O poder é essencialmente potência. Pode ser visto sob
três ângulos: a) como capacidade ou faculdade natural de agir; b) como
faculdade moral ou legal de agir, ou ainda, o direito de fazer determinada
coisa; c) como autoridade, ou seja, os órgãos que exercem o poder, o governo.
O poder político, do grego kratos, significa
força de coesão social. Institui-se em diferentes graus: monarquia, oligarquia
e democracia. Na monarquia, o poder é exercido por um único homem,
denominado rei, soberano ou déspota; na oligarquia, o governo é de
poucos; na democracia, o povo é quem governa através de seus
representantes. Em certo sentido, todos os governos são oligárquicos, porque
são poucos os que governam. O mal, no entanto, não está na oligarquia
propriamente dita, mas nos grupos de pressão oligárquicos.
Dizemos que A exerce poder sobre B, quando A afeta os interesses
contrários de B. embora todos nos afetamos uns aos outros, convém verificar o
quão significativamente A influencia B. Alguns cientistas políticos anotaram as
ideias divulgadas nos grupos sociais. Depois, relacionaram seus autores ao
número de vezes que as suas ideias foram veiculadas. Puderam, assim, objetivar
quem governa quem numa comunidade.
Na sociedade moderna, o poder econômico tem dificultado o exercício do
poder político. São grupos de pressão, geralmente monopolistas, que falseiam a
atividade econômica, submetendo-a aos seus interesses privados. Ao mesmo tempo,
induzem os parlamentares a tomarem decisões a seu favor, originando as
falcatruas e corrupções de toda sorte. Nesse sentido, a política, cujo objetivo
é a obtenção do bem comum, fica conspurcada.
O verdadeiro estadista fica estupefato ante a normalidade dos meios
ilícitos. Sabe que é preciso mudar, porém como os automatismos negativos foram
sedimentados ao longo do tempo, nem sempre consegue tal intento. Por isso, um
projeto radical de educação se faz necessário, caso queiramos mudar a sociedade
e acabar de vez os abusos do poder, tanto ao nível privado como ao nível
público.
O exercício de cidadania é apanágio do cidadão. Omitindo-nos, deixamos
que os outros decidam por nós. Procuremos, assim, apontar os caminhos corretos,
a fim de construirmos a verdadeira democracia.
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