Conta-se que, depois
que alguns soldados mataram Messalina, a quarta esposa de Cláudio, este
casou-se com Agripina, já então mãe de Nero, que o persuadiu a adotar Nero como
filho; depois, alimentou o imperador com cogumelos envenenados, matando-o. Posteriormente,
Nero subiu ao trono aos dezessete anos (em 54 d.C.).
Sêneca serviu de
orientador de Nero, e este prometera-lhe dar o exemplo durante todo o seu
reinado, da virtude da bondade que o filósofo exaltava no tratado De clementia. Os primeiros cinco anos de
seu mandato, o império progrediu substancialmente: a corrupção foi reprimida, a
burocracia administrativa melhorou e o Mar Negro ficou livre dos piratas.
Sêneca, para desviar Nero dos negócios de Estado, permitiu-lhe afrouxar a rédea na moral, promovendo banquetes caros e festas abundantes.
Nero desfez-se da esposa
Otávia e casou-se com Popeia Sabina, que se embelezava e estimulava o desejo. Tendo a oposição da mãe de Nero, incita o marido a matar a própria mãe.
Em 18 de julho de 64, irrompeu
um incêndio no Circus Maximus que se alastrou
rapidamente. Durou nove dias e arrasou dois terços de Roma. Daí, surgiu o boato
de que Nero havia mandado tocar fogo para apreciar o espetáculo e escrever um
poema baseado na realidade. Para afastar as suspeitas, culpa os cristãos, e
começa a persegui-los. Homens mulheres e crianças foram presos e condenados aos
piores suplícios.
Um ano depois, Nero
soube de uma conspiração para depô-lo; alguns prisioneiros comprometeram Sêneca
e o poeta Lucano; Nero ordenou aos dois que se matassem e eles obedeceram.
"Em meio às suas
conquistas, Nero recebeu a notícia de uma rebelião na Judeia e de que
praticamente todo o Ocidente estava contra ele. Em 68 d.C., Víndice, governador
de Lyon, e Galba — comandante do exército romano na Espanha —, ambos, aderiram
à rebelião; Nero procurou a Guarda Pretoriana para defendê-lo; esta se declarou
favorável a Galba, e o senado proclamou Galba imperador. Nero apelou aos amigos
que favorecera, mas nenhum o ajudou. Fugiu pela estrada em direção a Óstia,
esperando encontrar um navio com uma tripulação leal, mas os soldados do senado
o alcançaram e cercaram. Tentou enfiar um punhal na garganta; a mão falhou;
seus criados libertos o ajudaram a pressionar a lâmina. “Qualis
artifax pereot”, lamentava-se ele — “Que artista morre comigo!”"
Fonte de Consulta
DURANT, Will. Heróis da História: Uma Breve História da civilização da Antiguidade ao Alvorecer da Era Moderna. Tradução de Laura Alves e Aurélio Barroso Rebello. L&PM Pocket.
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