“A guerra é a
continuação da política por outros meios.” (Karl von Clausewitz)
Linha do tempo. Séc. IV a.C. — Sun Tzu escreve A arte da guerra, o primeiro
livro sobre teoria militar do mundo. Séc. V d.C. — Santo Agostinho desenvolve a
doutrina cristã da guerra justa. Sec. XIII — São Tomás de Aquino aperfeiçoa os
princípios da guerra justa. 1932 — Publicação da influente obra de
Clausewitz, Da guerra. 1862 — A Guerra de Secessão dos Estados
Unidos leva J. S. Mill a exaltar a guerra justa. 1978 — Arthur Koestler fala
sobre a natureza perene da guerra.
A persistência do
estado de guerra na humanidade levou muita gente a supor que é uma característica
inerente à raça humana. Por isso, o teórico militar prussiano Karl von
Clausewitz afirmou: “A guerra é a continuação da política por outros meios”. Em
outras palavras, enquanto os seres humanos continuarem a ser animais famintos
por terras e outros recursos, as disputas estarão além da resolução por meio
pacífico.
Dentro desse enfoque,
no século V d.C., Santo Agostinho tentou conciliar os ensinamentos pacifistas
dos primeiros apóstolos da Igreja e as necessidades militares dos governantes
imperiais, e apresentou-nos a doutrina da guerra
justa, fundada na obrigação moral de buscar a justiça e defender os inocentes.
Além da guerra justa, os filósofos apresentam-nos as visões extremas do
realismo e do pacifismo. No realismo, há a desconfiança de se aplicar conceitos
éticos à guerra. No pacifismo, acredita-se que a moralidade ainda tem um peso nas
questões internacionais. Mesmo se
tornando uma coisa medonha, até o filósofo pacifista J. S. Mill considerava que
às vezes é necessário se travar a boa luta.
No século XIII, Tomás
de Aquino aprimorou a guerra justa de
Santo Agostinho, propondo uma distinção entre jus ad bellum (“justiça para fazer a guerra”, condições sob as
quais é moralmente correto pegar em armas) e
jus in bello (“justiça na guerra”, regras de conduta no curso da luta). Hoje,
o debate atual sobre a ética da guerra é fundamentada em torno dessas duas
ideias.
Em linhas gerais, a única
motivação da guerra justa deve ser a de corrigir o mal causado pela agressão
que forneceu a causa justa, e não para encobrir outras motivações, como
interesses nacionais, expansão territorial e engrandecimento.
“Subjugar o inimigo
sem lutar é a excelência suprema”, segundo o general chinês Sun Tzu, o primeiro
grande teórico militar do mundo. A ação militar deve ser sempre o último
recurso e só se justifica se todas as outras opções pacíficas fracassarem. Como
afirmou o político britânico Tony Benn, em certo sentido “toda guerra
representa um fracasso da diplomacia”.
Fonte de Consulta
DUPRÉ, Bem.
50 grandes ideias da humanidade que você
precisa conhecer. Tradução Elvira Serapicos. São Paulo: Planeta do Brasil,
2016.
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Para Reflexão
742. Qual a causa que leva o homem à guerra?
— Predominância
da natureza animal sobre a espiritual e satisfação das paixões. No estado de
barbárie os povos só conhecem o direito do mais forte, e é por isso que a
guerra, para eles, é um estado normal. À medida que o homem progride ela se
torna menos frequente, porque ele evita as suas causas, e quando ela se faz
necessária ele sabe adicionar-lhe humanidade.
743.
A guerra desaparecerá um dia da face da Terra?
— Sim, quando
os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus. Então, todos os
povos serão irmãos.
744.
Qual o objetivo da Providência ao tornar a guerra necessária?
— A liberdade
e o progresso.
Extraído de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.
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