12 outubro 2005

Smith, Adam

"A riqueza de uma nação se mede pela riqueza do povo e não pela riqueza dos príncipes." (Adam Smith)

Adam Smith (1723-1790) foi um economista escocês. Aos 14 anos, frequentou a Universidade de Glasgow. Mais tarde, recebeu uma bolsa de estudo e foi para Oxford. Anos depois, voltou para Glasgow e tornou-se, em 1752, professor de Filosofia Moral, disciplina que incluía Teologia Natural, Ética, Jurisprudência e Economia Política. Sua fama era tanta que estudantes da Rússia, França e outros países visitavam-no com a finalidade de receber dele instruções valiosas acerca da moral e da economia. Era também conhecido pelas suas distrações, que o levaram muitas vezes ao ridículo.

A publicação da sua primeira grande obra The Theory of Moral Sentiments (A Teoria dos Sentimentos Morais), em 1759 chegou até às mãos de Charles Townshend, o estadista, e tanto o impressionou que ofereceu a Smith a posição de tutor do jovem Duque de Buccleuch. Smith aceitou a oferta e acompanhando o discípulo, empreendeu grande giro pela Europa. Demorou-se mais na França, entrando em contato com grandes pensadores, principalmente M. Quesnay, que lhe passou todas as conjecturas do seu Tableau Économique.

A riqueza das nações não foi uma obra original na acepção da palavra. Na verdade é o esforço que Adam Smith empreendera para juntar num todo as teorias que os outros seus contemporâneos pinçavam aqui e ali. Queria dar uma resposta mais coerente às indagações levantadas na sua Teoria sobre os Sentimentos Morais, ou seja, como o interesse próprio pode gerar o bem-estar da sociedade. Tenta, também, partindo de uma confusão inicial visualizar o todo harmônico.

Para compreender Adam Smith precisamos colocá-lo dentro do horizonte cultural que vivera. Na época que escrevera A riqueza das nações, a indústria era incipiente, o mercado restrito, a Revolução Industrial inexistia e tampouco o capitalismo. O mais importante é que, embora limitado, conseguiu vislumbrar as leis gerais do mercado, o mecanismo de formação de preço, a lei de oferta e procura etc. Tudo isso era feito sem a intervenção do governo, guiado apenas pela "mão invisível", em que cada qual buscando o seu interesse próprio propiciaria a sobrevivência de todos.

No fim de sua vida, Adam Smith estava repleto de honra e respeito. Em 1790, morre com 67 anos. Curiosamente sua passagem teve pouca notificação. Talvez porque as pessoas estavam preocupadas com a Revolução Francesa e suas repercussões nos condados ingleses. Ele foi enterrado no cemitério Canongate com uma lápide despretensiosa, escrita que Adam Smith, autor de A Riqueza das Nações, jaz aqui.

Eis uma vida que granjeou fama pela sua honestidade e moral elevada. Não resta dúvida que deve ser um exemplo a ser seguido pelos seus pósteros.

Fonte de Consulta

HEILBRONER, R. L. The Wordly Philosophers: the Lives, Times, and Ideas of the Great Economic Thinkers. New York, Washington Square Press, 1968.

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Uma das grandes realizações de A riqueza das nações foi ter corrigido muitas ideias equivocadas do passado. Smith combateu a antiga teoria mercantilista que preconizava o acúmulo pelo Estado de grandes quantidades de barras de ouro. Da mesma forma, seu livro rejeita a afirmação dos fisiocratas da terra enquanto principal fonte de valorização, destacando, ao contrário, a importância básica do trabalho. Smith enfatizou a possibilidade de grande aumento na produção alcançável por meio da divisão do trabalho e atacou todo o conjunto de restrições que impediam a expansão industrial.

A ideia central de A riqueza das nações afirma que o aparentemente caótico mercado livre é, na realidade um mecanismo que se autogoverna e que automaticamente tende a produzir o tipo e a quantidade de bens que são mais desejados e necessários para a comunidade. Por exemplo, suponha-se que haja pouco suprimento de algum bem desejável. Naturalmente, seu preço deverá subir, o que levará a maiores lucros para aqueles que produzem esse bem. Devido aos lucros mais altos, outros produtores tenderão também a fabricar aquele artigo. O aumento de produção resultante deverá, então, acabar com a falta original do bem. Além disso, o aumento da oferta, em conjunto com a competição entre os vários fabricantes, deverá também fazer com que o artigo volte a seu preço natural, ou seja, a seu custo de produção. Ninguém, deliberadamente, tentou ajudar a sociedade, tentando diminuir a falta do artigo; entretanto, o problema foi resolvido. Cada indivíduo, segundo Adam Smith, "só procura seu próprio ganho", mas é como se fosse "levado por mão invisível para produzir um resultado que não fazia parte de sua intenção... Perseguindo seus próprios interesses, frequentemente promove os da sociedade, com mais eficiência do que realmente tivesse interesse de fazê-lo." (A riqueza das nações, Livro IV, capítulo II)

A "mão invisível", entretanto, não pode realizar seu trabalho adequadamente se existirem impedimentos ao livre comércio. Smith, portanto, acreditou no livre comércio e se opôs fortemente às altas taxas. Na verdade, ele reagiu de forma enérgica à maioria das interferências governamentais no comércio e no mercado livre, que ainda segundo ele, quase sempre diminuíam a eficácia econômica e, por fim, resultam em preços mais altos para o público (Smith não inventou o laissez faire, mas promoveu mais do que ninguém a adoção desse conceito).

Não é correto dizer que foi um apologista dos interesses dos negociantes. Ele denunciava repetidamente as práticas mercantis monopolistas, solicitando a sua eliminação.

Apesar de a teoria econômica moderna ter adicionado novos conceitos e técnicas, ela é, basicamente, um desenvolvimento natural economia clássica. Cópia de trechos de (HART, Michael H. As 100 maiores personalidades da história. Uma classificação das pessoas que mais influenciaram a história. Rio de Janeiro: DIFEL, 2001.)

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Norberto R. Keppe, da Trilogia Analítica, faz as seguintes observações sobre Adam Smith:

1) Pensamento Mercantilista: o dinheiro como uma riqueza.

2) Todo o valor no trabalho que gere dinheiro.

3) Total liberdade para o Comércio Externo que traz moedas.

4) A riqueza advindo do Consumismo.

5) Destruição dos valores culturais, artísticos, industriais.

Inversão total da civilização



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