Produto Nacional Bruto é o
valor total, a preços de mercado, do fluxo de bens e serviços disponíveis,
durante um determinado período de tempo (geralmente, um ano), para consumo ou
para se adicionar à riqueza dos cidadãos ou das empresas de um país, seja ele
qual for.
A ideia do produto social da sociedade é bastante antiga, datando, pelo
menos dos tempos de Adam Smith, mas a medição desse produto é muito mais um
assunto da segunda metade do século XX. Embora sua medição tenha sido originada
em Simon Kuznets e outros no Bureau Nacional de Pesquisas Econômicas, de 1919
em diante, a sua teorização e prática começaram efetivamente a partir de 1929,
depois do grande crasch na Bolsa de Valores dos Estados
Unidos.
Na prática, os conceitos brutos do produto nacional
estão mais generalizados do que os líquidos, em virtude da maior
facilidade de serem calculados, pois evitam o complicado problema de medir com
precisão a depreciação. Contudo, segundo R. Stone, o correto seria calcular o
produto nacional em termos do seu valor líquido, pois este excluiria não só a
depreciação como também os impostos indiretos e os subsídios (uma forma de
imposto indireto negativo). Assim, o PIL (produto interno líquido) a custo de
fatores ou o PIL a preços de mercado dariam uma melhor medida do valor total dos
fluxos de bens e serviços de uma economia.
A medição do produto bruto tem outros inconvenientes que devem ser
lembrados. Observe que quando um homem casa-se com a sua governante, o PIB
diminui, porque a renda dela deixa de ser computada. Há, também, inúmeras
atividades econômicas que deveriam ser tiradas do cômputo e não acrescentadas.
Por exemplo, os serviços relacionados às empresas que poluem o meio-ambiente
são adicionados; e as que limpam também, mas os serviços destas últimas
deveriam ser retirados. Outro exemplo: o fumo e o álcool. A produção destes
bens aumentam o PIB; o tratamento das doenças causadas pela ingestão do fumo e
do álcool, também; os serviços relativos ao tratamento deveriam ser tirados.
Diz o anexim que "nada falha mais do que o sucesso", pois nada
aprendemos dele. A única coisa de que aprendemos sempre é o fracasso. O sucesso
apenas confirma nossas superstições. No caso deste estudo, devemos desconfiar
do grande sucesso obtido pela mensuração das Contas Nacionais. Quem sabe se o
aumento do PIB não está ocultando a diminuição do bem-estar social, o aumento
do efeito estufa e a degradação do meio-ambiente?
Sejamos sóbrios e ponderados, a fim de que possamos aceitar tudo dentro
uma crítica construtiva, e ver a realidade como ela é e não como gostaríamos
que fosse.
Fonte de Consulta
BOULDING, K. E. Uma Roda Viva à Custa do
Produto Nacional Bruto — O Papel de Indicadores Enganosos na Política
Social. In HELFRICH Jr., H. W. A Crise Ambiental: A Luta do
Homem para Viver Consigo Mesmo. São Paulo, Melhoramentos, 1974.
Polis - Enciclopédia Verbo da Sociedade e do Estado. Lisboa/São Paulo, Verbo, 1986.
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