Com o título
"Mérito não é palavrão", Veja entrevista Marcelo
Viana, matemático que comanda o Instituto Nacional de Matemática Pura e
Aplicada (Impa), localizado na Mata Atlântica, no Rio de Janeiro.
Em suas respostas,
disse:
A ciência brasileira
vem perdendo recursos financeiros nos últimos anos. Isso torna mais difícil
atrair cérebros atuantes aqui. Esses jovens talentosos acabam indo pesquisar em
outros países.
O instrumento mais
importante de reconhecimento ao mérito (através de critérios objetivos) dentro
do sistema federal é a bolsa de produtividade concedida pelo CNPq.
Em outros
países — notadamente os Estados Unidos — os recursos
privados são bem-vindos à pesquisa científica. No Brasil, há um abismo
legal e ideológico separando o mundo universitário do empresarial.
Uma boa universidade
não deve apenas transmitir conhecimento, mas produzi-lo para estar na
vanguarda.
O ciclo
virtuoso — bons alunos, depois bons professores — explica a
ascensão da economia de países como Finlândia e Coreia do Sul.
Uma boa base
educacional científica na matemática aumenta o PIB em 10%. Com a matemática
avançada, a produtividade se eleva nos campos da computação e da engenharia,
que expande a economia, criando empregos acima da média.
Há o caso de uma
professora que não ensinava geometria na sala de aula porque desconhecia a
matéria.
Em nossas escolas,
mérito é ainda palavrão. A lógica vigente é que todos devem ser tratados de
modo igual — uma falácia, considerando-se que as pessoas
são diferentes.
Na prática, talentos
ficam à deriva, esperando por estímulos que não vêm.
Fonte de Consulta
Revista Veja de
27/04/2016
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