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02 julho 2008

Genealogia do Pensamento Econômico

Na Antiguidade não existiram teorias e escolas econômicas. Os fatos econômicos estavam adstritos às interpretações das ciências filosóficas, religiosas, jurídicas e políticas da época. Platão, por exemplo, um dos baluartes do pensamento filosófico grego, defendia a tese da escravidão. Sendo assim, o trabalho livre recebeu pouco enfoque teórico. O preço, a oferta, a procura e o mercado existiam, porém dentro das limitações das atividades econômicas daquele horizonte cultural.

A Idade Média, período que se estende desde a queda do Império Romano (476 d.C.) até a tomada de Constantinopla pelos turcos (1453), é caracterizada pelo domínio da Igreja e dos governos absolutistas. É o regime feudalista, fechado, em que as atividades econômicas centralizavam-se na subsistência do próprio feudo. Juro condenado, lucro proibido e preço justo eram os fundamentos dos fatos econômicos. Como vemos, ainda não tínhamos teorias sistematizadas da vida econômica.

A Fisiocracia, que significa "governo da natureza", foi o primeiro sistema científico em Economia, a substituir o empirismo dos mercantilistas. François Quesnay (1694-1774), no seu famoso Tableau Economique, retraça o fluxo da riqueza, das suas origens no setor agrícola e através das outras classes da sociedade. Os fisiocratas acreditavam na existência de uma "ordem natural", reguladora dos fenômenos econômicos. Declarando tal ordem providencial, isto é, que a vida econômica se organiza e reorganiza automaticamente, daí deduzirem a sua primeira contribuição de vulto, qual seja o não-intervencionismo do Estado na vida econômica.

A publicação de An Enquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations (Inquérito sobre a natureza e as Causas da Riqueza das Nações), em 1776, é considerado por muitos como o maior marco na história do pensamento econômico. Seu autor, Adam Smith (1723-1790), foi um contemporâneo dos fisiocratas, cujas opiniões sobre a liberdade do indivíduo na sociedade econômica esposou, tendo, porém, divergido de suas teorias sobre as origens da riqueza. Enquanto aqueles defendiam a tese de que a riqueza provém da agricultura, Adam Smith afirmava que toda a riqueza de uma nação era a soma de todo o trabalho produtivo de seus indivíduos.

De Adam Smith, passando por Jeremy Benthan (1748-1832), Thomas Malthus (1776-1834), David Ricardo (1772-1823), Karl Marx (1818-1883), John Stuart Mill (1806-1873), Alfred Marshall (1842-1924) e outros, chegamos a John Maynard Keynes (1883-1946). Antes de Keynes, os economistas clássicos, baseados no Lei de Say - a procura cria a sua própria oferta -, advogavam o pleno emprego automático da economia. Keynes, na sua General Theory of Employment, Interest and Money (Teoria Geral do Emprego, do Juro e do Dinheiro) desenvolveu novos instrumentos de análise e argumentou que o sistema econômico podia manter-se em equilíbrio não só enquanto os recursos estivessem subempregados, mas também quando plenamente empregados.

Hoje, o desenvolvimento do pensamento econômico está alicerçado não só no trabalho abstrato da teoria pura como também na compilação de dados e aplicação de técnicas estatísticas a modelos econômicos.

Fonte de Consulta

GASTALDI, J. P., Elementos de Economia Política. 8. ed. (ampl. e atual.), São Paulo, Saraiva, 1977, v. 1.

SELDON, A. e PENNANCE, F. G., Dicionário de Economia. 3. Ed., Rio de Janeiro, Bloch, 1977.