02 julho 2008

Grandes Economistas — Capítulo 5 de Almanaque de Economia

Estudando a biografia dos grandes economistas, os criadores da chamada Economia Política, também nós podemos ter uma ideia dessa ciência difícil e tão necessária para a compreensão dos fenômenos sociais, seja em épocas passadas da História, seja em nossa própria época. Tendo sido por circunstâncias excepcionais o primeiro país industrializado, a Inglaterra nos apresenta um rol invejável de grandes economistas, como Adam Smith, David Ricardo e John Stuart Mill; a França, porém, além de outros países, com destaque para os modernos Estados Unidos, pode se orgulhar de sua contribuição para a formação dessa ciência.

Os criadores da ciência econômica 

Não pretendemos, num simples manual, fazer um rol completo dos maiores economistas que já existiram. Entretanto, achamos por bem apresentar alguns dos mais eminentes, aqueles que forneceram subsídios para a conceituação de economia, sobretudo da economia política, enquanto pertencente ao grupo das ciências sociais. Porque o conhecimento desses economistas, mesmo bastante rápido e não especializado, nos permite ter uma ideia mais ampla da evolução da economia, permitindo-nos compreender melhor os seus problemas e a grandeza de suas realizações.

Antigos e Modernos

Naturalmente houve teóricos da economia em todos os tempos. Os gregos foram os primeiros a preocupar-se de maneira sistemática com questões econômicas, sendo seguidos por seus herdeiros espirituais; os romanos, menos dotados intelectualmente, mas impregnados de um espírito prático que lhes permitiu colecionar finas observações acerca da agricultura e do comércio, pelo menos. Assim, Aristóteles dedicou um conjunto de meditações intitulado "Econômicas" aos fenômenos típicos da administração pública e particular. Ao reconhecer as necessidades básicas associadas à sobre- vivência do homem, seja como indivíduo seja como sociedade, o eminente pensador reconheceu, ao mesmo tempo, a importância de estudar essas necessidades a fim de melhor atendê-las. Assim como o médico examina, com olho clínico, o organismo doente e procura prescrever o remédio para sua cura, o economista procura conhecer a fundo o mecanismo do corpo social e indicar as leis e costumes cujo mau funcionamento o perturbam para, em seguida, descrever a ordem mais favorável à criação do conforto mediante o trabalho. Por isso a economia política já foi definida como a ciência que determina quais são as leis que os homens devem adotar, a fim de que eles possam, com o mínimo possível de esforços, adquirir o máximo de objetos úteis à satisfação de suas necessidades, repartindo-os conforme a justiça e os consumindo conforme a razão. Embora desprovida de um caráter de exatidão matemática, embora não possa jamais ser confundida com a estatística, nem tampouco com as ciências físicas, visto que o seu objeto não são os bens considerados em si mesmos, porém as leis que favorecem a produção desses bens, a economia deveria atrair espíritos de escol entre os gregos. Porque eles compreenderam bem que as leis econômicas são de ordem espiritual. O que é a especulação, por exemplo, senão o uso de uma ordem espiritual com finalidades práticas? Daí provém a importância da credibilidade, sobre- tudo no mercado financeiro; daí o caráter volátil da Bolsa de Valores, onde boatos de todo o tipo criam uma realidade artificial, por assim dizer. Tornaram-se famosas, na Bolsa de Londres, as manobras maliciosas do economista David Ricardo, que espalhou notícias falsas sobre a guerra contra Napoleão Bonaparte, conseguindo assim comprar ações por baixo preço e, logo em seguida, vendê-las com margem altíssima de lucro. Manobra essa que, hoje em dia, recebe a rubrica de criminosa, como uso de informação privilegiada, mas nem por isso é menos empregada.

O pensamento antigo

Entretanto, outros antigos economistas atraem nossa atenção sem atingir, porém, o mesmo elevado grau de sistematização de Aristóteles. De um modo geral, esses economistas nos deixaram observações incidentais acerca dos mais variados aspectos da vida econômica: Xenofonte trata da aplicação dos bens produzidos; Sêneca e Juvenal insistem na necessidade de moderação dos desejos a fim de conseguir a moderação das necessidades. Hoje eles ficariam espantados com a nossa cultura consumista, a nossa criação incessante de novas necessidades que estimulem a venda de novos produtos. Em seu pragmatismo, os romanos deram especial destaque à atividade agrícola, exaltando a vida sã dos campos, e as vantagens provenientes de um contato mais estreito com a natureza animal e vegetal. Nesse sentido, aliás, eles escreveram não apenas tratados objetivos e de precisão impressionante, como os de Catão intitulados Sobre a Agricultura, mas também poemas de rara beleza onde somos instruídos sobre silvicultura, apicultura, fabricação de queijos, coalhos e vinho, instalação de pocilgas, currais, leiterias e hortas, como nas Geórgicas de Virgílio.

