O anteprojeto de Constituição para a Federação do
Planeta Terra data de 1977, quando foi formulada uma Assembleia Constituinte
Mundial, reunida na Áustria, e composta de 135 participantes de 25 países. Foi
publicado na imprensa de Auroville, comunidade internacional localizada na
ex-colônia francesa de Pondichèry.
O objetivo deste projeto planetário é conscientizar
o mundo que as questões ambientais, hoje, extrapolam as fronteiras nacionais,
constituindo-se num problema planetário. Nesse sentido, o conceito tradicional
de segurança por meio da defesa militar é uma ilusão total tanto para o
presente como para o futuro, que a humanidade é Una, apesar da existência de
diversas nações, credos, ideologias e culturas, e que o princípio da unidade na
diversidade é a base para uma nova era e na qual a guerra será banida e a paz
prevalecerá.
O organograma do Governo terá em seu topo o
Parlamento Mundial, subdividido em Judiciário Mundial, Executivo Mundial,
Sistema de Vigilância e Ombusdsmen Mundial. Abaixo, nessa ordem hierárquica,
teríamos o Complexo Integrado, subdividido em Administração do Serviço Público
Mundial, Administração das Fronteiras e Eleições Mundiais, Pesquisa e
Planejamento, Administração Financeira Mundial etc. Não se sabe se teríamos um
único governo ou vários governos regionais. O que importa é ter um órgão
controlador do planeta como um todo.
A operacionalidade desse parlamento mundial se fará
através dos órgãos mundiais já existentes, como a ONU, as Nações Unidas, o FMI
etc. A utilização destes órgãos parece-nos claro: aproveitar as suas estruturas
de cunho planetário. Observe a Organização Mundial da Saúde que, ao elaborar as
suas estatísticas sobre doenças, produção de medicamentos, políticas
preventivas, alimentação etc., estabelece médias mundiais que podem ser metas
para aqueles povos que delas estão se distanciando.
Entre as personalidades mundiais para compartilhar
tal ideia, citamos: Jawarharlat Nehru, ex-primeiro ministro da Índia, que
disse: "Eu não tenho dúvidas em minha mente de que a federação mundial
deve vir e virá, porque não há outro remédio para a doença do mundo";
Teilhard de Chardin, pensador ocidental cristão, que expressou: "A idade
das nações já passou. A tarefa diante de nós, agora, se devemos sobreviver, é a
de construir o planeta"; Bertrand Russel, que salientou: "A humanidade
não chegará ao século XXI caso não se estabeleça alguma forma de governo
mundial".
Embora seja um paradigma para o futuro, que é
incerto, é importante que sempre estejamos pesando em termos cósmicos.
Fonte de Consulta
ANDRÉS, M. Constituição Planetária. In
BRANDÃO, D. M. S. e CREMA, R. (org.) O Novo Paradigma Holístico: Ciência,
Filosofia, Arte e Mística. São Paulo, Summus, 1991.
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