Adam Smith, em sua obra prima a Riqueza das
Nações, enfatizou a divisão do trabalho e a ampliação do mercado, no
sentido de diminuir os custos de produção e aumentar a produtividade da mão de
obra. O desenvolvimento de sua teoria coincidiu com o aparecimento da Revolução
Industrial, na Inglaterra, em que grandes contingentes da população deixavam o
campo para ir às cidades trabalhar nas indústrias nascentes.
A origem e uso do dinheiro tem uma dimensão
histórica. Inicialmente usavam-se bens naturais para servirem de intermediário
na troca. O boi e o veado foram requeridos em alguns lugares, enquanto o sal e
o arroz em outros. Esse sistema tinha as suas dificuldades: como trocar um boi
por um pouco mais de trigo de que se necessita? Com o tempo, as pessoas para
facilitarem a divisão dos bens, começam a usar metais. Conchas e barras de
ferro foram tentadas, depois a cunhagem de moedas de ouro e de prata, e por fim
as cédulas.
Adam Smith enfatizou, também, que numa relação de
troca há dois tipos de valores em jogo: o de uso e o de troca. O valor
de uso geralmente é menor que o valor de troca, pois
podemos dar muita importância a um objeto sem que isto reflita num aumento de
preço de mercado do referido bem. Nesse sentido, o trabalho embutido na
produção do bem não é suficiente para determinar o seu preço. Utilidade,
escassez e circunstância são os elementos básicos para tal mister.
O aparecimento do dinheiro, por outro lado, acarretou
uma dificuldade maior no processo de formação de preços, ou seja, a diferença
entre o preço real e o preço nominal. É que aumentando a quantidade de dinheiro
em circulação, podemos alterar substancialmente os níveis de preços relativos
de toda a economia. Basta termos governos perdulários, como foi o caso do
governo francês na época da Revolução Francesa, em que a inflação galopava e
dilapidava a renda das classes menos favorecidas, principalmente as classes
produtoras.
O dilema continua até os dias atuais, pois muitos
governos gastam mal e atrapalham a vida de muitos cidadãos. Estes são obrigados
a estarem sempre reajustando os seus preços, para não ficarem no contrapé dos
lucros. Uma política de contenção dos gastos públicos é saudável, porque trabalha-se
com os pés no chão, gastando-se o estritamente necessário e aplicando os
recursos nas obras prioritárias da nação.
Saibamos usar o dinheiro, adquirindo os bens
necessários, ordenando com justiça e procurando, acima de tudo, sermos os
guardiões fiéis do patrimônio público.
Fonte de Consulta
COMMINS, S. e LINSCOTT, R. N. The World’s
Great Thinkers - Man and the State: The Political Philosophers. New
York, EUA, Random House, 1947.
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