As Leis de Manu
representam o modelo jurídico-religioso do hinduísmo,
com forte ligação entre lei, moral e religião,
diferente dos códigos babilônicos e romanos, que eram mais jurídico-políticos.
Assim como o
Código de Hamurabi, as Leis de Manu reforçam desigualdades
sociais, especialmente pelo sistema de castas
(brâmanes, xátrias, vaixás, sudras).
Ao contrário das
Doze Tábuas, que tentam limitar o poder da elite, Manu legitima o status
quo religioso e social.
Comparativo
entre os Códigos Legais da Antiguidade: Hamurabi, Doze Tábuas e Leis de Manu
Os códigos
legais da Antiguidade têm papel fundamental na formação das primeiras
sociedades organizadas e no surgimento do direito como instrumento de regulação
social. Três desses sistemas se destacam por sua influência histórica e por
representarem diferentes visões culturais e políticas: o Código de Hamurabi
(Babilônia), as Leis das Doze Tábuas (Roma) e as Leis de Manu (Índia).
1. Código de
Hamurabi Elaborado por volta de 1754 a.C. pelo rei Hamurabi da Babilônia, esse
código é um dos mais antigos e completos registros de leis da Antiguidade.
Escritas em pedra e expostas publicamente, suas normas abrangiam temas como
propriedade, família, trabalho e punições criminais. Seu principal princípio
era a lei de talião (“olho por olho, dente por dente”), refletindo uma justiça
retributiva. As penas eram severas e variavam conforme a classe social da
vítima e do agressor.
2. Leis das
Doze Tábuas Criadas por volta de 450 a.C., as Leis das Doze Tábuas foram uma
conquista dos plebeus na Roma Antiga, que exigiam acesso igual à justiça.
Gravadas em tábuas de bronze e afixadas no Fórum Romano, regulamentavam
aspectos da vida civil, como direitos de propriedade, relações familiares e
processos judiciais. Embora também contassem com punições duras, representavam
um avanço em termos de acesso à legalidade e à transparência no uso da lei.
3. Leis de
Manu Compiladas entre 200 a.C. e 200 d.C., as Leis de Manu (Manusmriti)
constituem a base legal e moral do hinduísmo tradicional. Diferentemente dos
códigos anteriores, essas leis são profundamente religiosas e estão fortemente
ligadas à manutenção do sistema de castas. Determinavam normas de conduta
social, deveres espirituais e punições para transgressões morais, sendo
extremamente desiguais quanto aos direitos das castas inferiores e das
mulheres.
Quadro comparativo
Aspecto |
Código de Hamurabi |
Leis das Doze Tábuas |
Leis de Manu |
Local |
Babilônia
(Mesopotâmia) |
Roma
Antiga |
Índia
Antiga |
Data
aproximada |
~1754 a.C. |
~450 a.C. |
~200 a.C.
a 200 d.C. |
Autoridade |
Rei
Hamurabi |
Decênviros
romanos |
Manu
(sábio inspirado pelos deuses) |
Base legal |
Lei de
talião, justiça retributiva |
Direito
civil codificado |
Dharma e
sistema de castas |
Igualdade
jurídica |
Desigual
entre classes |
Tentativa
de igualdade civil |
Altamente
desigual |
Punições |
Severas,
corporais |
Severas,
mas cívicas |
Espirituais,
sociais e físicas |
Objetivo
principal |
Ordem e
poder real |
Acesso
igual à lei |
Manutenção
da ordem religiosa |
Influência
histórica |
Direito
mesopotâmico |
Direito
romano e ocidental |
Direito
hindu tradicional |
Conclusão
Esses três
códigos ilustram como diferentes civilizações lidaram com a necessidade de
organizar a sociedade por meio da lei. Enquanto Hamurabi representava a justiça
como poder divino e retributivo, Roma buscava um direito mais igualitário e
acessível, e Manu estabelecia um sistema normativo baseado na hierarquia
espiritual e social. Todos deixaram legados duradouros que ainda influenciam
visões contemporâneas sobre o direito e a moral.
Fonte: ChatGPT
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