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24 outubro 2019

Admirável Mundo Novo (Livro)

"Admirável Mundo Novo" (Brave New World) é o título do romance de Aldous Huxley, escrito em 1931 e publicado em 1932. A história se passa em Londres no ano 2540 [634 d.F.] ("Depois de Ford"). Antecipa a sociedade totalitária. Posteriormente, reavalia a obra em um ensaio "Regresso ao Admirável Mundo Novo" (1958), e "A Ilha" (1962), seu romance final

Descrição resumida do livro:

Há um Estado totalitário que zela por todos. Os indivíduos, nascidos de proveta, têm comportamentos pré-condicionados e ocupam lugares pré-determinados na sociedade, em que os "alfas" estão no topo e os "ípsilons" na base. Família, monogamia, privacidade e pensamento crítico são considerados crime. Cada usuário é abastecido com a droga soma. A promiscuidade é considerada moralmente boa. União duradoura é rechaçada. Bernard Max foge à regra e acalenta o desejo não natural por solidão, pois não vê graça nos prazeres da promiscuidade compulsória. Bernard quer se libertar. Para tanto, faz uma visita aos poucos remanescentes da Reserva Selvagem, onde a vida antiga, imperfeita, subsiste.

Algumas questões:

Será admirável o mundo novo? A quem interessa essa sociedade que enaltece a máquina e reprime o espírito? Qual o lugar do ser humano numa sociedade dominada pelo Estado, pela máquina? O que pode acontecer ao indivíduo que quer caminhar com os próprios pés? Poder-se-ia dizer que este romance pertence aos nossos dias?

No prefácio do livro (1946), Aldous cita o mais sério defeito do romance, ou seja, o Selvagem tem uma única alternativa: uma vida demente na Utopia, ou a vida de um primitivo na aldeia dos índios, vida mais humana, sob certos pontos de vista, mas, noutros, apenas menos bizarra e anormal. 

Em seguida, diz: 

"Mas voltando ao futuro... Se eu tornasse agora a escrever este livro, daria ao selvagem uma terceira possibilidade. Entre as soluções utópica e primitiva do seu dilema haveria a possibilidade de uma existência sã de espírito — possibilidade atualizada, em certa medida, entre uma comunidade de exilados e refugiados que teriam abandonado o Admirável Mundo Novo e viveriam dentro dos limites de uma Reserva. Nessa comunidade, a economia seria descentralizada, à Henry George, a política seria kropotkinesca, cooperativa. A ciência e a técnica seriam utilizadas como se tivessem sido feitas para o homem, e não (como são presentemente e como serão ainda mais no mais admirável dos mundos novos) como se o homem tivesse de ser adaptado e absorvido por elas. A religião seria a procura consciente e inteligente do Fim Último do Homem, o conhecimento unitivo do Tao ou Logos imanente, da Divindade ou Brama transcendente. E a filosofia dominante da vida seria uma espécie de Utilitarismo Superior, no qual o princípio da Felicidade Máxima seria subordinado ao princípio do Fim último, sendo a primeira questão que se punha e à qual seria necessário responder, em cada uma das contingências da vida, a seguinte: 'Como contribuirão ou porão obstáculos à realização, por mim ou pelo maior número possível de indivíduos, do Fim último do Homem, este pensamento ou este ato?'”

Fonte de Consulta

HUXLEY, Aldous. Admirável Mundo Novo.