Ciência é
um conjunto de conhecimentos organizados acerca de determinada matéria,
comprovados empiricamente. A explicação, a relacionação e a sistematização são
suas características essenciais e, portanto, também, do conhecimento científico, que se distingue do conhecimento vulgar, que é opinativo, porque não busca o entendimento
entre causa e efeito.
Na Antiguidade não havia a Ciência como a
conhecemos hoje. Tudo era Filosofia. À medida que os conhecimentos foram se
particularizando e formando um corpo doutrinário próprio, foram também surgindo
as diversas ciências, tais como, a Matemática, a Física, a Química, a
Astronomia etc. É por essa razão que ao se conceituar a Ciência, diz-se que
propriamente ela em si não existe, mas sim as ciências.
Distinguir ciência
política da filosofia política fixa bem esse nosso estudo. A filosofia política, caracterizada pelo "que deve ser", não é um pensar
para aplicar, um pensar em função da possibilidade
de traduzir a ideia no fato. Está mais ligada às ideias utópicas com relação ao
futuro, à sociedade justa e igualitária etc. A ciência política,
por outro lado, é caracterizada pelo "que
é", ou seja, a teoria que reenvia à
pesquisa, a tradução da teoria em prática, afinal "um projetar para
intervir". Deste surge o "cientista político", profissional apto
a analisar as causas imediatas dos fenômenos políticos.
A transformação da economia em ciência econômica
revela-nos um grande ensinamento. Observe que John Stuart Mill (1806-1873)
assinala nos seus Essays on Some
Unsettled Questions of Political Economy que
normalmente a definição de uma ciência não precede, mas sucede a criação dessa
mesma ciência. Por quê? Só com o progressivo estabelecimento dos princípios
gerais dos diversos problemas que ela pretende resolver, é que a diversidade de
definições se vem a realizar. Foi isso que conseguiu Lionel Robbins ao definir
a Economia como a ciência que estuda o comportamento humano como uma relação
entre fins e meios escassos que possuam usos alternativos.
O homem comum pensa que o sábio conta com
princípios indestrutíveis. Não é bem assim. Há enunciados praticamente
definitivos; mas são vagos quando se quer grande rigor. Observe a física
contemporânea: não há nela um só princípio que se considere como
indiscutivelmente evidente, nem uma só lei experimental que se considere como
definitivamente estabelecida. Em física só há hipóteses, embora hipóteses que
mereçam uma confiança muito grande.
Tenhamos sempre em mente uma atitude inquieta e inquiridora sem, contudo,
perder o fim último de nossa vida, que é a evolução de nosso espírito imortal.
Fonte de Consulta
BOBBIO, N., MATTEUCI,
N. e PASQUINO, G. Dicionário de Política. 2. ed., Brasília, UNB,
1986.
Grande Enciclopédia
Portuguesa e Brasileira. Lisboa/Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d. p.
Polis - Enciclopédia
Verbo da Sociedade e do Estado. Lisboa/São Paulo, Verbo, 1986.
SILVA, B.
(coord.) Dicionário de Ciências Sociais. Rio de Janeiro, Fundação
Getúlio Vargas, 1986.
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