Sofisma é um argumento falso, revestido de uma
forma mais ou menos capciosa, aparentemente dentro dos princípios lógicos, com
o intuito de induzir outrem ao erro. Alguns políticos gostam de sofismar,
provando com argumentos falsos, o contrário daquilo que é necessário e
verdadeiro ao povo. Com isso, acabam tendo votação expressiva aos cargos
públicos, em detrimento das pessoais mais dignas.
Jeremias Bentham, preocupado com a proliferação
desse tipo de procedimento dos políticos, escreveu o livro “Tratado dos
Sofismas Políticos”, em que enumera e discute diversos argumentos,
aparentemente verdadeiros, mas passíveis de se tornarem sofismas. Basta apenas
uma análise mais acurada, mais aprofundada, para descobrir o erro. Vejamos
alguns deles.
Utopia.
A utopia, discutida por Platão e Thomas Morus, em que retratam um
Estado ideal, levando o povo à felicidade geral, nada tem de errado. Suponha
agora um novelista da felicidade pública. Este novelista forma os homens como
bem entende, remove obstáculos a seu bel-prazer e nem se preocupa se há
conformidade entre os meios e os fins. Ele pinta o mundo onde é possível colher
trigo onde se plantou joio.
Termos ambíguos.
Muitos termos, neutros em sua origem, tornaram-se ambíguos conforme a
civilização foi se tornando complexa. Exemplo: tirano, pirata, virtus e vitium.
Se nos é indiferente um indivíduo, utilizamos o termo neutro. Se precisarmos
opinar favorável ou desfavoravelmente, fazemos uso do termo ambíguo. Dizer que
uma pessoa é piedosa pode significar elogio ou vitupério,
dependendo de como a vemos. Nessa mesma linha de raciocínio, o que é religião
para uns pode ser superstição para outros.
Bom na teoria, mal na pratica. É um sofisma muito utilizado pelos homens ditos
práticos. Esquecem-se de que toda a ação prática tem por trás um pensamento, um
raciocínio, uma teoria, que significa visão. A prática é consequência da
teoria; se a prática não é confiável, é porque a teoria também não o é. Urge
refazer a teoria para que a prática se torne aceitável.
Inovação.
Toda ideia nova traz dificuldades; por isso, o medo da inovação. Preferimos
“deixar tudo como está para ver como é que fica”. Esquecemo-nos de que para as
coisas se acomodarem a esta situação houve necessidade de uma inovação
anterior. Em outras palavras, o estabelecido de hoje foi a
novidade de ontem. Precisamos, pois, aceitar a inovação como um progresso para
a sociedade e para a organização da qual fazemos parte.
Estes pequenos exemplos servem para alertar os
cidadãos conscientes, no sentido de terem argumentos para combater os
politiqueiros e pessoas que tomam conta da coisa pública de modo indevido.
Fonte de Consulta
BENTHAM, Jeremias. Tratado dos Sofismas
Políticos e Tratado da Tirania. Tradução de Antonio José Falcão da Trota.
São Paulo: Logos, s.d.p.
Um comentário:
Partindo deste princípio, PT nunca mais.
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