21 julho 2025

Carta Magna

A Magna Carta foi assinada por João sem Terra (Rei da Inglaterra), em 15 de junho de 1215, em virtude das pressões exercidas pelos barões da terra, que discordavam da maneira como ele mantinha os territórios franceses que a Inglaterra possuía, como também do aumento excessivo de impostos que recaiam sobre os próprios barões. Entrou, também, em conflito com a Igreja, no sentido de controlar a nomeação de bispos.  

Por volta de 1215, ele se defrontou com uma rebelião e foi forçado a negociar com os seus barões quando chegaram a Londres. Eles lhe apresentaram um documento, tendo como modelo a Charter of liberties de cem anos antes, publicada pelo rei Henrique I, detalhando suas exigências que reduziam consideravelmente o poder de João e aumentavam os privilégios deles. Os "Articles of the barons" incluíam cláusulas relativas às suas propriedades, aos direitos e deveres, mas também fizeram com que o rei se sujeitasse às leis da terra.

A cláusula 39 tinha a seguinte implicação: "Nenhum homem livre será perseguido, aprisionado ou destituído de seus direitos ou posses, ou exilado ou privado de sua posição sob qualquer circunstância, nem usaremos de força contra ele, ou enviaremos outros para que o façam, exceto pelo julgamento legal por seus pares ou pela lei da terra”. Pela primeira vez, a liberdade de um indivíduo diante de um governante tirânico foi explicitamente garantida.

Embora não tenha sido prontamente posta em prática, as principais cláusulas foram mantidas, e o espírito da Magna Carta influenciou muito o desenvolvimento político da Grã-Bretanha, cuja ênfase residia na restrição do poder do monarca em favor dos direitos do "homem livre".

A Magna Carta foi pioneira na ideia de leis para proteger a liberdade do indivíduo da autoridade despótica. Ela também inspirou a declaração de direitos preservada em muitas constituições modernas, em especial as das ex-colônias da Grã-Bretanha, bem como na Declaração dos Direitos Humanos.

Fonte de Consulta

KELLY, Paul... [et al]. O Livro da Política. Tradução Rafael Longo. São Paulo: Editora Globo, 2013.

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