02 julho 2008

Revolução Econômica

Da China milenar à Grécia Antiga não são poucos os místicos, os filósofos e cientistas que se tornaram famosos, e cujos ensinamentos são ainda lembrados nos dias que correm. Por que entre esses grandes pensadores, não temos menção do economista? Não havia a economia nessa época? É claro que o homem primitivo trabalhava, trocava as suas mercadorias e tinha a sua vida familiar, mas o problema econômico estava centrado exclusivamente na luta ou na cooperação para sua sobrevivência.

Ao longo de vários séculos o ser humano encontrou apenas três formas de resolver o problema da sobrevivência: primeiramente, a tradição, ou seja, o filho do oleiro deveria ser oleiro, e o filho do ferreiro, ferreiro. Em segundo lugar, a autoridade, ou seja, obedecia-se ao Faraó, ao Rei ou à qualquer outra espécie de poder semelhante. Neste contexto não há necessidade do economista. O economista surge somente com a terceira maneira de resolver o problema da sobrevivência, ou seja, o sistema de mercado, onde cada um é senhor de si e escolhe a sua própria maneira de ganhar a vida.

O processo histórico, analisado desde suas origens, mostra-nos que o período da Idade Média ainda não foi propício ao aparecimento do economista. O que vigorava era o Feudalismo, ou seja, um sistema de autossuficiência, em que cada feudo produzia para o seu próprio consumo. O comércio era inexistente, e consequentemente não havia a preocupação com o dinheiro, a troca e a organização mais complexa do sistema econômico. Além disso, deve-se registrar o fato de que a Igreja tinha um poder muito grande e, por isso, influenciava as decisões econômicas, impedindo que qualquer pessoa tivesse lucro acima do que ela considerava o "preço justo".

A partir da renascença, período que sucede ao da Idade Média, começam a florescer novas ideias e o mundo desenvolve-se com maior rapidez em todos os aspectos: comerciais, científicos, tecnológicos etc. É, pois, dentro desse contexto que surge o primeiro grande economista, Adam Smith, famoso pelo seu An Inquire into de Nature and Cause of Wealth of Nations (Uma Inquirição sobre a Natureza e Causa da Riqueza das Nações). É dele que absorvemos as grandes noções de economia política, principalmente as ideias sobre a divisão do trabalho, a ampliação do mercado, a vantagem comparativa e outras. Aí reside o germe da revolução econômica.

A revolução econômica que começou com Adam Smith continua em gestação. Nosso dever é aprimorá-la cada dia, dentro dos limites de nossa compreensão.

Fonte de Consulta

HEILBRONER, R. L. The Worldly Philosophers: the Lives, Times, and Ideas of the Great Economic Thinkers. New York, Washington Square Press, 1968.

 

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