A Riqueza das Nações

Mas somente a Idade Moderna viu surgir a economia política propriamente dita, e isso também ocorreu na Inglaterra, a par de tantas transformações econômicas. O primeiro dos economistas modernos, o chamado "pai da economia política", é Adam Smith; ele é o autor de um dos livros mais influentes que conhecemos: A Riqueza das Nações. Nesse livro encontramos uma notável contribuição para o estudo da economia, um esforço primoroso feito no sentido de tornar a economia uma ciência independente, algo jamais visto desde os tempos de Aristóteles. Entretanto, Adam Smith publicou o seu livro numa época em que o mercantilismo já estava em franca decadência. E o que era o mercantilismo? Era a famosa política econômica adotada pelas monarquias nacionais, aquelas que tinham dado origem aos Estados modernos no período final da Idade Média. Depois de organizar o Estado sob o ponto de vista político, obrigando os antigos senhores feudais a submeter-se à sua autoridade, os monarcas se preocuparam com a organização do Estado sob o ponto de vista econômico. Era preciso fortalecer esse Estado não somente a fim de garantir a autoridade monárquica dentro do próprio país, mas também para alcançar preponderância em termos diplomáticos e estratégicos na área da política externa. Para alcançar esse objetivo, bastante difícil na verdade, os governos monárquicos aprovaram leis que, no entender deles, se tornariam fonte de riqueza e poder para toda a nação. Essas leis mantinham o olho do rei sobre todos os aspectos da vida cotidiana de seus súditos, moldando-a e regulando-a. Ao conjunto dessas leis, ou melhor, ao espírito que as inspirava, os historiadores deram o título geral de mercantilismo, portanto, não é um sistema econômico, porém, antes, certas teorias econômicas que, aplicadas pelo Estado num momento ou noutro, traduziam um esforço nacional no sentido de alcançar riqueza e poder; responder à questão: o que torna rico um país? Esse era o desafio maior proposto pela situação econômica aos governos europeus no início da era moderna.

O exemplo espanhol

Nesse contexto, famoso, também é o exemplo da Espanha. Lá, onde o labor fabril foi menosprezado em meio às riquezas coloniais, encontramos a manifestação clássica do mercantilismo. Como recorda Leo Huberman: "A Espanha foi, no século XVI, talvez o mais rico e poderoso país do mundo. Quando os homens inteligentes de outros países perguntavam a razão disso, julgavam encontrar a resposta nos tesouros que ela recebia das colônias. Ouro e prata. Quanto mais tivesse, tanto mais rico o país seria — o que se aplicava às nações e também às pessoas". Esse é o conhecido princípio mercantilista do acúmulo de metais preciosos, ouro e prata, como fundamento da riqueza nacional; princípio que, mal aplicado, não somente deu a ilusão de uma riqueza real, mas também arruinou definitivamente o país. Como pergunta Leo Huberman, ironicamente: "O que fazia as rodas do comércio e indústria girarem mais depressa? Ouro e prata; o que permitia ao monarca contratar um exército para combater os inimigos de seu país? Ouro e prata." A ironia consiste justamente no fato de que os outros países, aqueles que não dispunham de minas de ouro e prata em seus próprios territórios ou em colônias ultramarinas, como a Espanha, encontraram a sua fonte de riqueza no equilíbrio da balança comercial, isto é, na venda de produtos mediante pagamento em ouro e prata. O caso da Inglaterra é o mais conhecido e famoso, porque os ingleses, tendo chegado tardiamente à corrida colonial do século XVI, disputada por Espanha e Portugal, desenvolveram com rapidez o comércio de manufaturas com base no princípio de que exportar mais do que importar implicava num acumulo de riqueza. A Inglaterra rivalizou e superou logo a Holanda como o grande armazém da Europa, para onde afluíam todas as riquezas sob a forma de metais e de mercadorias a serem renegociadas. Além do impulso natural para o comércio que manifestavam, os súditos reais eram, muitas vezes, estimulados em suas atividades econômicas através da concessão de privilégios e prêmios; e os produtos manufaturados podiam gozar de tarifas protetoras.

