O futuro está onde a nossa força mental está. É tudo aquilo que ainda
não aconteceu, mas que pode ser previsto. Querer ignorá-lo é perda de tempo.
Observe a indústria de relógios suíços, que na década de 60 era a mais poderosa
do mundo. Naquela época, para aumentar a eficiência técnica, seus técnicos já
tinham previsto a substituição da engrenagem pelo quartzo. Contudo, os
dirigentes das empresas suíças não se atreveram a mudar, ou seja, a antecipar o
futuro. Consequência: em 1967, perderam o mercado para a Seiko japonesa, que
hoje domina 30% do mercado mundial.
A antecipação é a mola mestra para vencer o futuro. O
futuro é aquilo que se souber levantar com uma grande alavanca. Para que
tenhamos uma dimensão mais acurada dessas mudanças basta anotarmos como estava
o mundo em 1960 e como está hoje. A mudança deu-se em uma velocidade
fantástica. O avanço ocorreu principalmente na área da informática. Não são
poucas, hoje, as pessoas que se utilizam da Internet para se comunicar com o
resto do mundo. Em 1960 inexistia.
A questão das mudanças está presa à noção de paradigma.
Se pegarmos um dicionário, veremos que o termo vem do grego paradeigma e
significa etimologicamente "modelo", "padrão". Contudo,
podemos também interpretar o paradigma como algo que tem razões e limites. Quer
dizer, estabelecendo-se certas normas e certas medidas podemos atuar dentro de
um determinado contexto. Nesse sentido, um jogo de tênis pode ser considerado
um paradigma, porque tem regras e limites.
Mudar paradigmas não é tarefa fácil. Thomas S. Khun, físico e historiador da ciência, em seu famoso livro A Estrutura das Revoluções Científicas, já anotara essa dificuldade dizendo que a descoberta de um novo paradigma começa com a consciência da anomalia dos paradigmas em voga. Sem essa consciência, nada de expressivo é feito. Assim, o nosso grande problema reside em captar a necessidade de mudança. Nesse sentido, é preciso muito empenho pois se não delinearmos o nosso futuro, alguém o fará por nós.
Há quatro questões sobre o tema:
1ª) quando é que surge o novo paradigma?
2ª) que tipo de pessoa é o inovador do paradigma?
3ª) quem são os primeiros seguidores do novo
paradigma e por que eles seguem?
4ª) como o novo paradigma afeta a vida daqueles que
o seguem? Há que se notar que toda a ideia nova gera antagonismo e
nem sempre ela é aceita com facilidade. Quantos não foram os inovadores do
pensamento que tiveram as suas cabeças cortadas por discordarem do status
quo vigente? Mas é preciso que haja homens valentes que afrontem o
futuro sem outro móvel que não seja o de atender aos anseios de sua fé.
Preparemo-nos para enfrentar o futuro. Nada de
pusilanimidade quando formos enviados aos grandes embates de nossa caminhada
evolutiva.
Fonte de Consulta
BARKER, J. A. Paradigms: The Business of
Discovering the Future. New York, W. Morrow, 1992.
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