A corrupção produz, para além do que é intuitivo para todos nós, cinco efeitos devastadores:
1) Transforma o Estado e as suas funções em coisas no mercado,
não apenas por meio da captura de governos — no sentido transitório que os
regimes democráticos lhes atribuem —, mas também para se apropriar da
burocracia de Estado perene — ou seja, a corrupção tem a tendência de se
institucionalizar.
2) Desnatura as demais instituições — depois que a corrupção
se institucionaliza —, para as submeter aos fins próprios da corrupção. Ao se
observar o exercício dos poderes do Estado, sob a ação da corrupção, o que se
vê é que o Executivo administra a serviço dos corruptores, o Legislativo vende
leis e o Judiciário, sentenças.
3) Usurpa, ao se apropriar do Estado, a energia vital dos
trabalhadores, que se transmuda, sob a organização das empresas, em produtos e
serviços nos mercados, para produzir riquezas que fluem, mais e mais, para o
Estado, por meio dos impostos, a pretexto de pavimentar a civilização e o
bem-estar social, e do Estado para o capital, para salvaguardar a sua
capacidade de autogeração.
4) Falseia a concorrência entre os agentes econômicos, para
incrementar o poder de mercado de uns — os que da corrupção se beneficiam — em
detrimento de outros, até o seu expurgo dos mercados, para vitimizar os
consumidores ao expropriar parte de sua renda, por meio da determinação, do
domínio do preço de produtos e de serviços nos mercados.
5) É obstáculo ao desenvolvimento das nações, promove a pobreza
e afronta a dignidade das pessoas.
Fonte de Consulta
WARDE, Walfrido. O Espetáculo da Corrupção: Como um Sistema Corrupto e o Modo de Combatê-lo estão Destruindo o País (Cópia do Capítulo que trata da "Corrupção em pílula").
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