econômica dos clássicos. Os economistas clássicos, ao fazerem as suas análises em termos de classes de bens, não conseguiam explicar satisfatoriamente a formação dos preços no mercado. Diziam: a) que o valor era algo inerente às mercadorias; b) que o mesmo só podia ter sido conferido a esses bens pelos processos de produção; e c) que sua fonte básica era o custo de produção, ou mesmo a quantidade de horas de trabalho nela despendidas.

Mises, baseando-se nas premissas da escola austríaca, que centrava a análise no indivíduo que faz suas escolhas com bases em suas preferências e valores, dá uma explicação mais racional ao paradoxo dos clássicos: "por que o pão, mais útil que os diamantes, é cotado no mercado a preço tão inferior ao destes?" Os clássicos, não sabendo explicar o paradoxo, chegaram à conclusão de que como os valores eram fundamentalmente divididos, o pão, embora tivesse um "valor de uso" superior ao dos diamantes, tinha por alguma razão, um menor "valor de troca". Von Mises, utilizando-se da lei da teoria da utilidade marginal decrescente, conseguiu dar uma solução satisfatória, ou seja, o preço do pão é baixo, porque o consumidor avalia o bem de acordo com sua quantidade anterior. Se já tem muitos pães, o preço será baixo; tendo pouco diamantes, o preço será alto.

teoria da moeda e do crédito e os ciclos econômicos, explicados pelos clássicos, sofreram também críticas do autor. Para Mises, o dinheiro está sujeito à lei da utilidade marginal decrescente da mesma forma que os bens de consumo e de produção, ou seja, quanto maior a quantidade moeda, menor o seu preço. No que tange ao ciclo econômico, mostrou que os bancos, ao aumentarem a oferta de moeda, além da necessidade real da economia, fazem com que a taxa de juros fique abaixo da taxa "natural" de preferência temporal. Quer dizer, os empresários, com a taxa de juros baixa, fazem investimentos acima da capacidade de absorção da economia, tendo como consequência a depressão.

Sendo favorável à política de mercado livre, criticou tanto o socialismo — que sem o sistema de mercado não tem ideia de custos — quanto o intervencionismo — que altera a relação de preços relativos na sociedade. No campo de sua metodologia econômica criticou o "institucionalismo" — que negava toda ciência econômica — e o "positivismo", que, cada vez mais, de maneira enganosa, procurava fundamentar a teoria econômica nas mesmas bases da ciências físicas. Em contrapartida, desenvolveu a sua praxeologia, fundamentada no homem de ação: no ser humano concebido não como uma pedra ou um átomo que se "move" segundo as leis físicas quantitativamente determinadas, mas como possuidor de propósitos, metas ou fins próprios que procura alcançar, bem como de ideias de como fazê-lo.

Contudo, com a publicação do The General Theory of Employment, Interest and Money, por Keynes, em 1936, os homens públicos preferiram inflacionar a economia, ao invés de criar uma metodologia de crescimento sustentado.

Fonte de Consulta

ROTHBARD, M. N. O Essencial de von Mises. 2. ed., Rio de Janeiro, José Olympio, 1988. (Pensamento Liberal n.º 1)



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