Vamos supor que a contagem dos votos retrate como foi a eleição dos postulantes aos cargos eletivos. Mesmo assim, muitas pessoas hesitam em se apresentar para votar ou se forem, como são obrigadas por lei,
vão simples anular o seu voto.
Há, aqui, um pequeno engano: se você tiver preferência por
um candidato — vereador, deputado, senador, prefeito, governador, presidente — e não votar, você
está favorecendo a eleição de um candidato que não é da sua preferência, pois do
outro lado, todos vão às urnas votar neles.
O que fazer? Pesquisar sobre os candidatos, verificar o seu passado, o seu desempenho, caso esteja exercendo um cargo eletivo. Conhecendo melhor, saberemos em quem votar ou não votar. Não é somente o presidente que está em jogo: é Câmara dos Deputados, o Senado, o Governo Estadual, a Prefeitura... Lembrando que todos, cada um no seu campo de atuação, estão de alguma forma exercendo o poder de aprovar ou rejeitar leis que favorecem ou prejudicam a população.
Entre dois candidatos, escolhamos o menos ruim, pois alguém irá ocupar aquele lugar. E não adianta a observação cômoda: eu não votei em nenhum dos dois.
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Parece estar claro que os democratas ignoram uma contradição. Se eles tivessem a coragem de ser lógicos, fariam como seus predecessores na Grécia antiga e escolheriam seus governantes aleatoriamente. Afinal de contas, uma eleição é um procedimento altamente antidemocrático; o próprio termo “eleição” quer dizer discriminação. Como é possível escolher o melhor homem quando, por definição, não há o melhor? Se uma sociedade deseja desenvolver-se naturalmente, isto é, se ela deseja florescer selvagemente, livre de determinações que lhe sejam superiores, deveria então escolher seus administradores de um modo completamente aleatório. Que a juventude e a velhice, a sabedoria e a tolice, a coragem e a covardia, o autocontrole e a libertinagem estejam juntos no governo. Isso é que será algo representativo; assim é que teríamos um grupo representativo, e parece não haver dúvida de que isso criaria aquela sociedade “repleta de uma variedade maravilhosa e de desordem”, a qual Platão chamava de democracia. (Capítulo 2 — "Distinção e Hierarquia", de As Ideias têm Consequências, de Richard M. Weaver)
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