06 dezembro 2022

Nero

Lúcio Domício Enobarbo, conhecido como "Nero Cláudio César Augusto Germânico", ou simplesmente Nero (37–68), foi imperador romano entre os anos 54 e 68 da era cristã. Na dinastia Júlio-Claudiana, foi o quinto, após Augusto, Tibério, Calígula e Cláudio. É conhecido como um dos mais cruéis imperadores da história de Roma.

Conta-se que, depois que alguns soldados mataram Messalina, a quarta esposa de Cláudio, este casou-se com Agripina, já então mãe de Nero, que o persuadiu a adotar Nero como filho; depois, alimentou o imperador com cogumelos envenenados, matando-o. Posteriormente, Nero subiu ao trono aos dezessete anos (em 54 d.C.).

Sêneca serviu de orientador de Nero, e este prometera-lhe dar o exemplo durante todo o seu reinado, da virtude da bondade que o filósofo exaltava no tratado De clementia. Os primeiros cinco anos de seu mandato, o império progrediu substancialmente: a corrupção foi reprimida, a burocracia administrativa melhorou e o Mar Negro ficou livre dos piratas.

Sêneca, para desviar Nero dos negócios de Estado, permitiu-lhe afrouxar a rédea na moral, promovendo banquetes caros e festas abundantes. 

Nero desfez-se da esposa Otávia e casou-se com Popeia Sabina, que se embelezava e estimulava o desejo. Tendo a oposição da mãe de Nero, incita o marido a matar a própria mãe.

Em 18 de julho de 64, irrompeu um incêndio no Circus Maximus que se alastrou rapidamente. Durou nove dias e arrasou dois terços de Roma. Daí, surgiu o boato de que Nero havia mandado tocar fogo para apreciar o espetáculo e escrever um poema baseado na realidade. Para afastar as suspeitas, culpa os cristãos, e começa a persegui-los. Homens mulheres e crianças foram presos e condenados aos piores suplícios.

Um ano depois, Nero soube de uma conspiração para depô-lo; alguns prisioneiros comprometeram Sêneca e o poeta Lucano; Nero ordenou aos dois que se matassem e eles obedeceram.

"Em meio às suas conquistas, Nero recebeu a notícia de uma rebelião na Judeia e de que praticamente todo o Ocidente estava contra ele. Em 68 d.C., Víndice, governador de Lyon, e Galba — comandante do exército romano na Espanha —, ambos, aderiram à rebelião; Nero procurou a Guarda Pretoriana para defendê-lo; esta se declarou favorável a Galba, e o senado proclamou Galba imperador. Nero apelou aos amigos que favorecera, mas nenhum o ajudou. Fugiu pela estrada em direção a Óstia, esperando encontrar um navio com uma tripulação leal, mas os soldados do senado o alcançaram e cercaram. Tentou enfiar um punhal na garganta; a mão falhou; seus criados libertos o ajudaram a pressionar a lâmina. “Qualis artifax pereot”, lamentava-se ele — “Que artista morre comigo!”"

Fonte de Consulta

DURANT, Will. Heróis da História: Uma Breve História da civilização da Antiguidade ao Alvorecer da Era Moderna. Tradução de Laura Alves e Aurélio Barroso Rebello. L&PM Pocket.


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