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22 julho 2017

Socialismo: Falácia do Jogo de Soma Zero

Socialismo é o conjunto de doutrinas que visam uma reforma radical da sociedade humana, por meio da supressão das classes sociais, pela coletivização dos meios de produção e do intercâmbio comercial. O Oxford English Dictionary define socialismo como “teoria ou política que defende a posse ou o controle dos meios de produção – capital, terra, propriedade etc. – pela comunidade em conjunto, e a sua administração no interesse de todos”.

Na Antiguidade, Platão, com sua sociedade ideal; na Renascença, as utopias (Thomas More). Com a Revolução Industrial e as crises que se seguem, aparecem na França diversos tipos de socialismo (utópico, associacionista, de Estado, cristão), preparando o terreno para o socialismo marxista, ou socialismo científico.

O socialismo marxista é fruto de um estudo, feito por Marx e Engels, da filosofia idealista alemã, do pensamento socialista francês e da economia política capitalista inglesa. O pano de fundo é uma crítica ao regime capitalista, propondo uma ação contra o Estado capitalista para conquistar o poder, que se faria através da ditadura do proletariado.

Os socialistas acreditam que de alguma forma os indivíduos são todos iguais. A maioria luta pela igualdade. Daí, criarem ilusões ou falácias. A falácia do jogo de soma zero é uma delas. O jogo de soma zero significa dizer que quando um ganha o outro perde.

A educação é um ramo bastante fértil para caracterizar a falácia da soma zero: o ensino inclusivo, onde todos são avaliados por baixo. O professor não pode reprovar o aluno e os mais capazes não podem se sobressair. Não se pode magoar os menos capazes. Observe quando se permitiu usar o "nós vai" em nossa língua portuguesa.

Um desdobramento dessa falácia. Quando uma pessoa enriquece e a outra fica pobre não há comentários. Mas, se um indivíduo pertence a uma classe que tem dinheiro e o outro a uma classe sem dinheiro, a falácia está posta: o pobre transfere dinheiro para o rico. Não se leva em questão o mérito e a produtividade de cada indivíduo considerado.

No socialismo, deveríamos refletir sobre a nossa dependência mútua e a necessidade de nos ajudarmos uns aos outros. Isso nos remete ao jogo de soma positiva. Eu posso transferir conhecimento ao outro; o outro pode me transferir conhecimento. Ninguém ficou mais pobre por causa dessa ação.

Fonte de Consulta

SCRUTON, Roger. Como Ser um Conservador. Tradução de Bruno Garschagen.  4. ed., Rio de Janeiro: Record, 2016. 

29 dezembro 2014

Ganha-Ganha e Soma-Zero

Gideon Rachman, editor-chefe de assuntos internacionais do Financial Times, em "O Mundo Soma-Zero", faz um estudo da economia desde 1978, analisando-a em três períodos: a Era da Transformação (1978-1991); a Era do Otimismo (1991-2008); a Era da Ansiedade (2008 em diante).

Ao longo dos 30 anos (1978 a 2008), as maiores potências do mundo adotaram a globalização, porque pensavam que esse sistema econômico era o mais adequado para atender aos interesses comuns. A crise de 2008 alterou a lógica das relações internacionais do ganha-ganha e passou para soma-zero.

A lógica da soma-zero é quando o ganho de um país coincide com a perda em outro país. Para o autor, a lógica da soma-zero está ameaçando o futuro da União Europeia, à medida que os países discordam em relação aos custos de se administrar a moeda única. Acha também que a lógica da soma-zero tem impedido o mundo de se chegar a um acordo em relação ao aquecimento global. Os Estados Unidos, a China e a União Europeia e as principais economias em desenvolvimento hesitam em dar o primeiro passo, com medo de perder competitividade com o seu vizinho.

A Era da Transformação teve início em dezembro de 1978 em Pequim, na Terceira Plenária do encontro do Décimo Primeiro Comitê Central do Partido Comunista da China. Ela terminou na noite de Natal de 1991, quando a bandeira da União Soviética foi arriada pela última vez no Kremlin. No fim de 1978, Deng Xiaoping estabeleceu as bases da abertura chinesa e, concordando com os Estados Unidos, dizia: "É glorioso enriquecer".

A Era do Otimismo foi um período em que o poder econômico americano estava colocado no centro das atividades econômicas mundiais. Wall Street direcionava o fluxo de dinheiro; Estados Unidos gastava mais do que todos os outros países; os Estados Unidos eram o centro das revoluções da informática e da internet. Tudo isso dava força à globalização, à democracia e ao livre-comércio.

Durante a Era do Otimismo, a globalização e o poder americano serviram de base para o sistema internacional. Os internacionalistas liberais estavam confiantes de que o mercado da prosperidade, liberdade e estabilidade estava em expansão, enquanto pobreza, ditadura e a anarquia estavam sendo repelidos aos poucos.

O crash econômico de 2008 deu início à Era da Ansiedade. A crença no progresso da democracia fora abalada pelas dificuldades de implantar a democracia no Iraque e no Afeganistão e pela crescente confiança da China autoritária. Além disso, houve muita desconfiança quanto ao progresso tecnológico. A própria Rússia se envolvia em força militar, quase destronando a Geórgia democrática, em agosto de 2008. 

Fonte de Consulta

RACHMAN, Gideon. O Mundo Soma-Zero: Política, Poder e Prosperidade no Atual Cenário Global. Tradução de Cristina Yamagami. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.