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29 maio 2022

Homeschooling

Os defensores do homeschooling querem apenas uma liberdade humana essencial.

Daniel Chaves Claudino, em artigo no site Mises Brasil, de 21/05/2022, tenta responder a três críticas mais comuns ao homeschooling.

homeschooling (ensino domiciliar) é um termo muito estranho, pois todos têm a ideia de que o ensino deve ser ministrado na escola. Embora haja um crescimento de visibilidade no Brasil, ainda esbarra em diversos obstáculos, tais como, a escassez de recursos pedagógicos, a falta de uma cultura e de uma mentalidade favoráveis ao homeschooling e as questões legais.

Trechos copiados do artigo

Fundamentos da educação convencional

O atual paradigma educacional é fundamentado em algumas premissas gerais, resumidas a seguir:

a) existe uma idade ótima a partir da qual o aluno deve ser ensinado;

b) tal ensino deve ser ministrado por profissionais qualificados e munidos de ferramentas e teorias pedagógicas;

c) esse arcabouço pedagógico é inacessível ao "cidadão comum";

d) alunos da mesma idade têm (aproximadamente) a mesma capacidade e bagagem intelectual e, portanto, este passa a ser um parâmetro natural de segregação;

e) essa forma de divisão é a ideal e a única que permite a "socialização" dos alunos.

É importante explicitar essas características do sistema educacional vigente porque muitos dos equívocos que rondam o homeschooling têm a ver com uma visão romantizada do funcionamento desse sistema, de modo que qualquer tentativa de se distanciar desse padrão é vista como uma atitude retrógrada e incapaz de atender às necessidades educacionais básicas das pessoas em formação.

Com isso em mente, abaixo são listados os três pontos de maior contenda quando se trata do homeschooling.

O homeschooling não é um experimento educacional alternativo à educação praticada nas escolas

Você não é suficientemente qualificado para educar seus filhos

"Mas e a socialização?"

Para concluir

Vale ressaltar o óbvio: defensores do homeschooling não estão pedindo a abolição do sistema educacional vigente. Eles querem apenas a liberdade de não serem obrigados a enviar seus filhos para essas fábricas de coerção e de entorpecimento cerebral que são as escolas atuais. (Pela legislação atual, se você optar por educar seu filho em casa, poderá ir para a cadeia).

Vale repetir as palavras de John Holt, mundialmente famoso educador e defensor do homeschooling, em seu best-seller Como as Crianças Aprendem:

Queremos acreditar que estamos enviando nossas crianças para a escola para que elas aprendam a pensar. Mas o que realmente estamos fazendo é ensinando-as a pensar de maneira errada. Pior: estamos ensinando-as a abandonar uma maneira natural e poderosa de pensar e a adotar um método que não funciona para elas e o qual nós mesmos raramente usamos.

Nós estamos tentando convencê-las de que, ao menos dentro da escola — ou mesmo em qualquer situação em que palavras, símbolos ou pensamento abstrato estejam envolvidos —, elas simplesmente não podem pensar. Devem apenas repetir.

Link para a leitura integral do artigo

https://www.mises.org.br/article/2984/entendendo-o-basico-sobre-o-homeschooling--e-respondendo-as-tres-criticas-mais-comuns


06 outubro 2016

Reforma do Ensino Médio

"Antes de protestar, leia a proposta."

Maria Helena Guimarães de Castro, 70 anos, que ocupou o Ministério da Educação no governo FHC, e agora secretária executiva do ministro Mendonça Filho, a grande idealizadora da reforma do ensino médio, concede entrevista às "Páginas Amarelas" da Veja, em 5/10/2016.

Reforma do Ensino Médio propõe a flexibilização de uma parte do tempo do jovem na escola. Baseando-se nas informações de que metade dos que ingressam no ensino médio não se forma e menos de 20% deles vão para a universidade, Maria Helena pensa que, para chegar à reta final do ensino médio, o aluno precisa ter interesse pela escola. A escola deve oferecer uma trilha com o qual o aluno se identifique: acadêmica ou técnica. Em três anos serão 1200 horas fixas e 1200 horas flexíveis, à escolha do estudante. Assemelha-se ao que acontece na Inglaterra, no Canadá e nos Estados Unidos.

Em sua entrevista, disse que a reforma do ensino médio não é uma ideia nova; vem sendo discutida há duas décadas. As pessoas reclamam porque mexe em vários vespeiros: corporações de professores temem perder direitos adquiridos; a indústria de preparação de jovens para o Enem se vê ameaçada; há também o fator político, pois engajar-se nesse processo pode perder votos. 

Detalhe importante: todo e qualquer passo dado em relação ao currículo obrigatório será definido depois de se ouvirem os melhores especialistas de cada área e os secretários de Educação. Ainda passará pelo crivo final do Conselho Nacional de Educação. O desfecho deve se dar no segundo semestre de 2018.

Esclarece que há quatro grandes áreas do conhecimento na LDB: linguagens, matemática, ciências humanas e da natureza. A experiência mundial mostra que, para contemplar todas elas, não é preciso necessariamente organizar o conteúdo em disciplinas divididas de modo tradicional. As únicas disciplinas que, já se sabe, persistirão pelos três anos são português, inglês e matemática. 

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"Por motivos misteriosos, somos diferentes de todos os países que vale a pena considerar. Neles, na idade média, há muitas alternativas possíveis. Por exemplo, oferecem escolas diferentes. Na Alemanha, há quatro alternativas. Na França, há muitas, além da opção de dar ênfase a este ou àquele assunto. Nos Estados Unidos, há um único modelo de escola, mas os alunos têm entre 100 e 200 disciplinas para escolher e algumas são especializadas (por exemplo: em música ou ciências)". 

E no Brasil? Um modelo único de escola e um currículo igual para todos. Qual a probabilidade de o mundo inteiro estar errado e o Brasil certo? 

Trecho extraído de "Ensino Médio: Aleluia", de Cláudio de Moura Castro, publicado na Revista Veja de 19/10/2016, p. 82.