A Peste Negra, ou peste bubônica, foi uma epidemia ocorrida entre 1347 e
1351 — uma ocorrência devastadora — que consumiu a vida de 75 a 200 milhões de pessoas
na Europa, Ásia e norte da África. Saliente-se que, em apenas dois anos, essa
peste letal matou mais de um terço da população da Europa e do Oriente Médio,
alterando o cenário econômico, social e religioso da região para sempre.
A causa reside na bactéria Yersinia
Pestis, transmitida por pulgas de ratos infectados. Apresenta-se de três formas:
1) bubônica — a mais comum — causava
inchaços (bubões) dolorosos nos gânglios linfáticos; 2) septicêmica, que é a infeção no sangue; 3) pneumônica, que atingia os pulmões e era altamente contagiosa por
via aérea. O processo: primeiro surgiam os bubões; em seguida, as manchas
pretas na pele (daí o nome "Peste Negra"); e, depois, cerca de três
quartos dos infectados morriam.
A disseminação da peste negra. Tendo começado, provavelmente e de forma
lenta, na Ásia Central ou no oeste da China nos anos 1330, espalhou-se rapidamente
pelas rotas marítimas comerciais. Ao alcançar Gênova, apareceu rapidamente na
Sicília e em Marselha. Em 1348, atingiu Espanha, Portugal e Inglaterra,
chegando à Alemanha e à Escandinávia em 1349.
O impacto da Peste Negra: 1) reduziu drasticamente a população da
Europa; 2) crises econômicas, ou seja, a escassez de mão de obra apontou para
um aumento dos salários e grandes mudanças sociais. Em 1350, os trabalhadores
ingleses conseguiam ganhar cinco vezes mais que em 1347, e os inquilinos
pagavam seus aluguéis em dinheiro em vez de em trabalho compulsório; 3) perseguição
aos judeus, considerados erroneamente culpados pelo flagelo.
Como no caso da pandemia da Covid, a medicina da época não sabia a causa
da doença e, como consequência, aplicavam tratamentos ineficazes.
Fonte de Consulta
O Livro da História. Tradução de Rafael Longo. São Paulo:
GloboLivros, 2017.