Nos tempos de Adam Smith, porém, a situação já era outra. Estímulo e proteção se tornaram incômodos porque representavam uma ingerência do governo nos negócios. A política mercantilista, portanto, passou a inspirar rebelião porque restringia, regulava e continha as atividades econômicas, prejudicando o espírito empreendedor. O livro de Adam Smith representa a discordância de muitas pessoas com a política oficial mercantilista. Os comerciantes desejavam participar dos enormes lucros das companhias estatais monopolizadoras, queriam tirar proveito das excelentes oportunidades oferecidas pela expansão da indústria e do comércio. Eles conheciam muito bem, lembra Leo Huberman, o poder do capital, e queriam exercê-lo livremente. Enfim, do mesmo modo como não existe limite para o impulso de exploração mecanizada das forças naturais, também não existe limite para a ambição capitalista de lucro e poder. Foi isso que marcou a ascensão da burguesia e a consequente decadência do poder monárquico na fase econômica que sucedeu o mercantilismo. Tudo isso contribuiu para o grande sucesso do livro de Adam Smith, embora na época de sua publicação muitos ainda tomassem posição a favor do mercantilismo e contra a política do livre comércio. Esse livro e a Teoria dos Sentimentos Morais, do mesmo autor, forneceram munição para a crítica contundente de Marx à economia política. Embora alguns estudiosos tenham afirmado que muito das teorias de Adam Smith pode ser encontrado em obras anteriores, de David Hume e Montesquieu, a sua originalidade consiste no estudo profundo que ele faz das causas que influenciam a produção e distribuição da riqueza. Esse estudo deu à sua obra um incontestável caráter prático, sobretudo devido às circunstâncias econômicas no momento em que o livro foi publicado. Nele, Adam Smith exibe todas as mazelas do mercantilismo, todos os seus pontos fracos, e propõe o emprego de uma expressão que deveria fazer história: a da mão invisível do mercado. Essa mão invisível consiste nas leis do próprio mercado, não havia mais necessidade da intervenção do Estado a fim de mantê-lo regulado, ao contrário, ele deveria seguir daí por diante suas próprias leis, as chamadas leis do mercado. Embora apareça apenas uma vez no livro A Riqueza das Nações, essa expressão se estendeu, depois, aos mais diferentes campos da economia. Porém, curiosamente, o próprio Adam Smith afirma que a intervenção do Estado é exigida quando se trata de combater a pobreza e promover a equidade social. A emissão da moeda nacional deveria ser encarada como apanágio do Estado: somente ele deve regular sua emissão e declarar seu valor oficial.

