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12 outubro 2020

Desigualdade: Ricos e Pobres

"Uma sociedade que põe a igualdade à frente da liberdade não terá nenhuma das duas. Uma sociedade que põe a liberdade à frente da igualdade terá um grau elevado de ambas.” (Milton Friedman)

desigualdade não é dos nossos dias. No processo histórico, ela pode se apresentar mais ou menos acentuada. Observe a Inglaterra na época da Revolução Industrial: havia industriais extremamente ricos ao lado de famílias trabalhadoras que eram forçadas a trabalhar em fábricas ou minas, e morando em casas pouco confortáveis.

capitalismo é um sistema que recompensa o esforço e o empreendedorismo dos indivíduos, gerando desigualdades. O problema é o tamanho da desigualdade. Nos EUA, os 10% mais ricos têm renda 16 vezes maior que os 10% mais pobres; no México, a diferença é bem maior, ou seja, 25 vezes. Nos países nórdicos como Dinamarca, Suécia e Finlândia, a lacuna é bem menor: 5 vezes. Na comparação entre países, os mais pobres do Reino Unido e dos EUA são incomparavelmente mais ricos e saudáveis do que os moradores da África subsaariana.

Os benefícios da desigualdade. “Alguns economistas afirmam que como por natureza as pessoas são diferentes em termos de hábitos e capacidades, é inevitável haver certa desigualdade em uma economia importante. Com efeito, aqueles que defendem o livre mercado dizem que as tentativas de redistribuir a riqueza têm consequências inesperadas e perversas. Impostos mais elevados podem levar os membros mais produtivos da sociedade a sair do país, ou desestimulá-los de trabalhar mais, o que, por sua vez, reduz a quantidade de riqueza gerada pela sociedade”.

Não há provas claras de que, como um todo, um elevado nível de desigualdade impeça um país de ficar mais rico com o tempo. A principal preocupação é a inquietude social. "Um estudo mostrou que atores de Hollywood que ganharam um prêmio da Academia viveram, em média, quatro anos mais do que seus colegas sem o prêmio, e aqueles que ganharam dois Oscar viveram seis anos mais".

Fonte de Consulta

CONWAY, Edmund. 50 Ideias de Economia que você Precisa Conhecer. Tradução Marcello Borges. São Paulo: Planeta, 2015.

 


 


02 julho 2008

Distribuições Inigualitárias

igualitarismo e o inigualitarismo são conceitos que devem ser analisados sempre em relação a determinadas características que devem ser especificadas. Não tem sentido afirmar que "todos os homens são iguais". Alguns podem ser quanto a uma característica particular; todos não. A única característica que é comum a todos é a "natureza humana", mas isso é uma afirmação tautológica. Sendo assim, pergunta-se: existe um critério que nos permita classificar qualquer regra (efetiva ou imaginável) de distribuição como igualitária ou não igualitária, prescindindo de toda consideração normativa?

A pergunta é oportuna porque não são poucas as vezes que confundimos a descrição com a avaliação de um objeto. Significa dizer que, enquanto os dados estatísticos estão descrevendo um fato real, o nosso juízo de valor pode estar criando uma ilusão. É o caso, por exemplo, de atribuir justiça à igualdade e injustiça à desigualdade. Observe a incidência de um imposto de renda progressivo: ele recai desigualmente sobre as pessoas, mas é mais justo do que o imposto fixo, que agrava todos indistintamente, onerando muito mais os pobres do que os ricos.

Os pensadores políticos e filosóficos, desde a Antiguidade até os dias atuais, foram elaborando conceitos e explicações para a distribuição dos benefícios e gravames na sociedade. Citam-se, por exemplo, "partes iguais para todos", "partes iguais aos iguais", "partes iguais a um grupo relativamente grande", "a cada um segundo o próprio merecimento", "distribuições desiguais correspondentes a diferenças relevantes", "distribuições desiguais justas", "igualdade processual", "igualdade de oportunidades", "igual satisfação das necessidades fundamentais" e "a cada um segundo a sua capacidade".

Essas várias abordagens têm, ao longo do tempo, o intuito de aumentar o igualitarismo e diminuir o inigualitarismo. Os estudiosos do assunto verificaram que, em certas circunstâncias, um modelo tem melhores respostas do que outro, e, de experimento em experimento, vão melhorando a compreensão desse inigualitarismo, tentando diminui-lo o máximo possível. Veja, por exemplo, o imposto de renda progressivo. Ele só se tornará mais igualitário quando a grande maioria se situar no nível mais elevado da renda. É por isso que se diz que uma distribuição mais igualitária da renda é privilégio das sociedades ricas. As sociedades pobres, para crescerem, precisam de uma grande desigualdade de renda.

Convém lembrar que enquanto as necessidades pessoais variam em gênero e medida, há um mínimo de necessidades fundamentais que são substancialmente idênticas em todos, numa determinada sociedade e numa determinada época. Quanto maior é a necessidade fundamental não satisfeita de alguém, tanto maiores são os benefícios que ele recebe. Aquele cujas necessidades fundamentais já foram quase satisfeitas pode não receber nada e talvez até tenha de renunciar a alguma coisas supérflua para prover às necessidades dos outros. O resultado final desta distribuição desigual será, mais uma vez, um maior nivelamento da riqueza e das oportunidades.

"Deus escreve certo por linhas tortas", diz o anexim. Quem sabe não haja uma grande dose de justiça nas mais variadas situações de obreza dentro da sociedade?

Fonte de Consulta

BOBBIO, N., MATTEUCI, N. e PASQUINO, G. Dicionário de Política. 2. ed., Brasília, UNB, 1986.