20 outubro 2020

Necessidade e Demanda

Economistas, jornalistas e muitos pensadores discorrem sobre as vantagens da destruição. Acham que a guerra é melhor que a paz. O mundo se torna próspero depois de uma guerra, graças a uma enorme demanda “acumulada” ou “insatisfeita”. Confundem necessidade com demanda.

Quanto mais a guerra destrói, mais pobres ficam as pessoas. Logicamente, depois de uma guerra a necessidade aumenta assustadoramente. Necessidade não é demanda. Para que a demanda se concretize, as pessoas precisam ter poder aquisitivo.

Pensar no poder aquisitivo, apenas como moeda, não é muito racional. Observe que conforme a quantidade de moeda aumenta, há, em contrapartida, um aumento nos preços das mercadorias.

A Alemanha recuperou-se rapidamente depois da guerra. Isto não significa que a destruição de propriedades é uma vantagem para a pessoa cuja propriedade foi destruída. Ninguém queima sua própria casa pensando que a necessidade de reconstruí-la estimulará suas energias.

Uma grande falácia é pensar em termos de abstração — a coletividade, a nação — e esquecer as pessoas que a criam. Será que as pessoas cuja propriedade foi destruída pela guerra também pensam que a guerra é uma vantagem econômica?

Demanda e oferta são as duas faces de uma mesma moeda. Oferta cria demanda porque, no fundo, é demanda. O dinheiro que o alfaiate ganha vendendo seus ternos é demanda para os alimentos que irão saciar a sua fome. 

Em outras palavras, nunca é vantagem ter fábricas destruídas, a não ser que elas já estivessem obsoletas.  

Fonte de Consulta

HAZLITT, Henry. Economia Numa Única Lição. Tradução de Leônidas Gontijo de Carvalho. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises Brasil, 2010.

 


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