David Ricardo

Outro grande economista é o inglês, de origem judaica, David Ricardo [1772-1823]. Ele fez parte de um notável círculo de economistas que incluía James Mill, Jeremy Bentham e Thomas Malthus; com este último ele manteve ativa correspondência na qual discute, entre outros assuntos importantes, o papel dos proprietários de terra na sociedade; ainda participou do Clube de Economia Política e de uma original Sociedade Geológica; tudo isso serve para dar-nos uma ideia da variedade de interesses e do pragmatismo dos economistas ingleses, o que os torna tão importantes. Ricardo também se interessou por economia a partir da leitura da obra de Adam Smith, com sua teoria conhecida como da vantagem comparativa, defende o livre mercado. A vantagem comparativa, por sua vez, consiste na especialização de uma nação naquelas indústrias nas quais ela pode alcançar o mais alto nível de competitividade; sem dúvida alguma, a teoria da vantagem comparativa requer uma indústria e uma política comercial oficial, não fazendo entender que decisões empresariais possam ser tomadas de forma independente, apenas visando o lucro. De qualquer modo a teoria econômica de Ricardo foi muito criticada, mesmo por historiadores britânicos, porque ela deu ocasião ao comércio da troca desigual, cujo caso mais famoso consiste nas relações comerciais entre Inglaterra e Portugal do modo como foram estabelecidas através dos Tratados de Methuen: o livre comércio sufocou a incipiente indústria têxtil portuguesa, associando-se às consequências de um mercantilismo mal entendido, e favoreceu tão somente a exportação de vinho pelos portugueses. Isso aconteceu enquanto a Inglaterra exportava o algodão proveniente das suas colônias da América, o que, aliado aos outros capitais oriundos do mercantilismo, permitiu a evolução industrial do país. Também a falta de consideração da variedade da produção por parte de Ricardo recebeu críticas. É possível que a especialização industrial requerida por parte da teoria provoque desastres no mundo real da economia, mais sujeito a crises do que pensamos à primeira vista. Hoje em dia muitos estudiosos pensam que a teoria de Ricardo é falha no que se refere à mobilidade econômica; ela favorece apenas os países cuja tecnologia já atingiu um estágio avançado, mas condena ao atraso aqueles que ainda lutam pelo desenvolvimento. Pensar que países produtores de matéria prima estão sujeitos a um perpétuo regime agrário exportador, enquanto os outros, os industrializados, devem exportar produtos manufaturados, é sancionar o antigo Pacto Colonial que perdurou do século XVI ao século XX. A obra mais famosa de Ricardo são seus Princípios de Economia Política e Tributação, recebeu especial atenção o capítulo intitulado teoria do valor trabalho. Os pressupostos dessa teoria são, de um modo geral: períodos de produção podem se diferentes; os processos de produção utilizam instrumentos e equipamentos como fazendo parte do capital, e não apenas os salários. É verdade que essas ideias foram criticadas; a principal dessas críticas diz justamente respeito ao rigor matemático que Ricardo empregou na elaboração de seu trabalho intelectual, é bem possível que uma lógica rigorosa não forneça uma boa teoria econômica. As ideias de Ricardo, porém, continuaram atuais sob muitos aspectos, e, muitos estudiosos da economia, hesitam se Stuart Mill ou ele merece o segundo lugar na história da economia política depois de Adam Smith, porque muitos economistas, com destaque para os socialistas mais ou menos ligados a Marx, sofreram forte influência de Ricardo. Na atualidade o reconhecimento tributado a Ricardo permanece unânime, quaisquer que sejam as críticas pontuais feitas à sua famosa teoria.

John Stuart Mill

Juntamente com Ricardo, quem merece ser lembrado é John Stuart Mill [1806-1873], cuja obra Princípios de Economia Política apresenta um resumo crítico dos trabalhos anteriores de todas as escolas mais importantes da economia: desde Adam Smith até Ricardo, passando pelo mercantilismo e a fisiocracia de Quesnay. Stuart Mill era impregnado de preocupações morais, ao contrário do que muitas vezes a leitura de autores socialistas, direta ou indiretamente ligados a Marx, faz pressupor; neste sentido, é típico o pensamento de Mill: "supus que os trabalhadores sempre subsistem a partir do capital; e este é um fato óbvio, ainda que o capital não seja necessariamente fornecido por uma pessoa denominada capitalista". Essa é a conclusão do economista ao estudar a natureza da produção, principiando pelo trabalho e sua relação com a natureza. Em seguida, ele tratou da distribuição enquanto fenômeno econômico; nesta parte, ainda fiel aos seus princípios morais, Stuart Mill chega à conclusão de que, embora a riqueza seja produzida de acordo com leis naturais, ela é distribuída segundo leis convencionais: "A distribuição da riqueza, portanto, depende das leis e costumes da sociedade. As regras pelas quais ela é determinada são feitas pelas opiniões e sentimentos que as partes dirigentes estabelecem e são muito diferentes em épocas e países diversos; e poderia ser ainda mais diferente se a Humanidade assim o escolhesse." O pensamento econômico de Stuart Mill, associado à sua elevada moralidade, atrai nossa atenção, mas às vezes parece justificar a censura que lhe foi feita por alguns observadores: seria demasiado idealista, puro e quase ingênuo diante do mundo real dos fenômenos econômicos. Stuart Mill acreditava, por exemplo, que será possível algum dia atingir um estágio social no qual o senso de humanidade prevaleça sobre a avidez e busca do lucro: "um estado no qual embora ninguém seja pobre, ninguém deseja ficar mais rico, nem tem razões em temer ser passado para trás, em virtude do esforço de outros para ir em frente". É difícil, mesmo fazendo uso de um esforço o mais forte e o mais sincero, imaginar que numa sociedade capitalista ninguém deseje ficar mais rico se tiver meios para conseguir esse acréscimo de riqueza. Convém lembrar aqui a curiosa etimologia da palavra rico, cujas raízes, em sânscrito, significam ser poderoso, dando origem ao título dos príncipes indianos: rajá, assim como dos reis e imperadores em latim e alemão, e dos grandes e poderosos em espanhol, os homens ricos. No Brasil colonial, os homens bons que formavam. as poderosas câmaras municipais eram ninguém menos que os homens ricos. O mais difícil, portanto, talvez seja dissociar o desejo de riqueza do desejo de poder: será que um movimento do tipo da Revolução Francesa, com tantas consequências históricas, teria acontecido se a burguesia se contentasse com a riqueza?

