01 julho 2008

Dinheiro e Troca

Adam Smith, em sua obra prima a Riqueza das Nações, enfatizou a divisão do trabalho e a ampliação do mercado, no sentido de diminuir os custos de produção e aumentar a produtividade da mão de obra. O desenvolvimento de sua teoria coincidiu com o aparecimento da Revolução Industrial, na Inglaterra, em que grandes contingentes da população deixavam o campo para ir às cidades trabalhar nas indústrias nascentes.

A origem e uso do dinheiro tem uma dimensão histórica. Inicialmente usavam-se bens naturais para servirem de intermediário na troca. O boi e o veado foram requeridos em alguns lugares, enquanto o sal e o arroz em outros. Esse sistema tinha as suas dificuldades: como trocar um boi por um pouco mais de trigo de que se necessita? Com o tempo, as pessoas para facilitarem a divisão dos bens, começam a usar metais. Conchas e barras de ferro foram tentadas, depois a cunhagem de moedas de ouro e de prata, e por fim as cédulas.

Adam Smith enfatizou, também, que numa relação de troca há dois tipos de valores em jogo: o de uso e o de troca. O valor de uso geralmente é menor que o valor de troca, pois podemos dar muita importância a um objeto sem que isto reflita num aumento de preço de mercado do referido bem. Nesse sentido, o trabalho embutido na produção do bem não é suficiente para determinar o seu preço. Utilidade, escassez e circunstância são os elementos básicos para tal mister.

O aparecimento do dinheiro, por outro lado, acarretou uma dificuldade maior no processo de formação de preços, ou seja, a diferença entre o preço real e o preço nominal. É que aumentando a quantidade de dinheiro em circulação, podemos alterar substancialmente os níveis de preços relativos de toda a economia. Basta termos governos perdulários, como foi o caso do governo francês na época da Revolução Francesa, em que a inflação galopava e dilapidava a renda das classes menos favorecidas, principalmente as classes produtoras.

O dilema continua até os dias atuais, pois muitos governos gastam mal e atrapalham a vida de muitos cidadãos. Estes são obrigados a estarem sempre reajustando os seus preços, para não ficarem no contrapé dos lucros. Uma política de contenção dos gastos públicos é saudável, porque trabalha-se com os pés no chão, gastando-se o estritamente necessário e aplicando os recursos nas obras prioritárias da nação.

Saibamos usar o dinheiro, adquirindo os bens necessários, ordenando com justiça e procurando, acima de tudo, sermos os guardiões fiéis do patrimônio público.

Fonte de Consulta

COMMINS, S. e LINSCOTT, R. N. The World’s Great Thinkers - Man and the State: The Political Philosophers. New York, EUA, Random House, 1947.


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