Na Antiguidade não existiram teorias e escolas econômicas. Os fatos
econômicos estavam adstritos às interpretações das ciências filosóficas,
religiosas, jurídicas e políticas da época. Platão, por exemplo, um dos
baluartes do pensamento filosófico grego, defendia a tese da escravidão. Sendo
assim, o trabalho livre recebeu pouco enfoque teórico. O preço, a oferta, a
procura e o mercado existiam, porém dentro das limitações das atividades
econômicas daquele horizonte cultural. A Idade Média, período que se estende desde a queda do Império Romano
(476 d.C.) até a tomada de Constantinopla pelos turcos (1453), é caracterizada
pelo domínio da Igreja e dos governos absolutistas. É o regime feudalista,
fechado, em que as atividades econômicas centralizavam-se na subsistência do
próprio feudo. Juro condenado, lucro proibido e preço justo eram os fundamentos
dos fatos econômicos. Como vemos, ainda não tínhamos teorias sistematizadas da
vida econômica. A Fisiocracia, que significa "governo da natureza", foi o
primeiro sistema científico em Economia, a substituir o empirismo dos
mercantilistas. François Quesnay (1694-1774), no seu famoso Tableau
Economique, retraça o fluxo da riqueza, das suas origens no setor agrícola
e através das outras classes da sociedade. Os fisiocratas acreditavam na
existência de uma "ordem natural", reguladora dos fenômenos
econômicos. Declarando tal ordem providencial, isto é, que a vida econômica se
organiza e reorganiza automaticamente, daí deduzirem a sua primeira
contribuição de vulto, qual seja o não-intervencionismo do Estado na vida
econômica. A publicação de An Enquiry into the Nature and Causes of the
Wealth of Nations (Inquérito sobre a natureza e as Causas da Riqueza das Nações),
em 1776, é considerado por muitos como o maior marco na história do pensamento
econômico. Seu autor, Adam Smith (1723-1790), foi um contemporâneo dos
fisiocratas, cujas opiniões sobre a liberdade do indivíduo na sociedade
econômica esposou, tendo, porém, divergido de suas teorias sobre as origens da
riqueza. Enquanto aqueles defendiam a tese de que a riqueza provém da
agricultura, Adam Smith afirmava que toda a riqueza de uma nação era a soma de
todo o trabalho produtivo de seus indivíduos. De Adam Smith, passando por Jeremy Benthan (1748-1832), Thomas Malthus
(1776-1834), David Ricardo (1772-1823), Karl Marx (1818-1883), John Stuart Mill
(1806-1873), Alfred Marshall (1842-1924) e outros, chegamos a John Maynard
Keynes (1883-1946). Antes de Keynes, os economistas clássicos, baseados no Lei
de Say - a procura cria a sua própria oferta -, advogavam o pleno emprego
automático da economia. Keynes, na sua General Theory of Employment,
Interest and Money (Teoria Geral do Emprego, do Juro e do Dinheiro)
desenvolveu novos instrumentos de análise e argumentou que o sistema econômico
podia manter-se em equilíbrio não só enquanto os recursos estivessem
subempregados, mas também quando plenamente empregados. Hoje, o desenvolvimento do pensamento econômico está alicerçado não só
no trabalho abstrato da teoria pura como também na compilação de dados e
aplicação de técnicas estatísticas a modelos econômicos. Fonte de Consulta GASTALDI, J. P., Elementos de Economia Política. 8. ed.
(ampl. e atual.), São Paulo, Saraiva, 1977, v. 1. SELDON, A. e PENNANCE, F. G., Dicionário de Economia. 3.
Ed., Rio de Janeiro, Bloch, 1977.
02 julho 2008
Genealogia do Pensamento Econômico
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