Karl Marx [1818-1883], embora não tenha sido um economista no sentido estrito do termo, desempenha um papel da mais alta categoria por suas ideias sobre o papel da economia ou infraestrutura na formação dos demais fenômenos sociais ou superestrutura. Sua influência se estendeu por toda a segunda metade do século XIX e primeira metade do século XX, de maneira quase incontestada entre os teóricos socialistas e os autores. da chamada práxis revolucionária, com destaque para Lênin e seus herdeiros políticos. Hoje, após o desaparecimento da antiga União Soviética e a implantação de uma economia abertamente capitalista nos territórios que a formavam, assim como na China, o questionamento sobre os pressupostos econômicos de Marx só fez aumentar, apresentando muitos desafios aos críticos e estudiosos.

Schumpeter

Entretanto, outro nome que merece ser lembrado é o do economista de origem austríaca Joseph Schumpeter [1883-1950] que coincidentemente nasceu no mesmo ano da morte de Karl Marx e do nascimento de outro notável economista: John Maynard Keynes. Para Schumpeter, era preciso integrar economia e sociologia, a fim de que suas teorias econômicas inovadoras alcançassem um nível mais alto de compreensão. Ele é autor de uma célebre teoria do ciclo econômico, que afirma que o equilíbrio econômico pode, deve, aliás, ser perturbado, num sentido positivo, por alguma inovação do ponto de vista econômico. Algumas dessas inovações são: a introdução de novo bem no mercado, a descoberta de novo método de produção ou de comercialização de mercadorias, a conquista de novas fontes de matérias-primas. Enfim, até mesmo uma alteração da estrutura de mercado vigente, na qual podemos incluir a introdução da concorrência onde ela não existia antes, pode significar a referida inovação econômica. Schumpeter foi um dos economistas contemporâneos que mais fez escola, isto é angariou discípulos através de sua atividade docente em renomadas universidades, sobretudo dos Estados Unidos.

Keynes e Marshall

Por sua vez, John Maynard Keynes e George Marshall foram responsáveis por toda uma política econômica seguida pelos governos dos Estados Unidos e da Europa nos períodos de grave crise que se seguiram à primeira e segunda guerra mundiais. As ideias de Keynes serviram de base para a política. de recuperação econômica adotada pelo presidente Franklin Roosevelt no período que se segue à grande depressão e à famosa quebra da Bolsa de Nova York em 1929. Quanto a Marshall, ele é o elaborador do plano para a recuperação econômica da Europa, principalmente Alemanha, assim como do Japão, ambos os países que foram derrotados e tiveram sua economia arrasada com a segunda guerra mundial.

O Neoliberalismo

Hoje em dia, a chamada economia neoliberal, que sob certos aspectos representa o antigo livre mercado de Adam Smith devidamente aperfeiçoado sob uma perspectiva atual, globalizante, parece impregnar o mundo econômico, isso pelo menos sob certos aspectos. De qualquer modo os desafios persistem, e a mesma atmosfera estranha parece rodear os especialistas, aqueles poucos homens que compreendem a linguagem miste- riosa da ciência econômica. Talvez precisemos mesmo do gênio de um Adam Smith, da finíssima capacidade de compreensão de um David Ricardo, ou ainda dos conhecimentos universais. de Stuart Mill para compreendê-la em toda a sua complexidade.

Bibliografia

Huberman, Leo - História da Riqueza do Homem - Zahar Editores, Rio de Janeiro 1974.

Landes, David S. - Riqueza e a Pobreza das Nações - Editora Campus, Rio de Janeiro 1998.

Laveleye, Emile de - Eléments D'Économie Politique - Librairie Hachette, Paris 1914.

Spengler, Oswald - La Decadencia de Occidente - Espasa Calpe, Buenos Aires 1952.

Fonte de Consulta

OLIVEIRA, Dimas da Cruz. Almanaque da Economia. São Paulo: Discovery Publicações

Dimas da Cruz Oliveira/ Academia de Letras do Triângulo Mineiro.

 

 

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