Da China milenar à Grécia Antiga não são poucos os místicos, os
filósofos e cientistas que se tornaram famosos, e cujos ensinamentos são ainda
lembrados nos dias que correm. Por que entre esses grandes pensadores, não
temos menção do economista? Não havia a economia nessa época? É claro que o
homem primitivo trabalhava, trocava as suas mercadorias e tinha a sua vida
familiar, mas o problema econômico estava centrado exclusivamente na luta ou na
cooperação para sua sobrevivência.
Ao longo de vários séculos o ser humano encontrou apenas três formas de
resolver o problema da sobrevivência: primeiramente, a tradição, ou
seja, o filho do oleiro deveria ser oleiro, e o filho do ferreiro, ferreiro. Em
segundo lugar, a autoridade, ou seja, obedecia-se ao Faraó, ao Rei
ou à qualquer outra espécie de poder semelhante. Neste contexto não há
necessidade do economista. O economista surge somente com a terceira maneira de
resolver o problema da sobrevivência, ou seja, o sistema de mercado,
onde cada um é senhor de si e escolhe a sua própria maneira de ganhar a vida.
O processo histórico, analisado desde suas origens, mostra-nos que o
período da Idade Média ainda não foi propício ao aparecimento
do economista. O que vigorava era o Feudalismo, ou seja, um sistema
de autossuficiência, em que cada feudo produzia para o seu próprio consumo. O
comércio era inexistente, e consequentemente não havia a preocupação com o
dinheiro, a troca e a organização mais complexa do sistema econômico. Além
disso, deve-se registrar o fato de que a Igreja tinha um poder muito grande e,
por isso, influenciava as decisões econômicas, impedindo que qualquer pessoa
tivesse lucro acima do que ela considerava o "preço justo".
A partir da renascença, período que sucede ao da Idade Média, começam a
florescer novas ideias e o mundo desenvolve-se com maior rapidez em todos os
aspectos: comerciais, científicos, tecnológicos etc. É, pois, dentro desse
contexto que surge o primeiro grande economista, Adam Smith, famoso pelo
seu An Inquire into de Nature and Cause of Wealth of Nations (Uma
Inquirição sobre a Natureza e Causa da Riqueza das Nações). É dele que
absorvemos as grandes noções de economia política, principalmente as ideias
sobre a divisão do trabalho, a ampliação do mercado, a vantagem comparativa e
outras. Aí reside o germe da revolução econômica.
A revolução econômica que começou com Adam Smith continua em gestação.
Nosso dever é aprimorá-la cada dia, dentro dos limites de nossa compreensão.
Fonte de Consulta
HEILBRONER, R. L. The Worldly Philosophers:
the Lives, Times, and Ideas of the Great Economic Thinkers. New York,
Washington Square Press, 1968.
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