Menos é mais e, geralmente, mais eficaz
Antifrágil: Coisas que se Beneficiam com o
Caos, de Nassim Nicholas Taleb, com tradução de Eduardo Rieche, foi editado pela Best Business em 2015. O livro foi escrito segundo os seus interesses
intelectuais e filosóficos em aleatoriedade e incerteza como também em função de
sua profissão de “especialista em volatilidade”. Eis como se expressa no
prólogo: “ao escrever, sinto-me corrupto e antiético se tiver
de procurar um assunto em uma biblioteca como parte do próprio ato de escrever.
Isso age como um filtro — e é meu o único filtro”.
Da mesma forma que o vento apaga uma vela e
energiza o fogo, a aleatoriedade, a incerteza e caos devem fornecer elementos
para domesticar, dominar e conquistar o invisível, o inexplicável. Muitas
coisas se beneficiam do acaso, do inesperado. Nesse sentido, a antifragilidade
não se resume à resiliência, ou à robustez, mas significa apreciar erros,
capacitando-nos para lidar com o desconhecido. Acha que aqueles que se colocam
como superprotetores tentando nos ajudar são, na realidade, os que mais nos
prejudicam.
Comparando esta obra com A lógica do Cisne Negro
e Iludido pelo acaso, de
sua autoria, acredita que Antifrágil seria o volume principal, e os
outros dois uma espécie de apêndice, ou seja, de menor importância. A lógica
do Cisne Negro e Iludido pelo acaso foram escritos para nos
convencer de uma situação terrível. O “presente livro parte do pressuposto de
que não é preciso convencer ninguém de que (a) os Cisnes Negros dominam a
sociedade e a história (e as pessoas, por causa da racionalização ex post,
se julgam capazes de compreendê-los); (b) como consequência, não sabemos bem o
que está acontecendo, principalmente sob não linearidades graves; de modo que
podemos chegar aos assuntos práticos imediatamente”.
Critica o fragilista médico, que nega
exageradamente a capacidade natural do corpo para se curar; o fragilista
político, que confunde a economia com uma máquina de lavar roupa que precisa de
reparos constantes (feitos por ele) e a faz pifar; o fragilista psiquiátrico,
que medica crianças para “melhorar” sua vida intelectual e emocional; a
fragilista mãe-coruja; o fraglista financeiro; o fraglista militar; o
fragilista prognosticador; e muitos outros.
Como um insight, percebeu que a fragilidade — ainda
sem uma definição técnica — podia ser expressa como aquilo que não aprecia a
volatilidade. E aquilo que não aprecia a volatilidade não aprecia a
aleatoriedade, a incerteza, a desordem, os erros, os agentes estressores
etc. Pensa que os sistemas antifrágeis (até certo ponto) se beneficiam,
enquanto os sistemas frágeis são penalizados por quase todos eles. Procura demonstrar
que há um roubo de antifragilidade por pessoas que estão “arbitrando” o
sistema.
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