10 janeiro 2022

Eugen von Böhm-Bawerk

"O trabalho não pode aumentar sua fatia em detrimento do capital"

Eugen von Böhm-Bawerk (1851-1914) formou-se em direito. Após ter terminado seu doutorado nessa área, em 1875, ele começou a se preparar, tanto em casa quanto no exterior, para lecionar economia na sua Áustria natal.

A forte influência dos escritos de Menger sobre o pensamento de Böhm-Bawerk, fez de Böhm-Bawerk um inato para expor e desenvolver a teoria austríaca. De acordo com Schumpeter, Böhm-Bawerk "era tão completamente o entusiástico discípulo de Menger, que é praticamente desnecessário procurar por outras influências sobre ele".

Em 1959, os volumes de Capital e Juro, de Böhm-Bawerk, foram traduzidos para o inglês por Hans Sennholz e George Huncke, e publicados como volume único. Resenhando essa nova tradução, Mises descreve-a como sendo "a mais eminente contribuição para a moderna teoria econômica". Ele disse que ninguém poderia se considerar um economista a menos que estivesse perfeitamente familiarizado com as ideias esposadas por esse livro; e ele foi até mais longe ao sugerir — como somente Mises poderia — que nenhum cidadão que levasse suas funções cívicas a sério poderia exercer seu direito de votar até que ele tivesse lido Böhm-Bawerk!

A economia moderna se notabiliza por negligenciar o capital como sendo uma estrutura intertemporal de bens intermediários. A produção leva tempo, e o tempo que separa a formulação dos planos de produção - que são estágios de vários períodos - e a satisfação das demandas do consumidor é abreviado pelo capital. Esses aspectos da realidade econômica, quando sequer são mencionados nos livros-textos modernos, são apresentados como sendo "as questões espinhosas do capital", uma frase reveladora que indica um tratamento indelicado dispensado a esse crítico tema.

Mesmo um economista substancial como Schumpeter chegou a afirmar que o juro é um fenômeno de desequilíbrio e fantasiou sobre um equilíbrio de longo prazo em que as forças de mercado derrubariam as taxas de juros para zero. John Maynard Keynes disse que os juros são um fenômeno puramente monetário. Frank Knight, seguindo John B. Clark, criando aquilo que Hayek chamaria de "mitologia do capital", disse que a produção e o consumo ocorrem simultaneamente, que o período de produção é irrelevante, e que as taxas de juros são totalmente determinadas por considerações tecnológicas. Essas e outras reviravoltas na visão do capital e do juro no século XX dão um significado agigantado à sabedoria duradoura de Eugen von Böhm-Bawerk.

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